SWEET CREATURE | ls - ABO

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BOA LEITURA ♡

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O silêncio não era agradável.

Pacientemente, Louis aguardava pela explicação que Harry havia dito naquele banheiro minúsculo, que daria a ele. O ômega suspirou um pouco cansado, seus olhos pesavam de sono mas mantinha-se alerta demonstrando paciência e calma para o homem que fitava a caneca cheia de café quente com muita curiosidade, Louis também a encarou por algum tempo até que começou a ouvir vozes imaginárias vindo da caneca na sua cabeça, ele suspirou apertando os olhos, acabou bocejando pelo cansaço.

Esse é o fim do álcool, ouvir vozes pelo cansaço, eu mereço.

A expressão corporal denunciava a tensão do maior, ele estava com os ombros tensos, os braços firmes como uma rocha, os dedos segurando a caneca que parecia que sairia andando caso ele tirasse seus olhos dela. Os fios longos presos num coque, as sobrancelhas curvadas demonstrando que estava aflito e pensativo, até receoso, mordendo a parte interior da bochecha formando um bico nos lábios vermelhos, as bochechas coradas de uma forma razoável. Ele parecia um personagem de desenho gigante sentado na cadeira que ficava minúscula comparada ao seu tamanho, o casaco pendurado nas costas da cadeira, a pele exposta deixando Louis analisar cada tatuagem com curiosidade e pensando em seus significados.

Deu um gole minúsculo no café, o alfa pigarreou chamando sua atenção, o menor notou que realmente havia se perdido em seus pensamentos tentando descobrir a resposta para algumas tatuagens.

Segurando uma corrente fina prateada com uma pequena pedra em formato de gota na ponta, ele colocou na mesa empurrando para Louis.

''É uma Safira, achei que poderia gostar, combina com seus olhos e também aju-.'' Harry falou tentando escapar do assunto, Louis o interrompeu.

''Harry.'' o ômega o chamou, ele estava perdendo facilmente a paciência, podia ser o cansaço ou a presença repentina do alfa, ele não sabia mais. ''Eu estou aqui, disposto em ouvir o que tem para me dizer como me pediu e não estou interessado nos seus presentes.'' o tom cansado e o olhar sem expressão cortou qualquer clima agradável que Harry tentou criar.

Novamente seus olhos estavam baixos, ele deu um sorriso pequeno e envergonhado para a caneca em suas mãos.

O ômega aguardou meses por uma ligação, uma mensagem ou uma simples aparição e nada aconteceu. Ele não conseguia se sentir mal por não ter interesse em ouvi-lo, mas ele se sentia uma bagunça por vê-lo ali, principalmente pela postura que evidenciava o receio de começar a falar, não desejando prolongar o reencontro por muito mais tempo porque estava começando a sentir calafrios que indicavam o surgimento de sentimentos que ele preferia - por segurança - manter guardado, a inquietação dos calafrios em seu corpo o fizeram se remexer na cadeira, incomodado. Louis não havia superado seu amor, mas ele viveu com a presença da dor por tempo o suficiente para não vacilar caso o alfa voltasse algum dia. Depois de dois anos, passou a crer que nunca mais o veria, mas ali estava ele, envergonhado e com medo encolhido na cadeira da pequena cozinha de seu apartamento lhe causando sensações que não deveria e reabrindo o buraco que havia jogado seus sentimentos.

Perdido em seus próprios pensamentos enquanto se torturava, implorando a si mesmo para abrir a boca e dizer uma palavra, mas o olhar inexpressivo de Louis, o fazia recuar. Carregava tantos segredos sobre a vida que levava e sobre quem era, começou a se perguntar se o menor deveria saber realmente de toda a verdade.

A porta do apartamento bateu chamando a atenção de ambos, o ômega se remexeu novamente na cadeira ao ouvir as risadas eufóricas de Jullian e seu melhor amigo.