Os 12 Reinos

Os Torturantes Primeiros Dias

Era de manhã quando acordei, e como de costume, fui o último a acordar. Permaneci a manhã inteira achando que tudo aquilo foi apenas um sonho, afinal eu não tinha reparado que a espada estava no chão; não havia mais ninguém no quarto além de mim, então resolvi ir direto para a cozinha para ver se tinham deixado comida pra mim, o que é algo bem incomum aqui. Ao ir lá, percebi que sim, tinham deixado comida para mim e um bilhete de William e Eduardo dizendo:

Caro Júnior e qualquer pessoa que ler isso.

Eu, Eduardo, fui no bosque para ver se encontrava mais algo relacionado a essa sua nova espada, provavelmente voltarei depois do meio-dia; caso eu não chegue antes das duas, diga a minha mãe que eu a amo e que eu não me arrependo de ter arrancado aquele pé de morangorcegos infernal.

E eu, William, fui na biblioteca saber mais sobre esse tal de Meijörn, e para pegar alguns livros de magia, já que todos nós estamos precisando um pouco de treinamento.

Atenciosamente, William e Eduardo.

E foi nesse momento que eu percebi que aquilo não foi um sonho.

Bem, normalmente é bem raro eles saírem para procurar alguma informação, quem costuma fazer isso é o Fred ou o Pedro, que sonham em serem grandiosos magos, com grandiosos feitos mágicos, mas o problema é que mamãe quase não deixa eles treinarem de tantos trabalhos que eles fazem em casa e na horta. Quando eu término de tomar café minha mãe aparece na cozinha; era uma mulher de cabelos longos e loiros, olhos negros, magra e muito bonita.

– Júnior! Finalmente acordou! – Ela parou de andar quando me viu com farelos de bolo no canto da boca – Você viu seus irmãos E e W? – sim, ela nos chama apenas pela primeira letra do nosso nome.

– Bosque e biblioteca – disse enquanto dava uma golada no café – Eles foram saber mais da espada.

– Que milagre! Aqueles dois só pensam em ficar pendurados nas árvores do bosque... – minha mãe então se retirou quando terminou de falar sem motivo nenhum.

Quando ela saiu da cozinha o som da porta fechando e abrindo chamou a minha atenção, pois eu estava empolgado para saber mais daquela espada e a quem ela pertencia, fui então ver quem tinha chegado e vi que era William com uma pilha de mais ou menos uns sete livros, três envolvendo ensino de magia e o resto falando do tal Meijörn.

Peguei os livros falando do antigo dono da espada, fui direto para o quarto e comecei a ler aqueles livros sem interrupção, eu não parava de ler nem sequer na hora do banho, tanto que eu terminei todos em questão de duas semanas. Com essas duas semanas de pesquisa árdua eu descobri que Meijörn foi um antigo lorde cruel que participou da 1ª coroa – que é um como chamamos o conjunto de governantes dos países de Lebensbereich –, representando Baumstadt; ele possuía o título de "Meijörn, o cruel" devido aos atos que ele cometeu durante sua vida, como colocar os seus empregados para dormir no sótão sem o mínimo de conforto, deixar de alimentá-los, bater em sua esposa e filhos, triplicar o valor dos impostos do país para beneficio próprio, e por aí vai; bem, você deve estar se perguntando "como um cara assim pode ter criado essa profecia se ele era tão ruim?".

Então... Segundo o que estava escrito nos livros, quando se fez 13 dias para a sua morte, quatro espíritos apareceram em seu quarto e fizeram a proposta de que, caso ele quisesse ser realmente perdoado por todos os atos que ele cometeu, deveria forjar uma espada e encantá-la o quanto desse usando metade da riqueza que ele ganhou às custas do povo e a outra metade ele deveria entregar para a população para que seus descendentes não ficassem com nada, e foi exatamente isso que ele fez; contratou os melhores ferreiros do mundo, convocou os melhores magos, comprou dos melhores metais e a forjou, além de ter cedido o resto de sua riqueza ao povo; e, quando lhe restava apenas 1 dia de vida, os espíritos o visitaram novamente.