Capítulo 13

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Alexander POV

No dia seguinte à minha discussão com a Luna acordo com a maior dor de cabeça da minha vida. Quem me mandou beber uma garrafa de wiskey sozinho?

Depois dela sair só me lembro de ligar ao controlo de horários e avisar que não podia fazer o voo no dia seguinte. Depois comecei a beber e a beber até que apaguei no sofá.

"Pára de mentir! Pára! Não aguento mais... Eu sei que tu estiveste com ela na noite em que ela desapareceu.... Ela desapareceu há precisamente dois meses..."

"Há dois meses neste dia eu estava a cobrir o meu colega Seth! Fiz o voo em nome dele já que tinha uns dias de folga..."- respondo depois de pensar onde estava há dois meses.

"Não acredito em ti! Pára de mentir... Eu tenho a foto!"- disse a Luna e mostrou-me uma foto.

Ainda nem acredito que o James está em Los Angeles, ou pelo menos esteve há dois meses. Já não falo com ele há cerca de 8 anos e por muito que tente esquecer, lembro-me constantemente do meu gémeo.

Tomo um banho para me livrar deste sentimento de sujidade que tenho sempre que apanho uma bebedeira. 

Depois preparo um café e sento-me na varanda do meu apartamento enquanto o bebo e perco-me em pensamentos. 

Sinto o meu telemóvel a tocar e vejo o nome da minha mãe, logo, não hesito em atender.

"Olá mãe!"- cumprimento quando atendo a chamada.

"Olá Alexander! Já estás no aeroporto?"- ela pergunta, assumindo que eu ia fazer a viagem que estava no meu horário. 

Já há vários anos mando sempre o meu horário à minha mãe. Ela stressa sempre que há noticias de algum acidente de aviação, pelo que, para evitar 60 chamadas perdidas quando adormeço e tenho o telemóvel em silêncio, mando-lhe sempre o meu horário para que ela possa verificar para onde estou a voar ou se estou de folga antes de imaginar mil e um cenários na cabeça dela. 

"Ah, mãe! Não fui voar hoje... "

"Então porquê?"- ela pergunta preocupada.

Pondero um momento em dizer-lhe a verdade, mas a ausência do James também lhe causa bastante sofrimento, logo, guardo o que descobri para mim mesmo.

"Estava a sentir-me doente quando acordei e não me senti capaz de pilotar..."- invento uma desculpa que não foge muito da verdade já que, devido à ressaca, sinto que fui atropelado por um camião.

"Mas estás bem? Queres que eu vá ter contigo?"

"Nem pensar, mãe! Eu estou bem! Não vais viajar horas de carro só por causa de uma dor de estômago... Já tenho 32 anos, já sei cuidar de mim..."

"Sabes bem que me preocupo! És e sempre serás a minha cria! Preocupo-me sempre com os meus filhos..."- ela murmura e é das primeiras vezes que menciona o facto de ter outro filho para além de mim, em muito tempo.

"Pensas no Jim às vezes?"- pergunto, receoso.

"De onde veio isso  hoje?"- ela questiona, surpreendida.

"Não sei... Acordei e lembrei-me dele..."

"Penso nele todos os dias.... Mas, por muito que o ame e esteja pronta para o receber de braços abertos quando e se ele decidir voltar para casa, o teu irmão tomou as decisões dele... Não posso ficar a remoer no passado para sempre. Ele tem sempre a porta aberta quando quiser vir ter connosco. O teimoso do teu pai, por muito que o negue, pensa o mesmo..."

"Pois..."- murmuro e instala-se um período de silêncio entre nós que ela não tarda em quebrar.

"Alex? Que se passa filho? Está tudo bem?"

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