Jane - Agora

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- Ela fez o que? – Grito, inconscientemente.

- Ela enterrou o dedo. Por sorte quando chegamos ao local, ele ainda estava lá.

A adrenalina já havia se apossado do meu corpo. O sono tinha desparecido junto com o café que eu trouxera de manhã. Mesmo que totalmente acordada, não conseguia compreender o que tinha acontecido. E foi só por isso que pergunto:

- Me desculpe senhor, mas poderia explicar novamente?

Conan me lança um olhar impiedoso. Você pode por favor prestar atenção. Harry e Anderson continuam a olhar para David, que por sua vez, respira fundo e diz:

- Eu já estava me preparando para ir embora, vocês sabem, o caso do Assassino do Parque acabou com todo mundo. Eu precisava muito dormir, mas antes tinha que terminar de assinar alguns papeis. – Se ajeitando na cadeira continuou – Foi quando recebi uma ligação. Bob já tinha ido embora, então eu mesmo atendi ao chamado no telefone do saguão de entrada. A moça do outro lado da linha estava um pouco desesperada, parecia estar chorando. Pedi que se acalmasse e que dissesse o que tinha acontecido. Eu mesmo achei tudo estranho, nunca tivemos um caso parecido. Então pedi o endereço dela e fui até lá. Na verdade, Harry e eu fomos. Ele ainda estava na delegacia.

Conan, Anderson e eu o olhávamos com muita atenção. Harry parecia perdido em seus pensamentos. Bom, ele já sabia de tudo o que havia acontecido pois fora até a menina, então não precisava ouvir toda a história novamente.

- Quando chegamos lá, ela nos convidou para entrar. Primeiro, foram as perguntas básicas para iniciar qualquer investigação. A moça se chama Lydia, ela tem vinte e dois anos e mora sozinha. Veio de longe para cursar faculdade, Publicidade e Propaganda. Nos contou que todas as tardes, depois das aulas, ela gosta de ir à praia para revisar o conteúdo. Andando pela orla, ela avistou algo estranho entre as conchas e algas marinhas. No início, pensou que era um peixe, mas quando se aproximou viu que se tratava de um dedo. Ela não sabia o que fazer, ficou assustada, então enterrou o dedo. – Neste momento David afunda na cadeira, como se decepcionado – Ela foi embora e não contou a ninguém sobre o ocorrido. Mais tarde, naquela noite, ela se sentiu culpada e resolveu comunicar a polícia.

- Tá, mas o que o senhor e o Harry fizeram? – indagou Conan com a arrogância que lhe era característica.

- Fomos até o local e por sorte o dedo ainda estava lá. O recolhemos e mandamos para análise. Ainda hoje deve sair o resultado.

- Há algum indício de que essa tal de Lydia esteja mesmo falando a verdade? Quero dizer, pelo que sabemos ela mesmo pode ter matado alguém, cortado o dedo e jogado ao mar, fazendo parecer que por coincidência ela o encontrou. – diz Anderson.

- E é aí que vocês entram. Eu também não me convenci muito. De qualquer forma, é nosso dever investigar. Infelizmente, a cidade já está muito abalada com os últimos acontecimentos e terei que pedir a vocês que guardem segredo. Não quero alarmar a população com fatos equivocados.

- Por onde quer que comecemos senhor? – pergunto sacando um bloco de notas que estava em cima de um arquivo, atrás de mim.

- Com base em seus conhecimentos, Harry declarou que a hora da amputação foi por volta das dez horas da manhã de ontem, não passando das onze. O que dificulta um pouco é que, se ele estiver certo, e o relato que Lydia nos deu também, o dedo ficou no mar por cerca de seis horas, talvez mais. O que quer dizer que o sal pode afetar a análise. Só esperando para saber. – David fala rapidamente conferindo anotações que estão em uma folha a sua frente - A menina estuda integralmente, entrando às oito da manhã e saindo às três horas da tarde da faculdade. Sendo assim, ela não poderia ter feio isso, o que não quer dizer que ela não possa ter se livrado do vestígio para outra pessoa. Então Jane, quero que vá até a universidade na qual ela estuda e descubra se ela esteve mesmo lá. Também se certifique de observar as câmeras de segurança e entreviste algumas das pessoas com quem ela possa ter conversado ontem. É bom se ater ao horário de saída também, caso ela tenha ido embora com alguém ou algo diferente.

O dedoOnde histórias criam vida. Descubra agora