Kakasaku - Presságio (Em revisão)

Pensamentos

Oi galera, peço desculpas por não ter postado ontem, probleminhas em casa me tomaram tempo.
Quero agradecer a @LiviaCandy por ter oferecido seu desenho para que eu pudesse usa-lo como capa, gostei bastante dele, obrigada!

Então bora?

Tadaima!

[***]

-Tadaima! Gritei ao abrir a porta da casa de meus pais.
-Okaeri, Sakura! Ouvi minha mãe responder lá de cima.
-Okaeri Sakura! Meu pai veio ao meu encontro e me envolveu em um abraço apertado.
  Não falava com meus pais desde o meu aniversário. Eles tinham ido apenas me cumprimentar na festa que Ino havia preparado, eles disseram que eram velhos demais para toda aquela badalação jovem.
  Deixei minhas sandálias na porta e fui até a cozinha, que era onde meu pai estava. Ele mexia algo no fogão, e meu puxou para um abraço assim que cheguei perto dele.
-Estava com saudades filha. Ele disse olhando ternamente pra mim.
-Também estava pai. O respondi com um sorriso.
-Como está indo no hospital? Ele perguntou com interesse.
-Tudo certo, o trabalho é bastante puxado, porém amo o que faço. Respondi com sinceridade.
-E sobre a missão, sua mãe disse que você se machucou. Ele continuou.
-Ah, não foi nada de mais pai, apenas um pequeno acidente. Tentei tranquiliza-lo.
-Pequeno acidente uma ova! Minha mãe havia entrado na conversa enquanto descia as escadas.
   Olhei pra ela de relance e já ia respondê-la, porém deixei ela terminar a bronca, afinal ela era mãe e tinha seus motivos para se preocupar.
-Um acidente não te deixa desacordada nem cuspindo sangue dona Sakura! Ela continuou. –E ainda por cima, Hinata chegou à vila desmaiada, ela dormiu por dois dias inteiros.
    Realmente havia sido algo tenso, Hinata estava sob controle de um genjutsu daquele homem desconhecido e me atacou pensando que eu era seu inimigo, graças ao meu controle de chakra, consegui amortecer seu golpe e reduzir os efeitos colaterais em meu corpo.
    Expliquei para a minha mãe detalhadamente tudo o que havia acontecido, e ela se espantava com cada informação que eu dava.
-Mas graças a Kami vocês estão bem! Ela afagou meu rosto e sorriu.
-O Jantar está pronto meninas! Meu pai nos chamou da cozinha.
   Era bom estar de volta em meu antigo lar, mesmo que para uma jantar. Os últimos dias foram bastante exaustivos e estressantes, estar com meus pais era bastante confortante. O abraço, o carinho, a preocupação, me trazia para um aconchego digno de uma garotinha assustada.
   Meu pai havia preparado meu prato preferido: arroz, repolho stir fry e salmão grelhado. O jantar seguiu tranquilo entre assuntos banais a respeito do nosso dia-a-dia. Meus pais eram muito amorosos, comigo e entre eles, era visível que ainda eram apaixonados, mesmo depois de décadas de matrimônio. Os olhares que trocavam, sorrisos e acenos que só eles entendiam, era visível a cumplicidade entre os dois. Por um momento invejei aquilo, ter alguém ao meu lado, alguém que me acompanharia, me entenderia, e ficaria comigo até o fim. Existe alguém assim pra mim?
   Toda aquela situação me trouxe Sasuke a mente, por muito tempo eu o amei, e durante a minha adolescência eu fantasiava com ele, que seríamos nós dois vivendo aquela vida, um casal feliz e apaixonado. Senti meu estômago embrulhar, o Uchiha era uma dolorosa ferida em meu coração, algo que ainda sangrava, e que aos poucos era estancado por 'ele', Kakashi, eu não conseguia definir meus sentimentos pelo meu antigo sensei, mas sabia que era intenso, eu o desejava, necessitava de sua presença.
   Terminamos de comer e me dispus a ajudar minha mãe a lavar a louça do jantar, meu pai estava na sala assistindo tv, ficamos em silêncio durante o tempo entre lavar e secar os pratos até ela quebrar o silêncio:
-Você estava muito distraída hoje querida! Tem alguma coisa acontecendo? Ela perguntou.
   Permaneci em silêncio, até ela tentar novamente.
-Isso parece cara de menina apaixonada. Disse ela entre um sorriso.
   Corei com aquelas palavras. Afinal ela não estava errada, porém o motivo da minha distração era a preocupação com Kakashi. Ele estava estranho desde a noite que passamos naquela estalagem, e ainda não havia conseguido conversar com ele a respeito.
