Vamos conversar?

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Olá leitores!

Como prometido, mais uma att pra vocês.
Ontem eu fiz uma enquete sobre quem seria a "pessoa misteriosa".

Quem acertou?

Boa leitura!

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Manu Pov

Vamos conversar?

Talvez conversar seria uma ótima idéia para resolver as controvérsias. Eu e Mariana estudamos juntas no ensino médio. Três anos seguidos. Nunca fomos muito próximas e nem fiz muita questão para tal. Nós conversávamos vez ou outra, mas nada a mais que isso. 

Bom, essa dinâmica deixou de existir quando Gizelly tornou-se nossa Professora de português. Os trabalhos que eram feitos em dupla nas aulas de literatura, agora eram feitos em grupos. Por coincidência, - ou Deus mesmo querendo castigar sua serva - toda vez que a turma se separava, eu, Jaime, Mari, Chay e Gabi ficávamos por último, formando um grupo. 

Não era um fardo fazer trabalho com eles, principalmente quando Gabi estava junto. A menina era muito divertida e muito ingênua. Teve uma vez que estávamos reunidos em sua casa 'pra acertar os últimos detalhes da nossa apresentação. Ela pegou o violão que tinha em casa e começou a cantar uma música autoral dela, "Neném". A menina tinha muito talento. Não é atoa que hoje ela é uma das cantoras sertanejas mais conhecidas. 

Enfim, o que ajudou na minha inimizade com Mariana foi falsidade e mentira. Quando estávamos juntas era engraçado. Foram diversos projetos maravilhosos que fizemos em grupo. Sobre Clarice Lispector e suas epifanias. Sobre Carlos Drummond de Andrade e seu poema "E agora José?" que acarretou em um lindo projeto sobre a violência e o racismo com a turma. Foram ótimos momentos. Mas, também tiveram seus piores. 

Uma das coisas que eu mais detesto é falsidade. Eu não vejo problema quando alguém fala que não gosta da minha pessoa. Ninguém é obrigado a gostar. Tanto que quando eu via algum comentário em minhas redes sociais jogando hate, eu adorava. Quando você divide opiniões, quando tem pessoas que gostam e não gostam de você é porque está sendo feito  um ótimo trabalho. Essa é a minha percepção. 

O problema para mim sempre foi o ser - que intitula-se meu amigo/amiga - ter duas caras e inventar mentiras que podem prejudicar outros. 

Antes de entrarmos no recesso do meio do ano, Gizelly passou três testes e duas provas. A capixaba estava meio que atolada com tudo. Sua mãe que estava de visita no Rio, encontrava-se doente e, para completar, tinha as provas da faculdade e dois artigos para entregar. Ela estava  realmente na correria. Então, naquela semana, eu e Jaime resolvemos dar uma "mãozinha" ajudando a professora com as provas. O coreano era um verdadeiro gênio na matéria, ele sempre gabaritava. Por isso, ele ajudou bastante a mais alta corrigindo algumas provas. - ele corrigiu as de múltipla escolha com o gabarito e Gizelly as discursivas - Eu fiquei com a parte mais fácil, somar os pontos. 

Foram dois dias que ficamos corrigindo depois das aulas. No segundo dia, Jaime não pode ficar mais tempo pois teria de ir ao dentista ou alguma coisa parecida. Mas, já tinha virado rotina. Antes de acontecer esse rolo todo de provas, eu, o coreano e Gizelly sempre ficávamos um tempo a mais conversando após a aula. Vez ou outra íamos ao shopping tomar um sorvete ou ver um filme. Já tínhamos virado uma santa Trindade e isso não passou despercebido por Mariana. 

Quando voltamos do recesso, começou a rolar um burburinho no colégio que eu a professora estávamos tendo um "caso" por causa da nossa proximidade. Quando eu descobri, fiquei pasma. Lógico, era um verdadeiro pecado achar isso, Gizelly poderia ser minha mãe. - na verdade, irmã, porque ela era dois anos mais velha que Rafaella. Eu só gostava de um drama mesmo. - Eu só dei real importância ao assunto quando quase fui suspensa e a capixaba demitida. 

Até o Último SuspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora