Tense Moment

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Já eram sete e meia em ponto. Se eu havia esquecido de ir a casa dos Jauregui? Não esqueci. Apenas estou lutando contra meu subconsciente para fingir que ninguém veio à minha casa hoje e que eu não teria que cuidar da menina Lauren, mas não tão menina assim. 

Infelizmente, eu teria que ir de um jeito ou de outro. Afinal os Jauregui foram viajar confiando que eu cuidaria da filha deles. O que é meio curioso já que eles são muito cautelosos com a garota e não deixariam ela sozinha com uma outra garota, sem contar que o pai dela não gosta nem um pouco da minha pessoa. Afastei-me de meus devaneios e sai de minha casa, tranquilamente. Não totalmente, se dissesse que estou tranquila estaria mentindo? Talvez. 

Mas eu não sei o que poderia acontecer naquela casa, estando eu junto com Lauren. Batuquei a porta lentamente, ainda esperava seriamente que ela não fosse abrir. Seria um alívio. 

Mas em menos de uns minutos, a garota abriu a porta apressada e me olhou sorridente. 
 
— Camila, você veio. — sorriu largo, junto com aquelas esmeraldas verdes. 

 
— É... Eu vim. — forcei um sorriso e me inclinei para cumprimentá-la. Mas logo fui surpreendida com um abraço. 

— Vamos, entre. — sorriu, afastando-se de mim e dando espaço para que eu entrasse. 

Adentrei o lugar e meus olhos não hesitaram em deslocar-se por toda a sala. Estava demasiadamente limpo, e se dúvidasse poderia até ver nossos reflexos no piso. 

— Você demorou um pouco então eu resolvi, meio que limpar as coisas. — sorriu fraco e sentou-se no sofá. — Pode se sentar, Camila. Você já é de casa. 

Me sentei como o indicado e o encarei com um sorriso mínimo no rosto. Por que ela havia limpado a casa, se eles possuem uma empregada? 

 
— Laur.. — ela desviou o olhar para meus olhos e sorriu abertamente. 

— Sim?

 
— Por que limpou a casa? Vocês têm empregada... — disse em um tom de curiosidade. 

— Ela não veio trabalhar hoje e eu...  — antes que ela pudesse completar, eu a interrompi. 

— Tudo bem não precisa me dar satisfações. Então, o que quer fazer? 

 
" O que quer fazer? "

 
Essa frase, eu tinha medo dela. Medo do que aconteceria em seguida. Mas, porque eu estou tão certa de que algo ruim irá acontecer? Eu só necessito de relaxar e logo esses pensamentos negativos irão embora. Pelo menos é isso que eu acho e espero. 

 
— Podíamos assistir um filme. O que acha? — sorriu carismática. 

Assenti com a cabeça e ela levantou-se indo em direção a mesinha; onde estava todos os CDS. 

 
— Que filme quer assistir, Camz? — me olhou de relance, enquanto encarava os CDS incerta. 

— Qualquer um pra mim está bom! — dei de ombros e encarei o chão pensativa. 

 
 Logo ela se sentou ao meu lado, e ficou brincando com seus dedos feito criança, enquanto esperava o filme começar. Fiquei um tempo a olhando e percebi que ela também me encarava, balancei a cabeça negativamente e voltei a olhar a televisão. Tendo a famosa sensação de ser secada ao extremo. Que droga Lauren, você só dificulta as coisas! 

 
Senti suas mãos tocarem as minhas timidamente. Eu queria dar um tapa na cara dela. Por que ela faz isso comigo? Droga! 

 
Fiquei imóvel, sentindo suas gélidas mãos acariciando as minhas. Que agora pareciam estar dormentes. Por que eu me sentia assim perto dela? Por que isso acontece? Essas sensações são muitos estranhas. Credo. 

É como se o mundo parasse e só existisse nós duas, e aquele breve momento que acabara quando o filme se iniciou. Agradeci mentalmente por isso, pois o clima tornou-se meio tenso, não sei para ela. Mas para mim, sim. 

Agora estava eu e Lauren na sala, assistindo um filme do qual eu não sei o nome. Enquanto eu estou imóvel, por não saber o que fazer apesar de nada ter acontecido. Certamente eu sou muito pirada, estou imaginando coisas que nem são o que realmente estou pensando.

Tudo culpa de Lauren Jauregui. 

A Filha Do PastorOnde histórias criam vida. Descubra agora