-Não é nada mãe, só estou cansada. Respondi a ela.
-Tem certeza Sakura? Sou sua mãe, sabe que pode me contar qualquer coisa. Ela insistia.
   Minha mãe sempre havia sido bastante compreensiva comigo, mas será que ela estaria pronta pra ouvir que eu estava transando com meu antigo sensei?
-Estou bem mãe, não se preocupe. Disse abraçando ela. –Eu te amo mãe! Obrigada por tudo!
   Minha mãe retribuiu meu abraço calorosamente, e vi meu pai nos olhando de longe com um sorriso de canto a canto.
-Quero participar desse abraço também meninas! Meu pai já estava entre nós duas.
   Agradeci pelo jantar e me despedi deles, a lua já estava alta no céu, e eu tinha algo para resolver, precisava ir me encontrar com Kakashi, conversar com ele, esclarecer o que havia acontecido.
   As ruas estavam quase vazias, não havia mais nenhuma criança brincando, e já quase não se via luzes pelas janelas das casas. Andei pensativa até o apartamento de Kakashi, ele tinha passado no escritório de Tsunade para relatar nossa missão e a esse horário já estaria em casa.
   Encontrei com Naruto durante o trajeto, e o mesmo estava bastante animado, ele voltava da casa de Hinata, tinha ido visita-la. A morena estava se recuperando após o acidente em nossa missão.
-Sakura chan! Disse o loiro já de braços abertos em minha direção.
-Oi Naruto, estava namorando? O provoquei.
-Eu, eer, fui visitar a Hinata. Ele respondeu corando.
-Que bom que ela já recebeu alta! Disse com sinceridade.
-Ela está muito triste por ter te machucado. Ele disse com a voz baixa.
-Ela não teve culpa Naruto, estava sendo controlada. Tentei tranquilizar meu amigo.
-Eu disse pra ela. Ele continuou. –Mas mesmo assim ela se sente culpada.
   Consigo imaginar o que ela sentia, e amanhã iria visita-la, tentar tranquiliza-la um pouco.
-Nâo se preocupe Naruto! Amanhã irei visita-la, você vem comigo?
   Meu amigo abriu um sorriso e assentiu com a cabeça. Ele transmitia uma energia pura, e ficar do seu lado me trazia muita paz.
-Certo baka! Agora vai pra sua casa, eu tenho algumas coisas pra resolver. Disse a ele dando um leve cascudinho.
   Naruto se despediu com um aceno de mão e virou a esquina seguinte, esperei ele se distanciar um pouco e mudei de direção para tomar caminho até a casa de Kakashi. Sentia borboletas dentro do meu estômago, estava nervosa com a situação, queria resolvê-la logo.
   Parei na escada que dava até a entrada de sua casa e respirei fundo. Subi cheia de coragem e bati à sua porta. Com toda a certeza, ele já havia sentido meu chakra, e não necessitaria de insistir em chama-lo. Aguardei durante um tempo e não tive nenhuma resposta. 'Será que ele ainda não havia retornado?' pensei. Bati de novo e novamente nada. Tentei em vão sentir a presença de alguém ali dentro, estava vazio.
   Minha ansiedade estava a mil, afinal ele já deveria ter retornado. Precisava encontra-lo o quanto antes. Pensei em ir até a sala da minha mestra com alguma desculpa para saber se ele ainda estaria por lá, porém não consegui pensar em nada convincente.
  A solução era ir até o hospital pedir ajuda para Ino, hoje provavelmente ela estaria de folga, e estando lá seria mais fácil me ajudar.
   Logo na entrada, vi Shizune conversando com alguém na recepção, e tentei passar desapercebida por ela, porém ela logo encerrou sua conversa e veio ao meu encontro.
-Sakura! Ela me chamou de longe. Espera!
   Tentei fingir que não tinha ouvido ela, mas logo ela havia me alcançado!
-Oi Sakura! Ela se pôs a falar do meu lado. Queria que você me passasse mais detalhes sobre os ninjas que vocês encontraram.
    Paramos no corredor por um momento.
-Oi Shizune, só vim buscar uns relatórios. Tentei uma mentira.
-Só preciso de alguns detalhes sobre eles, vou ser rápida. Ela insistiu. –É que você é a única que os viu que pode me contar algo a mais, já que Hinata ainda está de repouso e Kakashi saiu em missão.
   Uma onda fria de repente percorreu todo meu corpo. Kakashi havia saído novamente?
-Que missão é essa Shizune? Perguntei disfarçando.- Nós acabamos de chegar.
-Eu não tenho permissão para dizer Sakura. Ela disse envergonhada. Pergunte à sua mestra!
