Heart Tamer - SuperCorp

Pule

Boa tarde, fic adaptada do livro A Mulher dos Sonhos de Annee Majjor, espero que gostem!

Florença, Itália

- Arranca os olhos dela! Aí ela vai ver o que é dor!

Lena estava com a mão na porta do auditório que dava para o estacionamento e para o heliporto, quando ouviu os gritos ameaçadores.

Roger, seu assistente, comentou num tom preocupado:

- Tem uma multidão gritando na praça. Felizmente as coisas mudaram desde Romeu e Julieta e eles não andam mais com espadas. Você vai poder sair daqui em segurança.

- O que está acontecendo? Eles tiveram meses para analisar meu projeto. - disse Lena.

Lena Luthor não era uma covarde. Mas ficou paralisada com o barulho de cinco mil florentinos enfurecidos do outro lado da porta, ameaçando arrancar preciosas partes de sua anatomia. Seu corpo alto e forte parecia incapaz de se mover. Seus pés pareciam plantados no chão. As ameaças de morte aumentavam cada vez mais. Talvez devesse ter sido mais conservadora. Sabia que o projeto futurista e modernista do museu era exagerado, mas esse conhecimento

iria detê-la? Claro que não.

- Que ironia. Os bons cidadãos de Florença querem me matar justamente quando comecei a me sentir viva de novo. - assim que acabou de falar, lhe veio à mente momentaneamente vulnerável a visão que tanto assombrava seus pesadelos, sua amada ex-esposa e sua pequena Sophia jazendo inalcançáveis em seus ataúdes.

Felizmente a imagem lhe fugiu quando sentiu a mão de Roger em suas amplas costas.

- Calma, ainda estão discutindo o que fazer com você. Uns querem matá-la, outros esfolá-la.

- Muito engraçado. - rosnou Lena. O bom humor de Roger não estava sendo nem um pouco conveniente. - Você deveria estar na tevê.

- Você está ficando uma velha resmungona.

- E se eles conseguirem, vou ser uma velha resmungando com voz de soprano.

- Incrível, você fez uma piada.

- A vida continua.

- Especialmente para quem conquistou Megan Danvers. Corre um boato de que você vai pedi-la em casamento.

- Por que dar ouvidos a esse pessoal fofoqueiro?

- Muitas cartas perfumadas estão chegando da Cidade do México.

Lena se irritou. Pretendesse casar ou não, não era da conta de ninguém.

- Não poderei propor nada a ela se você não me tirar de Florença viva.

Roger abriu a porta e a empurrou.

- Corra, amante latina. Estou bem aqui, atrás de você!

Baixando a cabeça e se escondendo por trás da sua pasta de couro, Lena atravessou a multidão que os musculosos seguranças a muito custo mantinham atrás do cordão de isolamento.

Abril começava e a noite era fria. O estacionamento estava lotado. O heliporto ficava a algumas centenas de metros. Os policiais formaram uma barricada humana ao longo do caminho para protegê-los, mas ainda assim mãos e braços desconhecidos estavam prestes a agarrá-la quando Lena alcançou o helicóptero, habilmente evitando também os microfones diante de seu rosto pálido, aristocrático e famoso.

- Como você poderia construir esse monstrengo futurista em uma cidade famosa por sua beleza arquitetônica e sua história?

- Egoísta! Desconstrutivista! Modernista! Pós-moderna!

- Florença se orgulha de seu passado. - gritou um homem forte e moreno. - Seu museu parece um caranguejo sentado em uma privada gigante!

Roger riu e gritou respostas indecorosas em seu primário italiano.

- Seu pai bilionário comprou as autoridades da cidade para que escolhessem seu projeto insano? - alguém perguntou no meio da multidão.

- Vanguardista, por favor. - corrigiu Roger, mostrando seu sorriso de anúncio de pasta de dentes.

A referência a seu pai fez com que Lena se virasse justamente no momento em que foi atingida por uma pedra no ombro esquerdo.

- Sem comentários! - Roger gritou atrás dela, enquanto uma mão arrancava um de seus caros sapatos italianos.

- Pule, Lena, antes que os autóctones me deixem nu! Estou bem atrás de você. - se ouviu o ruído de uma calça se rasgando. - Uau! Larguem minhas calças! Ei! O filho da mãe quase me pegou. Pule! Você não é a única carne que eles querem para o churrasco.