Rowan não parecia ser um serial killer, de toda forma. Por mais grande e enigmático que ele pudesse parecer, durante o tempo em que conversaram conforme ele se propunha a lhe ajudar, Charlie notou que o notório ex capitão da marinha italiana era somente um cara legal, que havia se afastado do cargo cedo demais por conta de uma lesão na perna. A carreira diplomática, como ele mesmo havia lhe dito, não era sua praia. No auge dos seus vinte e sete anos, Rowan preferia gastar o seu tempo recém adquirido em algumas aventuras, a qual ele havia investido em uma agência de turismo no centro de Roma junto com seu primo.
Ele esfregou o pedaço de pano entre os dedos para retirar as marcas de graxa e Charlie, sentada na encosta da rodovia, tentou abaixar os olhos do abdômen exposto, que reluzia quase que como ouro. Rowan apoiou as duas mãos no capô, os olhos verdes procurando entre as peças do motor enquanto ele se remexia e os músculos das suas costas faziam as tatuagens se moverem, quase como se estivessem vivas.
— É, foi o que eu pensava. – Rowan se afastou, a camisa que ele usava antes amarrada na cintura e o peito com algumas marcas pretas de sujeira em meio as tatuagens. Charlie ergueu os olhos, ansiosa.
— Conseguiu consertar? – Ele deu os ombros.
— É o que veremos agora. – Rowan indicou o carro com um movimento dos braços e Charlie ficou em pé. Durante aquele tempo, ele havia a ajudado a soltar a tampa da parte de trás do porta-malas e se esgueirado entre os bancos até conseguir pegar a chave e abrir a porta.
— Só dar partida? – o homem concordou com um aceno. – Ok.
Charlie encaixou a chave com cuidado e fez como ele havia ordenado. O carro fez um som tão medíocre que ela teve até vontade de chutá-lo. Rowan a incitou com um movimento das mãos e ela repetiu o gesto.
— Continua! – ele pediu e Charlie o fez, com tanta determinação, rodando a chave com tanta força que o urro que ela deu quando ouviu o click fez com que até Rowan se assustasse. O mecânico de estimação ergueu as sobrancelhas grossas que emolduravam seu rosto curvilíneo confuso. – O que aconteceu?
Charlie bateu com o rosto no volante fazendo a buzina soar e ergueu a chave partida para que ele pudesse ver. O som o seu riso preencheu sua volta e ela quis gritar de novo.
— Você é a pessoa mais azarada que eu já conheci.
— O que eu faço agora? – questionou erguendo o pulso e vendo que horas eram. — Quanto tempo até o guincho chegar até aqui? Minha viagem já era!
Ela havia comentado sobre o que estava fazendo, sobre sua trip solitária até Roma para, enfim, voltar com o grande amor da sua vida. Rowan ouviu em silêncio conforme ela falava sobre Zac, sendo inteligente o suficiente para não opinar muito sobre a situação, ainda que o músculo sobressalente em seu maxilar e as sugestivas erguidas das sobrancelhas deixassem bem claro o que ele achava.
— Não te aconselharia viajar com essa lata-velha durante mais nem um quilometro, mesmo que a chave não tivesse partido. – Charlotte ergueu o rosto para ele, nada contente. Rowan deu os ombros. — Liga para o guincho. – Ela obedeceu, deixando de lado a autorizada natural da sua voz.
Foram precisos alguns muitos minutos de paciência enquanto ela dava todas as informações para o funcionário mal-humorado até finalmente conseguir que alguém viesse lhe socorrer.
Charlie se voltou para Rowan com toda a gratidão que havia dentro de si.
— Muito, muito, muito, muito obrigada! Eu não sei o que eu faria sem você, provavelmente iria ter ligado para o guincho antes e não teria quebrado minha chave, mas muito obrigada! – Rowan ergueu as sobrancelhas para ela, ignorando a parte que de aparentemente ele havia a atrasado.
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Todos os caminhos levam a Roma (Desgutação | Completo na Amazon)
General FictionCOMPLETO NA AMAZON! (link na bio) Durante nove anos, Charlotte e Zac foram um casal perfeito, durante nove anos eles foram exemplo para qualquer um que chegassem perto e durante nove anos, Charlie fingiu que estava satisfeita com a relação "perfeita...