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Antônio
— Finalmente... — digo a mim mesmo quando sento na minha poltrona do avião.
Já passa das duas da tarde, embora eu tivesse planejado sair da parte da manhã. O voo acabou atrasando algumas horas, o que só serviu para aumentar a minha ansiedade. Só agora me permito respirar aliviado, sabendo que estou indo encontrar Beatriz, e não tem sentimento melhor do que o de estar indo de volta para casa. É dessa forma que vejo Santa Rita, a minha casa.
Quando o avião decola, olho pela janela e fico surpreso por perceber como o tempo mudou. Estava um dia abafado, mas as nuvens encobriram o sol e parece que vai chover. Distraído, fico por alguns minutos olhando pela janela, mas logo começo a bocejar. Passei a noite virando de um lado para o outro na cama e agora a noite mal dormida cobra o seu preço.
Eu devia mesmo estar com sono, pois só volto a despertar quando sinto o meu ombro sendo levemente sacudido.
— Senhor, nós já vamos pousar — diz a aeromoça.
— Tudo bem. — Coloco os óculos de sol, estilo aviador, para cobrir os olhos inchados de quem acaba de acordar, ajeito a minha bagagem de mão e me preparo para descer.
Quando coloco os pés para fora do avião, o clima que me recebe já é totalmente diferente do lugar de onde saí. Aqui é bem mais quente e não se difere em nada da cidade vizinha, Santa Rita. Como é o meu dia de sorte, de cara encontro o táxi que me levará pelos 40 minutos que me distanciam da minha casa.
— Pode me deixar aqui, por favor? — peço, assim que o veículo passa próximo aos roseirais.
A minha ideia era de ir direto para casa encontrar a mulher,, mas sinto que não posso simplesmente ignorar essa vista. O cheiro de rosas e de terra. O meu corpo e a minha alma têm a necessidade dessa energia, do ar puro desse lugar, pois são esses pequenos momentos que me fazem dar valor as pequenas coisas, algo que não fazia antes de conhecer a cidade que, aparentemente, é tão simples, mas esconde encantos que só algumas pessoas se permitem enxergar.
— Valeu! — Saio do corro com a bolsa de alças na mão, e o óculos escuros escondendo os meus olhos do sol.
Não satisfeito de ver de longe, me aproximo dos corredores de rosas e deixo que as minhas mãos toquem as suas pétalas. Já é fim de tarde, os raios de sol deixam tudo aqui ainda mais belo.
— Boa tarde, senhor Tony, que bom que voltou — Tobias, um dos peões que trabalha no campo de Diego Estrada, me cumprimenta.
— Pois é, meu caro. Você sabe que eu sempre volto — digo ao homem que tem a pele castigada pelo sol.
Assim como Tobias, o tempo que tenho passado aqui me permitiu conhecer a maioria dos trabalhadores, sejam os peões, sejam os que ficam aqui no campo. Respeito a história de cada um deles, a dedicação e amor que demonstram pelo que fazem.
— Como está a senhorita Bia? Faz dois dias que não a vejo — comenta e eu estranho, já que ela adora correr por aqui pela fazenda, fazendo tudo e nada ao mesmo tempo.
Beatriz costuma carregar um caderninho e um lápis. Não me deixa ver o que tanto escreve, mas só consigo imaginar que seja um diário pessoal. Nada seria mais a cara da minha namorada do que registrar os acontecimentos da sua vida em um diário.
— Ela está bem, eu acho — falo. Ele conseguiu me deixar preocupado. O que poderia ter acontecido para afastar Bia daqui e da fazenda?
— Agora eu tenho de ir, bem-vindo de volta, senhor Tony. Os homens sentiram falta de ouvir as suas histórias da cidade grande — afirma.
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Segure-me em seus braços (DEGUSTAÇÃO)
RomanceO que acontece depois do felizes para sempre? Vivendo na pacata vila das flores, Beatriz sempre foi uma garota espontânea e alegre. Aos 18 anos, gosta de curtir a vida sem se preocupar com o futuro. Tudo muda quando conhece e se envolve com Antônio...