Heart Tamer - SuperCorp

Igual Ela a Anos Atrás

Eram duas da tarde quando Kara subiu as escadas e, ao passar pelo quarto de Megan, viu a porta aberta. Oito malas estavam dispostas como soldados ao lado da cama. A nona estava aberta em cima do colchão, repleta de roupas novas.

Megan saiu do closet com lingeries pretas de seda que realçavam os volumosos seios e as curvas sinuosas dos quadris. Ignorando Kara, foi até o espelho verificar o efeito.

- Megan...

- Káh! Finalmente! Liguei inúmeras vezes para você me pegar no aeroporto!

Kara suspirou.

- Eu sei. A bateria do celular acabou. Mas cheguei no aeroporto na hora combinada.

- Quando percebi que não tinha como avisá-la que voltaria mais cedo, me senti uma idiota... com todas as minhas malas. Liguei umas dez vezes!

- Não achei o recarregador do celular. Eu...

- E Evan?

- Doente.

- Se souber que ele está de ressaca, vou demiti-lo.

- Não faça isso. Prometo que não acontecerá de novo. - Kara juntou as mãos e baixou a cabeça, em súplica.

Megan sorriu docemente.

- Baterias acabam... especialmente a sua, já que falamos tanto.

- Esqueci que você iria me ligar.

Megan a abraçou, mas a largou rapidamente, de tão nervosa e excitada que estava.

- Lena está chegando! E nem escolhi ainda que roupa vou usar!

Pondo as mãos na cintura, Megan sorriu para o reflexo no espelho e para Kara, visivelmente orgulhosa de seu corpo esbelto e seus traços perfeitos.

Kara perguntou, tentando demonstrar naturalidade:

- Quando a princesa encantada vai chegar?

Kara deu uma furtiva olhada para a gaveta em que Megan deixara as fotografias de Lena. Ela jamais admitiria que entrara várias vezes no quarto de Megan para contemplar aquelas malditas fotos e, pior do que isso, tivera sempre aquela estranha sensação de que se conheciam de outras vidas.

- Hoje à noite.

- Como é?

Megan deu outra voltinha.

- Como estou? Não comi uma única batata frita em Houston.

- Linda como sempre.

- Lena me ligou quando eu estava em Houston... Quer ver a casa de praia. Disse que me ajudaria na reforma. Se tudo correr bem hoje à noite, iremos para lá amanhã.

A casa de praia ficava nas proximidades de uma bucólica vila de pescadores de Progresso, a mesma cidade em que Aaron mantinha seu iate. Um furacão causara sérias avarias na casa. No momento era uma esplêndida mansão sem nenhuma porta ou janela.

Os pensamentos de Kara foram distraídos por gritos de Miguel. Ela correu para a sacada, de onde viu seu filho. Ele estava indo para a piscina com Júlio e Tammy, exibindo o amável sorriso que tinha para todas as pessoas. Ela ainda se sentia culpada por ter deixado Júlio e destruído aquela família. Se casaram jovens, ainda que não se arrependesse de ter dado à luz o belo e formoso Miguel.

Júlio estava levando uma bola de praia amarela. A bronzeada Tammy, que acabara de fazer vinte anos, estava linda e sensual com aquele decotado biquíni branco.

Igual a Kara... onze anos atrás...