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Jake estava desejando uma grande aventura, é verdade, mas ser deixado para trás depois de uma nevasca e sem um mapa em mãos tornava tudo um pouco mais complicado. Tom saiu da barraca e ele o seguiu, olhando em volta procurando por algum sinal de vida. Nada. Só haviam brasas recém apagadas e os espaços demarcados pelas barracas que já haviam sido recolhidas. Embora o sol já tivesse dado as caras, o vento gélido ainda congelava a ponta das orelhas e dos narizes dos rapazes.

— Merda! — Jake exclamou. — Merda! Merda! Merda!

Ele chutou um pequeno montinho de neve bem a sua frente. Em seguida andou por alguns metros a norte esperando encontrar algum rastro do grupo: as pegadas. Tom o seguiu.

— Não é possível. — Jake se agacha e toca o solo. — Olhe, não tem nada aqui. Nenhuma pegada.

— Deve ter nevado um pouco depois que eles saíram, antes do sol resolver aparecer. — Tom pondera.

Jake solta um longo suspiro.

— Tá tudo bem, cara. — Ele dá dois tapinhas no ombro de Tom. — Vamos juntar nossas coisas e ir andando.

— Você sabe para onde devemos que ir? - Tom perguntou desconfiado

Você sabe? — Jake devolve a pergunta um pouco irritado.

Tom ergue as mãos em rendição.

— Tudo bem. Mais nenhuma palavra. — Tom simula fechar a boca com zíper em um gesto de pinça com os dedos.

Os rapazes começaram a desmontar a barraca e juntar suas coisas. Enquanto isso, Jake pensava qual seria a sua estratégia para que pudessem sair daquele grande terreno nórdico congelado. Seguir para o norte era a primeira opção. Depois disso achar um rio e seguir na direção em que ele flui para poder achar a civilização. Ótimo, tudo sob controle.

— Ei, Jake, e se pegarmos este resto de fogueira queimada e usarmos de carvão caso a gente precise acender outra fogueira?

— Muito bem, Tom. — Ele ri. — Continue assim e vai ganhar sua primeira medalha de escoteiro.

Jake pega a sua mochila e procura a panela que havia levado consigo. Ele pega um pouco do carvão já frio e coloca dentro do utensílio.

— Uau, você trouxe uma panela. — Tom zomba. — Então alguém realmente estava empenhado em cozinhar na floresta.

— Em situações de sobrevivência, você vai precisar.

— Eu não trouxe uma porque achei que não fosse precisar.

— Nós já conversamos sobre isso.

— Ok, eu já superei. — Tom toca o ombro de Jake. — Já aceitei que fomos largados para morrer.

— Só termina de recolher as coisas para podermos seguir. — Jake observa o horizonte. — Temos um longo caminho pela frente.


2 horas de caminhada depois...

Por conta do esforço físico para se caminhar na neve, a queima de calorias pode ser maior do que caminhar debaixo de sol quente, portando o ambiente em que se encontram pode proporcionar uma grave desidratação. Tom e Jake já estavam caminhando a mais de 2 horas, alternando a liderança da caminhada para otimizar energia, mas ainda assim já sentiam os efeitos da desidratação e da fome. Jake estava preocupado porque até agora, nenhum sinal de rio de água doce ou civilização.

The Explorers Saga: Norway | Gyllenholland Onde histórias criam vida. Descubra agora