Capítulo 4

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Oiiiii gente!!!

Mais um capítulo chegando e a dúvida é: Teremos um encontro hoje??

Vem comigo descobrir!!


Passei a frequentar o San Paulino, o café da Marie, todas as tardes para escrever. Inexplicavelmente quando estava ali minha inspiração aflorava e meu livro agradecia. Minha nova amiga vez ou outra perguntava sobre a minha vida no Brasil, e já não havia incômodo em me abrir.

Às vezes enquanto trabalhava tinha a sensação de estar sendo observada, como se alguém acompanhasse cada movimento meu. Mas não havia ninguém. Não era raro eu sentir um magnetismo diferente, mas que era totalmente empregado na minha obra.

Naquela sexta-feira Marie pôde ficar na mesa comigo, era fim de tarde e ela deu a ideia de tomarmos uma taça de vinho. Davi, o marido e sócio no café, não apenas escolheu uma garrafa de Cabernet Sauvignon, como nos serviu uma tábua com pães artesanais, pastinhas e queijos.

Me sentia a vontade entre eles para contar um pouco mais sobre a minha história e os planos que fazia. Conversar com Marie era gostoso, não havia espaço para constrangimentos, mesmo que nos conhecêssemos há tão pouco tempo. Ela parecia saber lidar com qualquer assunto.

- E você pediu desculpas por atrapalhar o expediente? Leka, não é possível que não tinha uma câmera filmando. Conta mais e não precisa economizar nos detalhes, minha flor. - Marie se dividia entre gargalhar com a história do dia que peguei meu ex-noivo me traindo com a secretária e tomar de forma elegante o vinho que dividíamos.

- Só você mesmo para me fazer rir do dia que oficialmente ostentei um par de chifres. Vamos lá, quando cheguei ao andar a secretária não estava e eu fiquei em dúvida se entrava na sala dele ou aguardava nos sofás da recepção.

Curioso que desde minha partida eu não havia parado para pensar nessa história, e para o meu bem, lembrar dela me causava apenas repulsa por Miguel e suas traições.

- E aí? Vai Leka, suas pausas me deixam ansiosa.

- Calma! Então, logo eu escutava cochichos que vinham da sala dele. Abri a porta de uma vez, surpreendendo-os. Estavam em uma cena íntima, ele sentado na cadeira e ela sentada em seu colo. Riam de algo que ela mostrava no celular. A mão dele estava na cintura dela. E sabe o que ele disse?

- Que não era o que você estava pensando.

Caímos as duas na gargalhada. Pois foi exatamente o que aconteceu quando me fiz ser percebida na sala. Miguel ficou transparente do susto, saiu atrás de mim proferindo várias desculpas para o ocorrido, no meio do caminho aproveitou para disparar alguns xingamentos na direção da secretária.

- Covarde o "fulaninho". E ainda colocou toda a culpa na garota. Com certeza santa a "bonita" não era, afinal sabia que o chefe tinha uma linda noiva ruiva. Mas seu problema era com ele.

Marie falava e eu pensava em como ela também amaria conhecer a Lu e a Vi, minhas irmãs, que falavam a mesma coisa.

- Você tem toda a razão. E não gastei tempo no prédio, fui embora correndo, até tropecei quando cheguei à calçada.

Marie ria ainda mais enquanto eu contava os detalhes do fatídico dia.

- Ah não, Leka, surpreender o quase marido com a secretária, tudo bem, mas ficar no chão, jamais.

- Eu saí andando como se nada tivesse acontecido, mas com as pontinhas dos dedos doloridas.

Nossas risadas certamente poderiam ser ouvidas pelo restante do salão, embora naquela hora o movimento do café fosse menor. Mas eu não estava muito preocupada com que os outros poderiam pensar.

Amor e Recomeço [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora