Minha

Faltam 24 horas para ter medo

"Então senhorita Berry, finalmente nos encontramos. "

"Só Rachel, por favor. E sim, é um prazer conhece-lo Nigel. " Rachel cumprimentou o homem com um breve, porém firme, aperto de mão.

Nigel Collins era o empresário de Quinn. Um senhor distinto, de aparentemente cinquenta anos e dos mais competentes e requisitados profissionais do mercado. Ele era o presidente da Collins & Associados, uma agência que possuía mais de trinta anos de trabalho e um dos maiores portfólios de L.A. Inúmeras estrelas de Hollywood e do esporte americano tinham contrato firmado com a empresa, mas pouquíssimos artistas eram agenciados por Nigel em pessoa. Quinn Fabray sendo um deles.

Após o reencontro que culminou em uma tarde de beijos nos bastidores, Rachel e Quinn concluíram que deixar de lado seus sentimentos não era mais uma opção. E Rachel, que até então, lutava para manter-se distante e controlada, decidiu jogar a razão pela janela e seguir o que todo o seu ser berrava há dias.

Então agora, sua priori era reivindicar para si o coração de Quinn.

A ideia de não ter Quinn em sua vida já transitava na esfera do impossível para a morena. Só imaginar isso a fazia ter náuseas. E não foi somente por causa da dança, ou os beijos que aconteceram em sequência nos bastidores. Rachel nunca sentira isso antes. Ela se viu incapaz de resistir a Quinn.

Foi como se aquela sensação de urgência que tomou conta dela na primeira vez que a viu, se tornasse ainda mais intensa, sem dar oportunidade alguma para lutar por controle próprio. Depois daquela noite no palco no GLAAD, Rachel só conseguia pensar em como a presença de Quinn era familiar. Era loucura, mas era como se Rachel já a conhecesse, mesmo sem nunca a ter encontrado anteriormente. E agora tê-la em seus braços chamando seu nome ao seu ouvido...

Aquela voz... parecia ser produto de uma alucinação. Porque era aquela voz que lhe pedia, não, que lhe implorava "não me deixe" naquela noite quando sua vida pareceu chegar ao fim.

Era loucura?

Ela estava perdendo a noção da realidade ao se deixar levar assim? O que era delírio e o que era realidade? Porque a voz que ela podia jurar ter ouvido no momento em que seu corpo desistia de lutar, já se entregando a escuridão, não podia ser a mesma voz que agora lhe sussurrava "Sou completamente sua..."

A mera presença de Quinn fazia todas as feridas se fecharem. Era como se o tempo tivesse voltado atrás, e nada de ruim tivesse acontecido. Nunca. Ela era aquela Rachel, antes de tudo; das festas, das farras, dos erros, dos arrependimentos. Coincidência ou destino?

Por sua vez, Quinn Fabray já havia abandonado a ideia de explicar o que sentia. Era impossível controlar seu coração. Sim, talvez ela houvesse enlouquecido. E sim, ela estava novamente se atirando em águas desconhecidas sem checar a profundidade. Porém, dessa vez, algo a dizia que valeria a pena. Rachel ainda não havia percebido, mas Quinn já havia entregue seu coração a morena, sem mais nenhuma hesitação. Porque o que ela via naqueles olhos castanhos a fazia se sentir completa. Diferente de Finn, Puck, Sam ou de Alex...principalmente de Alex.

Por esses motivos, e também principalmente após um inconveniente em um restaurante local na noite anterior, Quinn e Rachel foram chamadas para uma reunião com o empresário da atriz.

"Quinn, o principal motivo da nossa reunião de hoje é estabelecer as diretrizes que nos guiarão para nossa declaração sobre o ocorrido. Estamos monitorando vários sites, mas as fotos de vocês de já estão online e se não houverem explicações logo, a mídia vai continuar a distorcer os fatos." Nigel gesticulou para que as mulheres a sua frente vissem as fotos no Ipad que ele havia colocado sobre a mesa. A tela mostrava várias fotos do casal acompanhado de Britanny e Tony, saindo de um dos restaurantes veganos onde a morena era assídua. Apesar de terem se esforçado para ser discretas, os paparazzi não falharam em capturar algumas das trocas de olhares e sorrisos entre elas.