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PRÓLOGO

Thomas Simmons, seu grande babaca, você estragou tudo!

Estragou tudo, seu maldito imbecil!

Dizer isso a mim mesmo é sem dúvidas um tanto duro, contudo, é a mais pura verdade. Eu realmente estraguei tudo. Tive a chance em minhas mãos, e porra, eu estava tão perto... Perto pra caralho! E mesmo assim consegui estragar as coisas por completo, deixando que todas as chances escorressem dolorosamente por entre meus dedos.

Quando tudo isso começou eu sequer fazia ideia de que meu alucinado e impulsivo plano pudesse tomar o rumo que tomou, e muito menos imaginária que graças a esse plano eu poderia encontrar uma parte de mim que antes era plenamente desconhecida, mas que agora é real e presente em cada ar que respiro. Quero dizer, até que olhando por esse lado eu poderia considerar que nem tudo foi um completo fracasso, porém, no momento atual, nem toda positividade do universo impediria que eu me sentisse um fracassado.

E por falar em fracasso, meses atrás, eu também não fazia ideia de que ao finalmente alcançar aquilo que tanto desejei e poder enfim experimentar a bela e tentadora amostra disso em minhas mãos, eu teria me tornando tão malditamente egoísta, obstinado por uma meta e cego à ponto de foder com absolutamente tudo. Não imaginava o que minhas escolhas me tornariam:

Um mentiroso. Traidor. Egoísta.

O que mais me deixa irritado é saber que mesmo tendo as chances de fazer tudo do jeito certo, eu escolhi o caminho mais estúpido possível e consegui fazer tudo do jeito errado. Consegui me perder em um jogo que eu mesmo havia criado, o qual todas as regras haviam sido meticulosamente articuladas por mim. Me vi completamente perdido na irreparável bagunça que eu mesmo criei, e no fim sequer tive a chance de consertar a grande cagada que fiz. Sequer tive chance de me desculpar decentemente com ela.

Ela...

Porra... é mesmo uma merda pensar que, mesmo estando apaixonado por ela, isso não me impediu de partir seu coração da forma mais filha da puta possível.

Não me impediu de arruinar as coisas entre nós dois por puro capricho.

Não impediu que ela me desse as costas e que agora eu me sentisse moído e massacrado por sua rejeição. Massacrado por saber que acabei com todas as chances de fazer as coisas do jeito certo, que ela sequer quer olhar na minha cara novamente, que ela odeia toda a série de decisões egoístas que tomei nessas últimas semanas.

E merda, ela não está errada em me odiar por isso.

A pior parte, que me faz sentir ainda mais miserável e com o coração fodido em cacos, é saber que independentemente do que eu diga ou faça agora, eu a perdi definitivamente.

E mesmo sabendo que desculpas não serão o suficiente e que fui derrotado por ela em meu próprio jogo, continuo querendo aquela garota mais do que qualquer coisa.