Capítulo 2

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Mais um dia estava começando, levantei antes do amanhecer, pois acreditava que desse modo, teria mais disposição para trabalhar. Vesti minhas roupas, e caminhei até a cozinha.

-Que cheiro maravilhoso!

-Bom dia meu querido, preparei esses ovos para você.

-Obrigada, a senhora é a melhor.

Comi as pressas, não era do meu feitio me atrasar, e fui trabalhar. Chegando na floresta, parei por um instante, e me encostei em uma grande pedra, o clima estava perfeito, o céu mesclava de azul para lilás e alguns raios de sol começavam a ilumina-lo, dando um tom dourado as nuvens, eu sentia a brisa fresca se chocar contra meu rosto e o cheiro de terra molhada, aquilo me dava a sensação de estar no paraíso.

-Sonhando acordado de novo Henry?

Ouço uma voz rouca, abro os olhos e vejo o Sr. Cornélio sorrindo em minha direção.

-Me desculpe senhor, vou começar imediatamente.

-Aproveite seu corpo jovem, e me ajude a cortar aquelas árvores. Disse o velho rindo.Concordei, peguei meu machado e fui até a árvore para corta-la.

Duas horas depois, o líder dos lenhadores anunciou que teríamos meia hora para descansar, eu não estava cansado, então fui caminhar pela floresta, infelizmente tive o grande azar de me distrair com um pássaro e arranhar meu rosto em um galho, coloquei a mão em cima do arranhado, e senti que estava sangrando, fui então até a cachoeira que existia na floresta.

Chegando a beira da cachoeira, me deparei com uma coisa que com certeza puxou toda a minha atenção.

Eu estava encantando com aquilo que acabará de encontrar, mergulhei minha mão na água, e peguei uma foto emoldurada que estava presa no cascalho, à passei na manga da minha blusa para retirar a terra molhada que cobria a imagem, quando finalmente fui olhar a foto, uma voz interrompeu meu entusiasmo.

-Henry? O que está fazendo aqui? Não deveria estar trabalhando? O que aconteceu com seu rosto?

Olhei para trás, e vi um rosto conhecido, seus cabelos eram loiros e batiam em seu ombro,

os mesmos estavam presos em duas pequenas tranças desgrenhadas na lateral, sua pele era clara, e suas bochechas rosadas.

-Olá Mariah, uma pergunta de cada vez. Falei rindo. Ela se sentou ao meu lado, retirou um lenço de seu vestido, molhou-o na água e começou a passar delicadamente em meu rosto, para limpar o sangue.

-O que é isto na sua mão?. Ela perguntou se referindo a foto.

-Não é nada. Falei guardando-a em meu bolso.

-Vamos lá, sou sua melhor melhor amiga, não esconda as coisas de mim.

-Melhor amiga? Não por muito tempo. Eu disse num tom desanimado.

-Escute Henry, sei que você não gosta da idéia do casamento, eu também não gosto, é realmente muito difícil pra mim, encarar como marido, a pessoa que sempre esteve comigo como um grande amigo. Mas é algo necessário, não podemos mudar isso, você sabe que vai ser o melhor para todos nós.

A expressão de Mariah havia mudado, ela agora estava com a cabeça baixa, e lágrimas desciam em seu rosto. Coloquei minha mão em seu queixo, limpei suas lágrimas e a abracei.

-Me desculpe Mariah, não queria fazer você ter que passar por tudo isso, mas saiba que você sempre será a minha pequena, e que nossa amizade durará muito além do dia em que meu coração parar de bater, estamos juntos nessa.

Mariah abriu um sorriso de orelha à orelha.

-Bom, agora eu tenho que ir, minha hora de descanso já está acabando.

-Certo, te vejo mais tarde. Ela se levantou, beijou minha bochecha e sumiu no meio da floresta.

Eu fiquei sentado, refletindo a conversa que tive com Mariah, eu a adorava, mas sabia que ela não era a mulher certa para mim. Então me levantei, e segui o caminho por onde tinha vindo.

O Segredo RealOnde histórias criam vida. Descubra agora