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Andreah

Mesmo meu corpo pedindo por mais naquela tarde, como ordenou-me, pratiquei as posições de ioga com ajuda de uns DvD's na academia e tomei um banho de espumas demorado. Só voltei a vê-la às seis horas daquela noite. Se aquele jantar no qual eu teria que servir bifes fosse algum tipo de teste no qual Miranda quisesse me ver fracassar, ficaria tristemente decepcionada.

Eu era conhecida por fazer bife capaz de deixar qualquer um de joelhos.

Tudo bem, mentira. Eu sabia que não tinha esperança de colocar Miranda Priestly de joelhos, mas ainda podia preparar um bife de arrasar. Claro que ela não elogiou minha comida. Mas me convidou para comer com ela, então em silêncio, ao seu lado, peguei uma garfada da carne e coloquei na boca. Queria perguntar onde ela estivera a tarde toda. Se ela ficava em Nova Iorque durante a semana. Mas estávamos a mesa de jantar e eu não podia fazer isso.

Depois que terminamos, ela me disse para acompanha-la. Andamos pela casa, passando de seu quarto a outro antes do meu. Ela abriu a porta, deu um passo de lado e gesticulou para que eu entrasse primeiro. O quarto estava escuro. Uma pequena e solitária lâmpada fornecia luz. Duas correntes grossas e algemas estavam penduradas no teto. Girei o corpo e a olhei, boquiaberta.

Ela não demonstrou surpresa.

— Você confia em mim, Andreah?

— Eu... Eu...

Ela andou à minha volta e abriu a algema.

— O que você achava que nosso acordo exigiria? Pensei que tivesse consciência de onde estava se mentendo.

Sim, eu sabia. Mas pensei que as correntes e algemas viessem mais tarde. Muito mais tarde.

— Se quisermos progredir, você precisa confiar em mim. – Ela abriu a outra algema. – Venha cá.

Hesitei.

— Ou... – Disse ela – Pode ir embora e não voltar mais.

Andei até ela.

— Muito bem. Tire a roupa.

Foi pior do que a noite anterior. Pelo menos eu tinha alguma ideia do que Miranda queria. Mesmo mais cedo, na cama dela, não havia sido horrível demais. Mas isto, isto era loucura. A parte louca de mim se deleitava. Quando estava completamente nua, ela pegou meus braços, esticou no alto da minha cabeça e os acorrentou. Afastou-se um passo, mexendo numa gaveta de uma mesa próxima, pegou um cachecol e voltou.

Ela ergueu o tecido preto.

— Seus outros sentidos serão intensificados quando eu a vendar.

Depois amarrou o cachecol, cobrindo meus olhos, e o quarto ficou escuro. Ouvi passos e, em seguida, nada.

Nenhuma luz.

Nenhum som.

Nada.

Só a batida acelerada do meu coração e minha respiração trêmula.

Leve como o ar, algo empurrou meu cabelo de lado e eu dei um salto.

— O que está sentindo, Andreah? – sussurrou ela. – Seja sincera.

— Medo. – respondi em meu próprio sussurro. – Eu sinto medo.

— É compreensível, mas inteiramente desnecessário. Eu nunca a machucaria.

Alguma coisa delicada circulou meu seio. A excitação pulsou entre as minhas pernas.

— O que sente agora?

50 tons de Mirandy [ADAPTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora