ENE|Prólogo |

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Ele voltou!

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Ele voltou!

Depois de quatro anos longe, o meu pior pesadelo retorna ainda mais lindo do que o dia em que se foi.

Letícia veio com ele, ela acredita que antes que esse ano termine Matt a pedirá em casamento. Ele ainda não fez isso porque é prudente, faz tudo com calma e segundo a direção do Senhor. Minha amiga está confiante, parece tão feliz que de certa forma faz a parte de mim que não está doendo sorrir.

Ela e Matt tem a mesma idade, ambos são lindos de morrer, e eu bem, eu amo está arrumada, não sou nada simples como nos livros das mocinhas modestas, essa não seria minha história se dissessem que eu sou simples. Simples é uma palavra muito simples para definir uma garota como eu. Eu sou Lua Violeta, a filha do Criador do Universo, não tem nada de simples em mim. Sou confiante, confiante sim, louca não, não louca ao ponto de achar que Matt me amaria um dia, assim como ele ama Letícia.

Pensei que sair daquele orfanato, depois que meus pais foram presos tinha sido uma benção, só que conviver com o que esse sentimento causa dentro de mim é horrível.

Nem nos meus piores dias eu deixei de sorrir e foi somente conhecer Matheus Beltrão que tudo mudou. Tinha que ser ele? Justamente ele o meu primeiro amor? Não dava para ser um chimpanzé ou até o king Kong, acho que seria mais possível do que chegar ao coração do maravilhoso, senhorzinho Beltrão, a perfeição em forma de ser humano, capaz de fazer até mulheres de corações endurecidos suspirar.

Eu fico indignada, indignada por ser mais uma que suspira pelos cantos por ele. O que me difere delas é que não dou esse gostinho para aquele dono de belos olhos azuis. Sou indiferente, não beijo os pés dele como a maioria faz. Trato ele como se fosse uma pessoa normal, cheia de defeitos, não como o senhor perfeitinho cheio de graça.

Eu sou indignada comigo mesmo por me deixar viver essa coisa, sinto a fraqueza do meu ser quando aqueles olhos recaem sobre mim, como sou humana! Nessas horas é terrível.

Senhor, será que meus pecados são tantos assim? Eu não mereço!?

Bel bateu na porta do quarto dizendo que eles chegaram. Sim, eles! Teria que encarar minha amiga virtual ao lado do meu amor proibido.

No começo eu tentei não ser amiga dela, pois deixou bem claro desde que a conheci no supermercado, sim, eu suspeito até hoje que ela me seguiu até lá, que iniciou essa amizade para ser próxima de alguém que Matt tem na família e claramente para se certificar de que eu não era uma ameaça. Não deu certo, Letícia continuou se aproximando, então eu cedi, percebendo que ela era apenas uma menina correndo atrás do garoto que ama.

Eu admirei sua determinação, hoje em dia sinto pena e ao mesmo tempo continuo admirando, eu não seria capaz de deixar tudo para ir rumo a outro país por causa de um garoto, ela fez isso.

Matt é como se fosse o centro de seu mundo. Por isso fico por perto, buscando auxiliar em oração, levando ela a ler a Bíblia e até mesmo a orar. O triste é que os devocionais online que ela fazia comigo a maioria era para ela dizer a Matt o que estava fazendo e assim esperava ganhar pontos com ele.

Letícia não precisa abrir a boca para dizer nada disso. Eu sei ler as pessoas muito bem, o que não me dar o direito de julgar e muito menos desampara-la. Assim como eu, o que ela precisa é de ajuda e eu vou continuar lutando, apesar de todos esses negativos. Letícia é cheia de vida e alegre como eu, acabei me apegando nela, já que como eu seus pais também estão presos. Antes de Matt viajar para Lisboa, os pais dela foram presos envolvidos por desvio de dinheiro, muito dinheiro, da empresa em que eram sócios, não nego que esse fato também foi primordial para deixar que ela entrasse na minha vida.