    Apenas assenti derrotada, ela estava certa, as missões em grande parte eram em caráter confidencial, e eu não podia simplesmente perguntar à Hokage sobre os detalhes de uma que eu não participava.
-Sim, entendo, me desculpe, vou te contar o que aconteceu com todos eles. Tentei mudar de assunto, não queria parecer muito interessada sobre o atual paradeiro de Kakashi.
   Repassei à Shizune todos os detalhes possíveis e fui embora. Estava sem entender o que havia acontecido. Kakashi saiu em missão afinal, teria de esperar até ele voltar. Mas o que me incomodava era o fato dele não ter se despedido.
   Onde afinal ele havia ido? Quanto tempo demoraria? A ansiedade em mim crescia a cada segundo.  Segui para casa, estava cansada e precisava dormir, eu tentaria descobrir algo no dia seguinte com Tsunade!
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   A manhã chegou depressa, não havia conseguido dormir quase nada, me arrumei e fui para o hospital, sabia que tinha bastante trabalho acumulado, e esperava ansiosa uma oportunidade para falar com a Godaime. Sabia como conversar e tirar dela algumas informações.
   Passei toda a manhã resolvendo as pendências burocráticas do hospital, e a tarde atendi alguns pacientes. Ino havia passado todo o tempo em cirurgia, e ao final do expediente ela veio até minha sala.
-Oi testa! Até que enfim te encontrei. Disse ela me abraçando.
-Oi porca. Respondi com imapaciência - Qual o motivo da procura afinal?
-Nossa, está de mau humor? Ela quase gritava agora. –Só queria saber como você estava, não tive notícias suas desde que saiu em missão.
-Desculpa porca, eu estou muito ansiosa. Disse a ela com sinceridade. Preciso descobrir sobre a missão em que Kakashi saiu.
-Fácil testa,vamos falar com a Godaime. Ino disse de forma tão óbvia.
-Acontece que eu não posso perguntar pra ela esse tipo de coisa porca, ela iria estranhar, e sem contar que existe segredos de missão. Respondi.
-Ah testa, ele já foi seu sensei. Ela disse já me puxando pela mão. –Vamos lá, eu te ajudo com isso.
  Saímos do hospital e fomos até a sala de Tsunade, ela estava pensativa olhando por entre as janelas do seu escritório. Batemos na porta que estava aberta para anunciar nossa presença, e ela respondeu rapidamente.
-Entre Sakura!
-Boa tarde Godaime. Me dirigi a ela.
-Fiquei sabendo que os ninjas resgatados estão reagindo bem. Ela começou um assunto sem ao menos responder meu cumprimento.
-Ah sim, apenas a mulher que ainda permanece desacordada. O prisioneiro já está em condições de ser interrogado. Respondi a ela.
-Ótimo, assim que Kakashi retornar com informações de Sasuke, iremos prosseguir com as investigações.
   Até que foi fácil descobrir o que queria, porém ouvir aquelas palavras soou como um choque em mim, afinal Kakashi havia saído em busca de Sasuke? Qual seria sua reação ao encontra-lo? Será esse o motivo dele não ter me avisado? Meu coração estava frenético, ouvir sobre Sasuke me deixou totalmente fora do eixo.
-Não sabia que ele havia saído novamente, nem para ir atrás do Uchiha. Fingi indiferença para Tsunade.
   Ino me olhava com ar de piedade, somente ela sabia o que eu poderia estar sentindo. Eu só queria que tudo aquilo acabasse, que Kakashi retornasse logo e que tudo se acertasse.
-Sim Sakura,  Kakashi foi em busca de Sasuke para que ele investigue a respeito dos infiltrados. Tsunade começou a explicar.- Precisamos de informações sobre os acontecimentos e para colocar fim a qualquer ameaça á vila. Ele deve demorar a voltar.
   Assenti com a cabeça para ela e tentei mudar de assunto, não queria pensar demais, era torturante, primeiro por saber que ele estaria se encontrando com Sasuke, e depois pela possibilidade da demora.
   Ino percebeu o meu desconforto e tentou me tirar dali.
-Testa, vamos então? Ela se virou para mim. –Vamos chegar atrasadas no restaurante.
   Olhei para ela e percebi sua intenção. Me despedi de Tsunade e andamos para fora da sala. Ino não esperou muito para começar a me perguntar sobre como me sentia. Eu apenas a agradeci por ter me ajudado e me despedi dela, precisava ficar sozinha com meus pensamentos, e a única companhia que eu queria nesse momento, era do meu sofá.

[***]

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