18.

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NARRADOR

 Quando os meninos acordaram, eles ainda se sentiam atordoados depois de escutarem a profecia. Eles levantaram da cama parecendo uns robôs. Vestiram a roupa, escovaram os dentes, encararam a parede por pelo menos dois minutos e saíram do quarto para tomar café da manhã.

 Mesmo depois de uma luta, o castelo continuava perfeito, brilhando por aí. As pessoas que trabalhavam ali continuavam sorrindo e davam bom dia para os meninos a medida que eles andavam, como se nada tivesse acontecido. Os 5 meninos chegaram em uma sala onde os semideuses comiam, mas lá só tinha Christina, Olivia, Tate e Hina, por mais que ela não seja uma semideusa, deram permissão para a menina tomar café com eles.

 - Eles deixaram a sala só pra gente depois de ontem, não é legal? - Tate falou, claramente querendo puxar papo

 Ninguém respondeu, nem soltaram um barulho sequer. Os meninos sentaram e começaram a comer. Eles não admitiam, mas estavam chateados com as meninas por não terem contado nada sobre a profecia. Daniel era o que mais se sentia traído. Ele realmente pensava que ele e Hina tinham alguma coisa, uma amizade ou talvez um pouco mais... Mas ele estava errado. Hina sabia que ele ia pra missão com alguma chance dele morrer ou trair os amigos, e não falou nada sobre. 

 - Por que? - Zach resmungou, achando que ele estava só pensando, mas acabou resmungando. Já que ele tinha soltado, resolveu terminar de falar - Por que não contaram pra gente?

 - Vocês teriam vindo caso nós contássemos? - Olivia perguntou

 - Não. - Jack soltou - Claro que não.

 Querendo ou não, Jack era o que mais tinha contato com a vida mortal. Ele tinha uma namorada, tinha amigos próximos, ao contrário dos outros meninos, que só tinham eles mesmos. Jack era o que mais sentia falta da sua antiga vida, sentia falta de matar aula com a Laisa na praia, e pensar nisso fez o coração do menino quebrar. Desde quando Jack injetou a namorada com aquela substância estranha que Hina deu pra ele, ela ainda não tinha acordado, o que era bom, olhando pelo outro lado.

 - Se vocês não tivessem vindo, - Hina falou áspera, como se estivesse esperando pra falar isso desde o começo da missão - todos vocês iriam morrer, não apenas um. Não só vocês, como todo mundo. Os deuses, os semideuses, os mortais. Hades e Loki iriam caçar um por um, a não ser que algum idiota queira se juntar ao exército deles. Eles iam ser donos do universo, mesmo que não haja nenhuma alma viva para comandar. 

 As palavras de Hina pesou a sala, já que todo mundo pensava nisso. Por mais dura que as palavras sejam, ela não estava mentindo. 

 - Hina tem razão. Ela não deveria ter soltado desse jeito, - Olivia olhou pra menina, repreendendo-a - mas não deixa de ser mentira. De qualquer forma, vocês sabem da profecia agora. Podem tentar mudar, quem sabe.

 - Não se pode mudar uma profecia. É uma profecia, uma previsão do futuro. Não tem como mudar isso. - Christina comentou

 - Onde é o banheiro? - Corbyn perguntou e todos olharam pra ele se perguntando como ele pode querer ir pro banheiro numa hora dessas

 Christina respondeu dizendo que era a última porta do corredor, e Corbyn foi. Hina aproveitou o momento e sentou no lugar de Corbyn, que sentava do lado do Daniel.

 - Sinto muito. Eu não queria que você soubesse desse jeito, eu ia te contar uma hora, eu juro.

 - Ah, agora você está falando comigo? - Daniel encarou a menina, que suspirou como se tivesse levado um soco no estômago

 - De novo, eu sinto muito. É só que... - Hina parou de olhar pro menino e encarou a mesa envergonhada - Por dias, eu chamei Heimdall, procurando por uma resposta, pedindo pra ele ajudar a gente, e ele nunca me respondeu. E você na primeira tentativa, foi atendido. É estúpido, eu sei, me perdoa. 

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