Helena's P.O.V
- Então o que fazemos agora?! - Kylie bufou - O assunto deles deve ter sido muito tenso para ela ter decidido ir embora.
A professora Marshall assoprou o apito e nos mandou correr duas voltas em volta do campo. Me posicionei ao lado da minha amiga e comecei a pensar enquanto fazia o percurso. Hmm daqui dava para ver aonde eu e Nash matamos metade do primeiro periodo; a vista de lá era muito bonita - ainda mais com ele - dava pra ver o campus todo. Foi adorável sentar e conversar como amigos, poder sorrir e dizer o que eu queria e rir como uma criança, lamentável que agora eu só poderia encontra-lo assim: as escondidas. Se bem que eu adoraria encontra-lo mais vezes perto daquela ávore durante o período de aulas, não ligo de perder aulas. Nunca fui uma garota que opta sempre por ser certinha e minhas ultimas semanas no Brasil foram minhas tentativas de mostrar isso, ser um anjinho as vezes - sempre - é um saco. O que aconteceu foi eu me encrencar feio e meu pai se lembrar da minha existencia, e com os otimos detetives que ele pode pagar, descobriu das dividas da minha mãe e a levaria para a justiça se ela não o deixasse me levar para me educar "pacificamente". Acho que meu mal comportamento foi para chamar atenção dela de alguma forma - e eu acabei chamando a do meu pai. Eu fiquei irada ao saber que deixaria minha mãe para trás - apesar de saber que ela nunca deu a minima para mim - ela precisava mais de mim do que eu dela e aceitei estar com meu pai e não tenho arrependimentos. Estou bem agora, como sempre estive, meu pai não tenta ultrapassar minha privacidade e me oferece tudo o que peço - e não foi muita coisa. Por enquanto. Comecei a divagar sobre qualquer coisa que estava muito longe do meu pensamento inicial e me forcei a lembrar porque eu estava pensando na parte mais afastada da escola. Rapidamente meu cérebro colocou as ideias em ordem e me voltei para Kylie.
-Ahn Kylie que aulas vamos der depois? - perguntei fingindo estar desinteressada.
- Você eu não sei mas eu não vou ter nenhuma interessante. - Kylie disse - Por que a pergunta?
Sorri maliciosamente e respondi
- Porque tenho um plano.
***
-Não acredito nisso! - Kylie disse exasperada - como você me convenceu a entrar nessa presepada toda?
- A culpa não foi minha! Foi daquela ..... - antes que eu pudesse terminar a frase com todos os xingamentos em português que eu sabia, o diretor abriu a porta da sua sala e apontou para que entrássemos. Assim que estavamos "confortáveis" ele começou seu discurso:
- Sinceramente senhorita Tavares - me forcei a não rir com o sotaque dele ao falar meu sobrenome brasileiro - fico feliz que já tenha se habituado nessa escola mas não esperava nenhum tumulto da sua parte e - virou se para Kylie - suas notas que deixam a desejar e agora isto?! Realmente penso em ligar para seus pais Bridge.
Me senti mal a culpa era minha, o plano era meu, não era justo Kylie pagar por isso. Cortei a bronca do diretor e comecei a explicar:
- Senhor, não foi exatamente como te explicaram. Eu vi uma movimentação nas áreas mais afastadas do campus enquanto eu fazia o percurso e ao pensar ser alunos matando aula, quis verificar para ter certeza e avisar as autoridades; no caso a senhorita Marshall. Não queria ir sozinha com medo de ser ameaçada pelo aluno infrator ou algo do tipo então depois de insistir muito Kylie concordou em ir comigo. Quando estavamos no meio do caminho Sabrinah interpretou mal nossas ações e nos delatou injustamente para a professora e por isso estamos aqui. Sem falar que ela nos humilhou verbalmente para os outros alunos. - falei o mais doce e inocente que consegui tentando convercer o diretor da minha história; não foi a melhor que pensei mas para o momento estava bom. A verdade é que Sabrinah sabia muito bem o que iamos fazer mas a fulana não tinha nada que nos delatar e não nos humilhou e sim a Lizzie.... aquela vadiazinha de quinta... voltei minha atenção para a cena que se passava na minha frente e foquei na visão pensativa do diretor.