Após o jantar, onde Heon pouco comeu, todos se levantaram e seguiram para seus quartos. Em frente ao do "visitante" haviam guardas muito bem armados, com cara de mau e que não esboçaram reações quando Jooheon fez caretas para ambos.
— Chatos. — Entrou no quarto curioso, mexendo em tudo que podia. A decoração, como tudo naquele lugar, parecia acolhedor de mais, feliz de mais, coisas de mais.
Abriu as portas duplas de um grande armário de madeira, se deparando com roupas bonitas até, passou os dedos pelos tecidos, sentindo-os deslizar pelos dedos. Sorriu, sentia falta de todo o luxo, era uma pessoa vaidosa e finalmente poderia voltar a se cuidar. Pegou uma das peças, era uma espécie de hobe, Jooheon reconheceria seda em qualquer lugar; então Hyungwon veio à sua mente, a raposa se agitou tomando a luz para si e mostrando os dentes raivosa.
Um barulho alto foi ouvido, o vento forte abrindo as janelas, fazendo com que batessem contra a parede e voltassem ao seu lugar, mas antes o Lee viu a figura negra batendo as asas no jardim da frente. Correu em direção ao batente, apoiando-se nele pulou a janela, logo pondo os pés no chão; porém, logo em seguida, sentiu novamente o metal gelado da espada contra a garganta.
— Aonde pensava que ía? — Jimin, claro que tinha de ser ele. Heon revirou os olhos, segurando o pulso do homem e fazendo com que ele abaixasse o objeto cortante.
— Cara sai do meu pé, pelo amor da Deusa! — Olhou em volta, procurando por aquele corvo, mas não havia mais nada. Mais uma vez Park Jimin acabando com seus planos.
— Aonde você ía? — Guardou a katana afiada dentro da bainha e cruzou os braços na frente do corpo, ainda esperando uma resposta.
— Tomar uma ar. — Deu de ombros sem olhar o menor, ainda caçando com os olhos aquele corvo mais escorregadio que um sapo — E você, o que faz fora da cama? O príncipe Namjoon deve estar sentindo a sua falta. — Sorriu de canto, mesmo estando um pouco incomodado por não ter nem sinal da ave.
— Não dormimos juntos. Do que isso te importa mesmo? — Levantou uma sobrancelha, agora mantendo a mão na espada, a postura impecável evidenciando o costume com ela. Jooheon cerrou os olhos.
— Há quanto tempo está aqui mesmo? — Apoiou os braços no parapeito da janela e olhou o céu azul escuro, tão profundo, as poucas estrelas se esforçavam para se fazerem presentes.
— Não respondeu a minha pergunta, por que tenho que responder a sua? — Cruzou os braços em frente ao corpo trocando o peso do corpo de uma perna para a outra.
— Então me fez outra pergunta? — Riu fraco coçando a pontinha do nariz com as costas da mão.
— E você acabou de me fazer outra. — O Lee manteve o sorriso e coçou a nuca.
— Não me importa, só quis perguntar.— Virou-se de costas, apoiando as mãos na janela, pronto para voltar de onde saiu.
— Um mês e meio. — Jimin se pronunciou e Jooheon pulou para dentro do cômodo, quase não fazendo barulho algum.
— Ele não lembra de você, mas eu lembro. — O vento passou pelo corpo pouco protegido do Park e o arrepio subiu pela coluna, a voz do outro um pouco mais grossa o fez olhar diretamente para dentro do quarto. Encontrou o homem se despindo sem vergonha alguma e desviou o olhar.
— Qual o seu problema? — Reclamou baixo irritado encarando o chão e respirou fundo tentando não entrar ali e estrangular aquela maldita raposa.
— Você. — Disse simples e, agora vestido, foi até a janela, segurando-a com ambas as mãos. — Fique longe de nós, eu demorei para sair e não vou submeter o Jooheon aquilo de novo.
— É culpa sua. — Jimin deu um passo a frente encarando rosto a rosto o maior.
— Você não sabe nada. — E a janela foi fechada. Logo o conde também saiu dali a passos rápidos e pesados, a raiva exalando de seus olhos.
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The Crow Between the Crowns
FanfictionO príncipe do Norte havia sumido, mas como procurar alguém que poucas pessoas haviam visto? Como segurar fumaça com as mãos? Jooheon era isso para seu povo, visto como um fantasma, muitos alegavam que ele estava morto e assombrava o castelo. Nada sa...