Não pode ser verdade...

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Minho já havia perdido a conta de quantas vezes havia chorado. Sua cabeça estava explodindo, os olhos estavam doloridos e ardendo, a garganta entalada e o coração quebrado. Estava tudo doendo. Mas o que mais doía era saber que seu loirinho não estava mais consigo.

Estava ali abraçado com Jisung, por mais que o outro já não pudesse mais corresponder seu abraço.

Ele deveria ligar para o IML para buscarem seu corpo? Sim, deveria. Mas ele não conseguia. Se sentou encostado na parede, abraçando as próprias pernas enquanto observava o corpinho do loiro ainda deitado no carpete de seu quarto.

Sentiu outras lágrimas virem, respirou fundo e tentou não deixá-las escaparem, mas era impossível.

“Isso não pode ser verdade...”

Sentia culpa, arrependimento, dor e sofrimento. Tudo doía, mas principalmente seu coração. Não poderia ser verdade, não mesmo. Teve Jisung por tão pouco tempo, e esse tempo foi tão precioso para si.

Doía pensar que não poderia mais vê-lo feliz tomando leite com achocolatado. Doía pensar que não poderia mais ver seu pequeno tão entretido vendo aqueles casos que tanto gostava na televisão. Doía pensar que não poderia mais embrenhar os dedos naqueles fios tão macios e cheirosos. Doía pensar que não poderia esquentar o corpinho de Jisung com o seu. Doía pensar que não poderia mais dormir abraçado com ele. Doía pensar que não poderia mais beijá-lo até ele ficar com as bochechinhas rosadas.

Seu coração doía. Doía muito.

O abraçou novamente, acariciando o corpinho pequeno. Olhou mais uma vez para o rosto gordinho, deixando um último beijo em sua pintinha na bochecha. Ele amava tanto aquela pintinha... Se sentia extremamente mal por não tê-la elogiado antes.

– Eu ia dizer o quanto eu amo você, Jisung. – sorriu com o coração partido, deitando a cabeça no peito do mais novo.

Entrelaçou seus dedos nos de Han, permitindo-se chorar novamente. Se arrependimento matasse, Minho com certeza já estaria morto. As lágrimas do moreno atravessavam a roupa que o loiro usava, molhando o corpo deste.

– J-Jisung?! – pela posição em que estava, pôde ouvir batimentos cardíacos numa frequência fraca. Não havia notado, mas a pele dele não estava mais fria, estava morna. Mas ele ainda estava desacordado. – m-meu amor, a-acorda!

O mais velho checou com cuidado novamente o ponto de pulso no pescoço do loiro, vendo que, realmente, as batidas estavam menos que o normal.

– Eu vou te trazer de volta, meu amor, não se preocupa! – Minho falou já posicionando suas mãos em cima do corpo de Jisung para realizar a reanimação cardiopulmonar.

Começou.

Uma compressão, duas compressões, três compressões. Fez até trinta e em seguida duas respirações boca a boca. Novamente pressionou o tórax trinta vezes seguidas acompanhadas de duas respirações para o oxigênio poder circular nos pulmões de Jisung. Minho era experiente, mas estava com tanto medo. Medo de perdê-lo de novo quando tinha a chance de trazê-lo de volta.

O corpo de Han balançava conforme as compressões torácicas, mas ele continuava desacordado.

– S-Sungie... Acorda! – o mais velho parecia que havia perdido todos seus anos de trabalho com aquilo. Como poderia ser um bombeiro se ele não conseguia reanimar uma pessoa? Será que as pessoas estavam enganadas sobre ele? Será que ele realmente era um bom profissional?

Que ótimo.

Sua mente brincava consigo novamente. Sua insegurança martelava sua cabeça nos piores momentos, e como ele odiava isso.

O Golden Retriever || Minsung (repostada)Onde histórias criam vida. Descubra agora