Capítulo 18

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Passei as últimas horas num estado de pânico enorme. Não consegui falar com a minha mãe novamente e o meu pai também não me atendia o telefone, por isso não tinha noticias nenhumas da minha irmã. Só de pensar que a Lena corre risco de vida e pode não sobreviver corta-me o coração. Não posso perder outra irmã...

Depois de aterrarmos fomos diretos para o hospital.

"Queres que entre contigo?"- pergunta o Alex.

"Não! Pode ser estranho porque os meus pais estão aqui e tu trabalhas na CAMP..."- limpo as lágrimas e tento tirar dinheiro para pagar o taxi.

"Guarda o dinheiro! Corre! Eu trato disto e liga-me mal saibas de algo!"- ele abraça-me.

"Obrigada..."

"Vá, força!"

Praticamente voo para dentro do hospital, e depois de perguntar onde posso encontrar uma Lena Campbell na receção, sou encaminhada para um certo piso. Nem tento ir de elevador porque sei que sou capaz de desmaiar lá dentro, por isso vou pelas escadas a correr, subindo 2 degraus de cada vez.

Quando chego ao local onde ela está supostamente preparo-me para o pior. Visões da Lena toda entubada e cheia de curativos atormentam o meu pensamento. 

Abro a porta e fico chocada com o que vejo.

A minha mãe, sentada numa cadeira a mexer no ipad e a Lena sentada na cama com uma enfermeira a fazer um curativo ao braço dela.

"Luna?"- a Lena pergunta, surpreendida.

"Lena! Oh meu Deus! Eu pensei que tu corrias risco de vida!"- desato a chorar e aproximo-me dela, abraçando-a lateralmente, de forma a não interromper a enfermeira.

"Ai, eu estou bem! Vocês são umas dramáticas..."

"Se tivesses uma chamada como a minha também pensavas no pior."

"Mãe, o que raio lhe disseste ao telefone?"- a Lena ri-se.

"Eu perguntei onde é que ela estava que nunca mais me atendia!"- diz a minha mãe, desviando o olhar do ipad e encarando-me pela primeira vez desde que cheguei.

"Isso eu percebi... A chamada falhou  a seguir!"

"Eu disse que a Lena saiu com o carro e teve um acidente. Que chamaram a ambulância  e levaram-na para o hospital mas não era nada grave e não corria risco nenhum. O problema era se a imprensa descobria algo e começava a fazer um grande drama em torno deste acidente e da responsabilidade da tua irmã!"- a minha mãe diz, como se nada se passasse. 

O que a salva é o facto de ser minha mãe porque, furiosa como estou, era capaz de a esganar pelo stress em que me pôs.

"Ai eu não acredito! Eu só ouvi ambulância, hospital, grave, risco... Pensei o pior..."- sorrio e limpo as lágrimas. 

"Oh! Não foi nada! Quem te visse pensava que eu estava a dar as últimas!"- brinca a Lena.

"Ai, pirralha! O que raio estavas tu a fazer às 4 da manhã a conduzir?"

"Eu não ia a conduzir... Vinha com um segurança do pai de um jantar na casa de uma amiga e ele perdeu o controlo do carro... Mas não foi nada demais. Só tenho um osso partido e uns arranhões..."

Abano a cabeça e sento-me junto à Lena enquanto a enfermeira acabada de fazer o curativo.

✈✈✈✈✈

Na manhã seguinte a Lena teve alta e regressamos a casa. 

Enviei uma mensagem ao Alex a explicar o que tinha acontecido e ele só me mandou uma catrafada de emojis do rapaz a dar com a mão na testa. 

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