Eu desci as escadas calmamente. Antes de chegar a sala principal ouvir a voz aguda de Letícia.

— Ele está completamente apaixonado com a ideia — sua euforia é contagiante —, eu não acreditei quando ele me fez esse pedido. — Aposto que ela está sorrindo de orelha a orelha.

Que bom! — Bel não parece confortável na conversa. Sua voz denuncia que estou certa. Ela soltou uma risadinha sem graça e Letícia a acompanhou.

Parada debaixo da escada, criando coragem para dar apenas alguns passos e chegar até a sala, não percebi que não estava sozinha.

— Que coisa feia! Ouvindo a conversa dos adultos criança — sua voz soa próxima aos meus ouvidos, a voz dele está ainda mais grave, potente, oh saúde, esse cara deve ter se cuidado muito.... Fazem quatro anos que eu não o vejo. Todas às vezes que ele vinha para o Brasil visitar seus pais em alguma data especial, sempre dava um jeito de ir para a casa de alguma amiga da faculdade, no caso a Victória ou a Stefany, elas são as únicas que sabem dessa minha loucura da juventude. Agora não há mais como adiar esse encontro. Devagarinho, giro o corpo em sua direção. Matt continua com sua boca perto da minha orelha, e ele não se afasta conforme eu vou ficando de frente para ele. Meu coração está desesperado, eu quero correr e também quebrar a cara dele por mim fazer sentir essas coisas.

Nossos rostos não estão colados por alguns centímetros apenas. Seus olhos estão mais intensos do que nunca, Matt está com uma barba rala e um bigode horrível, odeio homem de bigode. E ainda assim Matt está terrivelmente lindo.

Eu não digo nada, conseguindo ficar neutra por fora, ele sorrir e deixa um beijo em minha bochecha. Eu pensei que ia desmaiar, nunca sentir, literalmente, a mão do senhor me segurando, senão eu teria lançado meu corpo ao chão.

Como eu odeio você, Matheus Beltrão!

Para piorar, Matt me puxou para dentro dos seus braços. Pela primeira vez eu fico paralisada!

Até que ponto chegamos!

— Meu amor, que bom que você voltou pensei que tinha se perdido no banheiro — Letícia agora estava atrás das minhas costas. Sua voz denuncia está maravilhada com a cena a sua frente. Eu sabia que era mentira, uma encenação, ela não estava fazendo isso porque era falsa, ela estava se controlando porque  sabia que eu não oferecia perigo e é normal sentir ciúmes de quem ama, a forma que ela se controla é bela, bela porque mais uma vez eu percebo que... Pera... Ela chamou ele de amor!? Me soltei de Matt e virei para encarar minha amiga. Seu sorriso continuava enfeitando seu belo rosto. Ela levantou as mãos para arrumar o cabelo atrás da orelha e foi quando enxerguei a aliança em seu dedo. A aliança é a cópia da aliança de Amy e André.

Eu imaginava como seria quando esse dia chegasse. Só não imaginava que doeria tanto.

Eu sorri e a abracei. A apertei entre meus braços sentindo meu coração quebrar.

— Parabéns! — Aponto para o anel sem ao menos disfarçar que foi a primeira coisa que vi — Eu vou pegar meu celular para tirar uma foto — corri de volta para a escada rumo ao quarto.

Fechei a porta e cair ali mesmo. Estava doendo muito e eu precisava lançar a dor nos braços do meu Pai. Independente do que eu sinto por Matt, Jesus é minha alegria, ele está sempre aqui. É o suficiente para minha alegria. Sendo o motivo dos meus sorrisos, por isso não posso chorar para sempre. Não valia apena sofrer, por mais que fosse inevitável. Minha motivação para viver era Jesus, então minha vida não podia deixar de ser colorida por causa disso.

— É apenas uma fase. Vai passar! — disse para mim mesma.

 Vai passar! — disse para mim mesma

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Entre Nós e as EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora