Meus olhos se abriam lentamente, e lembrando da noite passada, desejava que Bangchan já não estivesse mais ali. E para meu alívio, ele não se encontrava mais deitado em sua cama.
"Provavelmente já saiu para trabalhar"
Antes de sair do quarto, eu tomaria um banho, pois precisava passar na casa de meus pais antes da entrevista. Precisava das minhas roupas.
Para minha surpresa, encontrei um objeto não tão conhecido, mas a caixa ao lado apenas confirmava minhas teorias. Era um teste de gravidez, provavelmente esquecido, em cima da pia, que claramente marcava positivo.
"Jina? B-Bangchan?"
Ultimamente tudo me preocupava, e eu não tinha a única distração possível que me tranquilizava, mesmo que fosse um hábito ruim.
Dentro do chuveiro, aquilo se repetia em meus pensamentos. Bangchan teria um filho? Ou Hyunjin? Não que eu me importasse com a vida de Hyunjin, mas Bangchan estava envolvido.
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Duas horas se passaram, e aquilo não saia de minha mente. Eu estava na porta da residência de meus pais, sem coragem alguma para tentar chamar a atenção de algum deles batendo na porta. Seria exaustivo discutir com eles novamente, mas eu precisava.
Dez minutos de pura covardia depois, finalmente tive "valentia" suficiente para bater na porta com as costas do meu punho.
— Um minuto! — uma voz ecoava de dentro da casa, uma voz feminina.
Com as mãos trêmulas, eu segurava uma pequena mala que Jeongin me emprestara para trazer o necessário.
Segundos depois, uma mulher baixa de cabelos castanhos escuros e vestes extremamente formais para se ficar em casa o dia todo, abriu a porta, dando um berro com a surpresa.
— YANG YUNA! — sem pensar duas vezes, a mulher agarrou meu braço com força, enterrando suas longas unhas em minha pele. Provavelmente marcas apareceriam mais tarde.
— Você é maluca de fugir de casa? — ela ainda gritava, porém não tão alto como quando me vira.
— Não vim para conversar — sem muito esforço, consigo me livrar de sua mão machucando meu braço — Por favor, não encoste em mim outra vez — me lembrar do que eu passava todos os dias me deu forças para ignorá-la, a tirando de meu caminho.
— Nós somos seus pais! Somos os donos de sua vida! — resmungava muito irritada, com os braços cruzados — Só queremos o seu bem!
— Primeiramente, não pedi para nascer — meu tom calmo a deixava cada vez mais áspera — E vocês não podem me obrigar a sustentá-los, ainda mais do jeito que vocêsquerem — me dirigindo até meu antigo quarto, começo a retirar brutamente meus pertences de um guarda roupa velho e atirar dentro da mala.
— Não queremos que seja uma vagabunda trabalhando com arte — ela nunca me apoiara na minha escolha profissional. Sempre quis que seguisse seus passos, sendo escrava de algum escritório de administração.
— Sim, sim — a ironia em minha entonação a enfurecia — uma vagabunda como a senhora — fechando minha mala, me dirijo até a saída, na esperança de que alguém de força maior não me impedisse, vulgo meu pai, que realmente não se pronunciou ao me ver. Talvez tivesse desistido de tentar me convencer, pois fez um sinal para a mulher furiosa.
"Pensei que seria pior"
Num respiro fundo, eu me via do lado de fora novamente, agora com uma mala cheia em mãos. Nunca mais voltaria àquela casa.
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O dia anterior havia passado rápido, nada de muito extraordinário acontecera no período da noite. Apenas passei um tem jogando alguns jogos con meu irmão e nem cogitei em tocar no assunto do teste que eu havia encontrado no banheiro de Chan.
Hoje a ansiedade me atingia novamente, pois a entrevista estava chegando, e esses momentos são muito difíceis de lidar. E por mais que Jeongin tivesse tentado me acalmar, a tensão me dominava, me fazendo tremer e suar frio.
Me situava em uma sala silenciosa, onde todos aguardavam seus chamados. Alguns aparentavam estar assim como eu, extremamente ansiosos, já outros pareciam demasiadamente confiantes. Todos vestidos com ao menos uma camisa, saia ou calça, não muito formais, mas vestidos adequadamente para uma entrevista.
— Yang Yuna, por favor — uma voz feminina, de uma mulher próxima a seus trinta e cinco anos, chamou. Tentando não parecer um desastre com o tanto que minhas mãos suavam, esfreguei-as em minha calça, na tentativa de não derrubar nada.
Agora, adentrando uma nova sala, haviam três pessoas. Dois homens e uma mulher.
"JINA?"
Falhava em tentar ser discreta na minha reação totalmente incrédula. Ela realmente estava como todas as vezes que a vi, nem sequer demonstrava reações ao me ver, e seria impossível não me reconhecer dessa vez.
Lutava ao máximo contra meu coração disparado. Não podia perder a chance de conseguir aquele emprego. Então convenci minha mente que deveria mostrar o meu melhor, sem parecer fraca dessa vez, já que Jina sempre demonstrou se sentir superior a todos.
A entrevista foi até melhor do que eu mesma esperava, os dois homens pareceram gostar do que apresentei, diferente de Jina, que parecia que iria gritar de raiva a qualquer momento. Talvez ela estivesse com algum tipo de ciúmes de Chan, sabendo que moro com ele agora.
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Sai daquele enorme prédio comercial convencida que teria meu emprego.
Atrás de mim, saira Jina, indo em direção a um homem de costas, que quando virou para trás, pude reconhecê-lo como Hyunjin. O garoto estampou um grande sorriso no rosto ao ver sua companheira, que correu até ele e o apanhou pelo braço.
Não demorou para que ele direcionasse seu olhar a mim com certa supresa, enquanto eu apenas acenei com os braços cruzados, dando uma risada nasal. Jina ao ver essa cena parecia ainda mais irritada. Se dependesse dela, eu nunca seria contratada.
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