Crime e Castigo

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HERMIONE

Minha visão estava embaçada. Meu corpo não reagiu quando Ronald levantou da mesa da Corvinal e empunhou a varinha em minha direção na mesa da Sonserina. Ronald Weasley levantou a varinha para mim. No mundo trouxa, seria o mesmo que um homem levantar a mão para bater em sua esposa.

Meu coração craqueou em milhões de pedaços. Harry me encarava com os olhos sem reação alguma, ao lado de Gina.

– O QUE SIGNIFICA ISSO, SENHOR WEASLEY? - Até a professora McGonagall pareceu sem reação, perante os acontecimentos. - Papoula, leve o senhor Malfoy para a enfermaria, por favor. E Argo, leve o senhor Weasley até a masmorra principal, pode ser. Já estou indo. Os demais alunos, sigam para suas salas comunais. Horácio, leve os novatos até o salão comunal da Lufa Lufa. A seleção acontecerá amanhã, durante o café. Todos concordamos que não há mais clima para isso. Potter, Granger e Srta. Weasley, sigam-me.

Rony estava se debatendo nos braços do senhor Filch, enquanto todos os alunos seguiam mecanicamente para suas salas comunais em ordem, e silêncio. Um silêncio sepulcral.

Fomos da mesma maneira até o local onde antes ficava a gárgula que protegia a sala de Dumbledore. Ela havia sido restaurada, e seu rosto, era de gato.

– Gota de limão! - Minerva disse, e Harry sorriu por algum motivo.

Entramos na sala que havia mudado pouco. O quadro de Dumbledore sorria atrás do trono que Minerva se sentava para comandar toda a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. As lágrimas caiam no meu rosto, quentes. Lágrimas de tristeza, arrependimento, depressão, satisfação... E preocupação. Preocupação que mordeu um pedaço do meu coração e que agora, estava sob os cuidados de uma enfermeira bruxa.

**

RONALD

– ME LARGA! ME LARGA SEU ABORTO NOJENTO! - Meus pulmões queimavam em brasa quente, enquanto eu berrava e me debatia contra as garras de Filch. Tudo o que eu mais queria, era seguir a traidora Granger. A sangue ruim.

– Me dê isso aqui, moleque! - Filch me imobilizou, enquanto puxava a varinha de minha mão, e guardava em algum lugar de seu casaco.

– Vocês não tem esse direito! Eu exijo ver a Hermione! ELA É MINHA! MINHA PROPRIEDADE!

– Cala a boca! Na época da Dolores, tu não ousaria falar assim comigo! - Ele sorria, exibindo seus dentes podres.

Deixei de resistir, me deixei levar até a tal masmorra. Era molhada, escura. Lá, Hagrid esperava por mim. Com um olhar indignado que me desarmou totalmente.

– Oh, Rony... - Ele começou, mas não terminou. Me debulhei em lágrimas e Hagrid apenas me abraçou, enquanto Filch disfarçava, enxugando seus olhos com um lenço encardido que Madame Norra havia trazido.

– Prometa-me que nunca mais fará isso, Rony. Você é melhor que isso. Você sabe que nossa Mione nunca te largaria. - A voz paternal do guarda caças me penetrou, relaxando cada ponto de raiva em meu corpo. - Volte para a sala comunal da Corvinal, durma um pouco... Amanhã é um novo dia, e você terá algumas, hm, punições para cumprir pelo o que fez hoje.

– Me desculpe, Hagrid, eu...

– Não é a mim que você deve desculpas, Rony. - Hagrid sorriu, e me deixou sair, livre, até o quadro que escondia a sala comunal da Corvinal, cujo enigma resolvi rapidamente. Quando entrei, desejei estar morto.

Milhares de varinhas estavam apontadas em minha direção. Todos os alunos da Corvinal me olhavam com ódio.

Eu estava morto.

O Ofício do Dragão - DramioneWhere stories live. Discover now