Capítulo 5

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Ela acordou assustada com as batidas na porta.

- Droga. - Sussurrou irritada após perceber que havia cochilado. Ártemis havia planejado ficar acordada durante a noite, mas aparentemente, ela estava mais cansada do que havia notado.

A jovem estava vestida com um pijama que a criada levou para ela na noite passada. Anais entrou no quarto abrindo as cortinas para o sol entrar.

Ela se levantou em um solavanco, atenta. A criada observou a distância, Ártemis se orientar e lembrar onde estava. Pouco a pouco as memórias vieram a tona, e os sentimentos ruins também.

Ela estava longe de casa. Essa era a sua dura e cruel realidade. Anais, ao perceber a calma retornando no semblante da jovem, respirou fundo.

- O rei quer conversar com a senhorita hoje.

Ártemis ficou tensa. Ela passou a noite toda refletindo sobre esse encontro. Com aquele que ordenou que sequestrassem ela.

A jovem ainda estava sentada na cama, tensa. Quando Anais mexeu na bandeja de comida intocada em cima da escrivaninha.

Na noite passada, um criado insistiu que Ártemis comesse. Ela estava quase cedendo, quando foi extremamente grossa com o funcionário para que ele fosse embora.

Em outras ocasiões, dormir ao lado de uma bandeja de comida se tornaria uma tarefa impossível, se o sono e cansaço não sobressaisse a fome.

- A senhorita nem tocou no prato de comida.

Ela deu de ombros ao sair da cama e se dirigir ao banheiro. Ela sentiu a criada relutar, incerta.

- A senhorita tem medo de que a comida esteja envenenada? - Esperou a resposta por alguns segundos. - Por que se for o caso, eu poderei provar suas comidas para que você saiba que elas não...

- Por que eles trancam você aqui dentro?

A pergunta a pegou de surpresa. Tanto que demorou alguns segundos para pensar em uma resposta.

- E-Eles não me trancam no quarto. - Gaguejou. - Quer dizer... Não do jeito que a senhorita falou. Eles só me deixam responsável pelo seu bem-estar e a disposição de qualquer coisa.

Ártemis riu com escárnio. Porém não disse nada. Não sabia responder quem era mais maluco, seus superiores por trancar uma menina que mal sustenta seu próprio peso, de tão magra e frágil no quarto com ela ou a criada por aceitar.

Anais esperou a jovem banhar para sair do quarto e deixá-la aos cuidados de Shaw.

Ele mal olhou em seu rosto e a raiva era algo tão denso que era possível ser sentido a distância a energia ruim que ele estava emanando.

Seu antebraço esquerdo estava enfaixado. A visão a fez sentir novamente a alma sendo lavada.

Normalmente, a jovem não era tão agressiva. Ela estava mais para egoísta e narcisista do que para uma sádica.

Mas o ódio que estava sentindo de todos era tão forte que havia a grande nescessidade de ser descontado em algo ou alguém. O acontecido com o guarda, foi mais azar dele do que sorte dela. Havia muita coisa acumulada, deixando-a a flor da pele.

E ele, estava apenas em seu caminho.

*

Eles estavam no Salão Real.

O rei estava em pé diante do trono. Ele era pardo e deveria ter seus 45 anos, seu cabelo já grisalho caia em ondulações na altura da nuca. Os olhos do rei era os mesmo olhos de Damaris, dourados. Uma capa branca com pontinhos pretos estava preso a seu pescoço, o tecido era macio e lembrava lã.

Estrela Do Norte (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora