14.

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DANIEL

 Jack saiu da casa da Laisa com ela no colo. Antes dele entrar, Hina deu para o menino alguma substância que fazia a pessoa dormir por algum tempo, caso ele precisasse. Pelo visto, ele precisou. Na hora que saiu da casa, ele passou direto, não querendo olhar para ninguém, muito menos conversar. 

 - Pelo visto a conversa não foi muito boa... - Zach comentou

 Ninguém disse uma palavra no caminho até o campo, a não ser Hina, que ainda tentava falar com o Heimdall. Ele estava mesmo ignorando a menina. 

 - É isso, desisto. Não faço ideia de como vamos chegar em Asgard.

 Depois disso, o caminho foi silencioso. Era de tarde, muitas pessoas estavam nas ruas, mas entre nós, era silêncio total. Jack carregava Laisa tranquilamente no colo como se não tivesse carregando nenhum peso.

 Quando chegamos no campo, Hina tentou de novo falar com Heimdall. Sem sucesso. De novo, de novo e de novo. Jack teve que colocar Laisa no chão pois estava demorando demais. Por mais que Hina seja durona, eu sabia que ela queria chorar, gritar e bater em algumas coisas, mas ela não queria fazer isso na frente de todo mundo. E isso quebrou meu coração, porque eu queria ajudar ela, mas não sabia como.

 - Por que você não me responde? - ela falou com voz de choro - Nós precisamos ir para Asgard, por favor. - quando ela disse aquilo, eu tive uma ideia.

 - Heimdall? Você está aí? - perguntei, me aproximando do grande símbolo da Bifrost marcado no chão. Hina me olhou confusa, mas eu apenas assenti com a cabeça pra mostrar que ela podia confiar em mim, então ela confiou - Não sei se você sabe, mas... Sou eu, o Daniel. Filho de Thor. Olha, eu não sei porque não escuta a Hina, mas você tem que me escutar, por favor. Pelo que eu entendo, Asgard é a casa do meu pai, a minha casa. E se eu sou tão importante como diz que sou, significa que meus amigos também são, nós merecemos estar aí. Eu mereço estar aí.

 Engoli em seco morrendo de medo de isso não funcionar. Era a única coisa que eu tinha pensado. Por alguns segundos, nada aconteceu. Mas depois eu consegui ver uma luz no céu, que foi se aproximando cada vez mais, até se formar em um estranho arco-íris gigante e parar na nossa frente, bem em cima do símbolo. Não tinha que ser inteligente para entender que aquela era a Bifrost, e era só dar um passo pra frente que você já parava em Asgard.

 - Vamos gente, antes que Heimdall mude de ideia. 

 Jack foi o primeiro a passar com Laisa, depois Jonah, Zach, Corbyn e depois as meninas, menos a Hina. Eu olhei pra ela tentando entender o que ela estava pensando, mas sua expressão era indecifrável, como no primeiro dia que eu a conheci. Não sabia dizer se ela estava feliz, ou triste, ou com raiva. Ela só estava... sendo ela.

 - Estica a mão. - ela falou, por fim. 

 Não entendi porque ela falou isso, mas obedeci. Quando estiquei o braço, senti alguma coisa no corpo, tipo eletricidade. Eu podia sentir alguma coisa se aproximando de mim, cada vez mais perto. E quando se aproximou, eu fechei os olhos pois não sabia o que estava vindo. Fechei a mão no objeto que era gelado e áspero. Quando percebi o que era, abri os olhos e sorri.

 - Mjolnir. Como... como isso é possível?

 - O martelo sempre volta pra quem é digno, não importa onde esteja.

 Hina me respondeu e entrou na Bifrost. Alguma coisa na voz dela me fez arrepiar. Não era possível ler a expressão dela, mas era possível escutar. Ela parecia... com raiva? Não, não é possível, deve ser só impressão minha. Tirei esse pensamento da minha cabeça e entrei na Bifrost. 

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