Lovesong

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PARK

— V-você quer repetir... aquilo?

A mão de Chanyeol conseguia fechar-se completamente no pulso fino de Baekhyun. Ele era tão delicado, embora fosse muito mais forte do que qualquer outra pessoa que conhecia. Olhando-o de costas, conseguia reparar que até o pescoço era fino, mas era bonito. A cor do cabelo e da nuca eram quase iguais, extremamente claros. E droga, não conseguia parar de pensar no quanto Baekhyun era bonito e exótico, e no quanto queria tê-lo sugando seu sangue outra vez.

Era algo estranho de se pensar, mas queria. Mesmo que doesse, ainda assim era a melhor sensação que tivera na sua vida. Queria mais uma vez, só para ter certeza de que não havia sido uma ilusão sua.

Um riso soprado o tirou de seus devaneios.

— Você gosta do perigo, Park?

Chanyeol engoliu em seco.

— N-Não acho que você seja p-perigoso.

Baekhyun riu soprado outra vez.

— Diz isso gaguejando desse jeito e acha que eu vou acreditar? — perguntou com escárnio.

Não era justo, Chanyeol pensou. Baekhyun sabia que ele costumava gaguejar com frequência, principalmente em momentos de ansiedade. Não estava com medo, bem, não estava com MUITO medo, mas falar com confiança sem gaguejar só acontecia em momentos em que ele se sentia muito confortável. Ou então em situações extraordinárias das quais nem ele sabia explicar.

— Você não é peri-

Chanyeol não conseguiu terminar a frase, pois em uma fração de segundos ele já estava batendo as costas na parede, com Baekhyun o prensando e olhando-o com olhos brilhantes e assustadores, enquanto mostrava as presas afiadas. Eles praticamente voaram para aquele canto do vestiário.

— Ainda sem medo, Park?

Está bem, talvez agora ele estivesse com mais medo do que gostaria de admitir.

— S-Sem medo — respondeu, pois negaria mesmo que molhasse as calças.

Baekhyun aproximou os caninos do seu pescoço, praticamente arranhando a pele fina, enquanto segurava-o pelos braços, mantendo-o firme no lugar.

A respiração de Chanyeol começou a sair um pouco do controle, era praticamente a única coisa que se ouvia naquele ambiente grande e silencioso. Todavia, ele começou a acreditar que não era apenas medo, mas que havia algo além disso naquele momento. Baekhyun estava com o corpo muito próximo, conseguia sentir a respiração dele tocando seu pescoço. Achou que se ele se aproximasse só mais um pouco, e talvez se encostasse os lábios no seu pescoço, talvez se isso acontecesse ele iria...

Baekhyun estalou a língua e se afastou de repente, ficando de costas para Chanyeol que no momento mal conseguia se manter de pé.

Não conseguiu evitar o sentimento de decepção que invadiu o peito.

— Pois eu tenho medo, Park — confessou Baekhyun. — Não sei quem eu estou me tornando e temo isso todos os dias.

O semblante de Chanyeol entristeceu quando ele viu Baekhyun virar para si com um olhar melancólico e um sorriso mais melancólico ainda.

— Mas admito que mesmo você sendo um idiota desajeitado, eu gosto de você. Eu não quero te machucar, então, por favor, não faça um pedido como esse tão levianamente.

Depois disso algumas pessoas começaram a entrar no vestiário e Chanyeol agradeceu mentalmente por não precisar dizer nada. Mesmo assim, ele sentiu algo na boca do estômago e sabia que era um sentimento novo.

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