CAPÍTULO 10 - Bella Ciao

194 30 20
                                    

Charlie saiu do banheiro sentindo sono devido todo o esforço que tinha feito no dia anterior e naquele. Sair para dançar, ficar "nadando" de um lado para o outro, fora a viagem de carro estava fazendo seus pés doerem e suas costas também. Ficava imaginando como Rowan deveria estar e se oferecia para dirigir no dia seguinte, esperando que ele não desse uma de macho-alfa e negasse.

O roupão felpudo cobria seu corpo quando ela se sentou na cama e viu que a roupa que Rowan havia separado para ela estava dobrada ao lado. Ela tentou não se sentir envergonhada com a lingerie preta que ele havia colocado em cima do vestido, um conjunto de tiras finas e ousadas demais para imaginar como ele as havia escolhido.

Rowan estava do lado de fora do chalé, a porta estava aberta e ela conseguia ouvir sua conversa pelo telefone, ainda que não pudesse entender direito suas palavras. O ar que entrava era quente contra o quarto frio pelo ar condicionado e ela entendeu que se não secasse o cabelo logo, ficaria doente.

— Buona notte, mamma. — Rowan disse ao entrar no casebre e fechar a porta.

— Nunca fui muito apegada com minha mãe, só nos falamos quando realmente necessário, não somos do tipo que conversa todos os dias. É fofo. – Rowan sorriu observando a tela do celular e se aproximou, entregando o aparelho em suas mãos.

— Meu pai está doente, eu ligo todos os dias para saber como andam as coisas e avisar por onde estou. – Charlie observou a foto do visor.

Na foto, Rowan sorria como nunca, os cabelos estavam curtos, jogados para trás enquanto um casal de senhores o abraçava com amor. A mãe de Rowan tinha os cabelos castanhos, a pele dela era bonita para a idade que deveria ter e os olhos eram idênticos ao do filho. O pai de Rowan havia deixado de herança para ele o sorriso, o mesmo sorriso de quem sabia ser feliz, os cabelos grisalhos penteados para trás e as linhas da idade envolta os olhos. Havia uma outra pessoa na foto, uma menina muito parecia com ele que estava na frente do rapaz, os cabelos eram escuros, os olhos eram castanhos como os do pai e muito bonita.

— Quem é essa? – perguntou apontando para a tela.

— Rosária. Minha irmã caçula. A coitada herdou o nome da minha avó e sofre por isso a vida inteira. – Charlie devolveu o aparelho para Rowan sorrindo.

— Sua família é linda. – O sorriso que ele deu deixou claro que ele concordava. – Estimo melhoras a seu pai.

– Obrigado. Vou tomar banho, estou fome. – Ela concordou com um aceno enquanto ele recolhia as roupas e ia até o banheiro.

Charlie preferiu secar o cabelo antes de realmente ver o que Rowan havia separado para ela. Vestiu a lingerie que parecia mais bonita sobre a pele mais morena e puxou o vestido para perto, o vestindo antes que Rowan saísse do banheiro.

Não era extravagante, pois não havia muita margem para isso em suas roupas, mas o vestido azul lhe dava uma elegância mais madura. As alças finas sustentavam seu busto com perfeição, cruzando-se em seus seios no busto do vestido até demarcar sua cintura, onde ele se abria até abaixo de suas coxas e ali permanecia. Por mais frio que estivesse dentro do quarto, do lado de fora o ar quente iria afugentar sua pele, a fazendo agradecer pela escolha de Rowan.

Ela vestiu as sandálias pretas e prendeu os cabelos em um rabo de cabelo alto, assim que ele abriu a porta, saindo já vestido. Só quando bateu os olhos em Rowan notou que a cor da sua camisa era bem próxima do azul do seu vestido.

— Você nos vestiu de par de vaso. – Grunhiu e Rowan deu os ombros.

— Era isso ou um vestido bege que... – Ele fingiu estar roncando. Charlie deu-lhe as cotas, lhe observando no espelho. Suas bochechas estavam mais rosadas e seus lábios mais vermelhos, a maquiagem que usava nos olhos era simples o suficiente para ela parecer elegante e saudável.

Todos os caminhos levam a Roma (Desgutação | Completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora