Capítulo III- Fuja ou Sofra

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Mas eis a hora de partir: eu para a morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses.

Sócrates

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FUJA OU SOFRA

-Regina! -Era Gabriel, diante dela, sorrindo e a puxando pelo braço. -Venha comigo?
-Mas Gabriel, você está morto. -Encarou Regina.
-Eu sei, por isso te chamo, por sua causa estou morto, e não posso mais ficar do seu lado. -Sua expressão tinha mudado, era um olhar sério. -Por isso quero que você se mate para vim comigo. -Sua voz havia mudado, de calma e atraente, para grossa e tenebrosa. -O purgatório nos espera com nossos pecados. -Sua risada era eminente, seu olhar fixo diante de Regina era assustador.
-Senhorita Durant? -Regina abre os olhos aos poucos, recebendo a luz do dia sobre sua visão, e percebe que aquilo não passou de um sonho.
-O que foi? -Regina se levanta, sentando sobre a cama, e cruzando as pernas.
-Seus pais à esperam pela sua presença para o café. Por favor, não demore. -Alfred sai, sem nem mesmo esperar por alguma palavra de Regina.
Sem ânimo algum, Regina se levanta da cama, vai ao banheiro escovar os dentes, lavar o rosto e arrumar o cabelo que mal estava bagunçado, saiu do banheiro indo para o closet, aonde pegou uma saía vermelha, uma camiseta branca e uma jaqueta de couro vermelha. Colocou sua meia arrastão, e seu sapato alto de cor preta. Dando um rodopio em frente ao espelho, ela passa aquela maquiagem básica, com aquele batom vermelho cheguei chegando, que era de se notar à quilômetros de distância, e claro, o colar de pedra que recebeu de sua avó, não poderia ficar fora desse look.
Era possível ouvir os passos da garota descendo a escada, passo após passo, até que em um segundo os passos pararam, e continuaram seguindo direção à cozinha.
-Bonjour mamãe e papai. -Disse Regina indo até a mesa e se sentando.
-Tire essa maquiagem agora. -Disse Alex sobrepondo o jornal na mesa. -Mulher nenhuma deve usar essas coisas de estética artificial.
-Não me importa o que você diz papai, vou continuar com minha maquiagem, você querendo ou não. -Disse Regina balançando o cabelo.
-Filha, ouça seu pai. -Disse Emma tocando na mão de sua filha.
-Não encoste na minha mão, e nem em um fio de cabelo que seja meu. -Disse Regina puxando a mão.
-Não fale com sua mãe desse jeito. -Gritou Alex.
-É o mínimo que ela merece, é o mínimo que vocês dois merecem. -Disse Regina se levantando e batendo com as duas mãos, sobre a mesa. -Vocês mataram meu namorado, a pessoa que eu amava, tudo por causa de uma seita que vocês crêem, mas eu não. Eu irei viver a minha vida, e irei denunciar vocês. -Disse Regina saindo de perto da mesa, até que ela se depara com o Alfred barrando a porta, impedindo que ela saía.
-Você acha mesmo que pode fazer o que você quiser e quando quiser querida? -Rio Alex. -Você acha, que se arrumando assim, me desobedecendo, vai fazer eu mudar de idéia? Está enganada, você só adia o que já era programado à tempos, seu casamento será amanhã, então não tem choro e nem reza, você irá se casar com o Bernard e fim de papo. -Alex pega o jornal sobre a mesa, e começa a ler. -Alfred, leve ela para o quarto dela.
Alfred pega a garota pelo colo, aonde ela se debate para se soltar dos braços fortes do mordomo, quem diria que um senhor de idade, séria tão forte. O quarto já à aguardava, de portas abertas e um enorme vestido branco sobre a cama.
-Fique aqui, e se possível, se vista corretamente garota insolente. -Alfred a larga no chão, e sai fechando a porta pelo lado de fora.
Seu rosto foi encharcado por suas lágrimas, a raiva e a tristeza era visível na face da garota, a perda de uma pessoa importante é horrível demais, seus pensamentos eram vagos, e de culpa, por sua causa, por uma mensagem, Gabriel foi morto, pela pessoa que menos poderia imaginar que fosse capaz de fazer tal ato de atrocidade, sem nem mesmo pode se despedir de um modo romântico.

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