60° Capítulo

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Continuação por Dulce

A cada número discado, a tranquilidade que possuía vai me deixando lentamente e em seu lugar vem a incerteza, o medo e o desespero. Respirar fundo já não está funcionando, é como tentar fazer a criança dormir, depois de uma tarde mergulhada num longo sono, é quase missão impossível. Será que estou fazendo o certo?. Esta é a questão que ecoa por minha mente, me fazendo querer desistir.

Tiago: Calma Dulce, deste modo não conseguirá dizer uma única palavra.

- Se queria me ajudar não está conseguindo. Acho que vou desmaiar, tá chamando, um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito... Tenho a impressão que não tem ninguém em ca...

Xxx: Alô? (Como um simples ato de começar uma conversa te faz respirar aliviada por não ser qualquer pessoa menos a que você sonha até acordada). Alô?

- Christian, é a Dulce (Um grito fino veio logo após me identificar, este ato só pode ser de Annie. Como sentia saudades de seu jeitinho). Não é necessário isso Anahí, eu preciso de minha audição intacta (Advertir antes que iniciasse a sessão empolgação deixando à todos surdos e com aquela insuportável dor de cabeça).

Sei que o interrogatório está por vim, mas espero que compreenda minha atual situação.

Christian: Aonde a senhorita está?, acha isso bonito, some por tantos meses e só agora lembra da gente. Espero explicações Maria e pode começar já.

- Queria ter me despedido e assegura-lo que ficaria tudo bem, mas Bruno não permitiu isso por estamos atrasados e também tinha me garantido que todos já sabiam de minha partida. Me desculpe.

Christian: Espera aí quem é Bruno?. Como assim, garantido que todos já sabiam?

- Meu marido, não entendo por que da pergunta (Sua pergunta me suou estranhamente, se realmente é meu amigo a tanto anos como não saberia que estou casada?). Sim, me informou pra não me preocupa que vocês já sabiam e concordavam com minha volta.

Christian: Como me esqueci disso, deve ser o estresse do dia á dia que nem me lembrei. E como ele está?. Gostaria de conversar um pouco com Bruno, faz tempo que não nós falamos.

- Insuportável e autoritário com tudo a seu redor. Infelizmente não poderá te atender, esta trabalhando mas o aviso que deseja conversar. Só liguei pra saber como estão todos e pra avisar que eu e meu filho estamos melhorando. Agora preciso desligar, beijo pra todos.

Não esperei por sua resposta, se demorasse um pouco mais é capaz de Bruno vim até nós e reclamar por nossa enrolação. E não terá a melhor reação ao descobrir o que acabei de fazer.

Tiago: Se sente bem? (A ligação com Chris ecoava por minha mente. O conheço praticamente minha vida toda e sei que estresse não o faz agir deste modo. Tem algo acontecendo e descobrirei).

Simplesmente esbocei um sorriso e voltamos pra nossa realidade de todos os dias. Entrei no quarto e agradeço por Renata não esta, assim poderei imaginar o por que da reação de meu amigo.
Observo pela janela alguns seguranças e Tiago no local que antes estávamos, como gostaria de me sentir livre e caminhar por este jardim a hora que quisesse, sem necessita de autorização como uma criança.
Escuto passos no corredor e viro meu rosto no exato momento que Bruno entra no quarto.

Pablo: Como foi a fisioterapia hoje meu amor? (Pela primeira vez a algumas semanas, o vejo sorrindo e sua feição mais leve e nem parece o ser superior que causa pavor até em sua própria sombra).

- A mesma coisa de sempre. Me diga logo o que queres, pois o conheço e sei que este sorriso não é por que resolveu fingir se um rapaz legal, isso não me engana (O sorriso que antes parecia totalmente exagerado sumiu e parece magoado com minhas palavras, mas não pedirei desculpas se é isso que espera).

Pablo: Dulce, eu vim aqui tentar dialogar como dois adultos que somos. E também deixar bem claro que suas atitudes me tiram do sério. Você poderia ao menos me tratar educadamente.

- Não acredito que veio aqui pra dizer que eu pelo menos tenho que trata-lo educadamente, se deseja isso faça por merecer. Antes de inventar qualquer atrocidade como esta, pense em seus atos e procure conserta-los, é muito fácil apontar os erros dos outros, agora enxergar os nossos e impossível mas tenho que avisar não é nem um pouco impossível de ser realizado. Espero que dá próxima vez que me dirigir à palavra, tenha mudado pois se não, ficará falando sozinho.

Voltei minha atenção a pequena movimento de antes o ignorando, minha vida já possuí desgosto demais e não necessito de um por cento a mais.

Pablo: Dulce, meu amor me desculpe. Compreendo que não deveria tê-la tratado friamente todos estes meses. Espero que realmente me perdoei.

Nada o respondi, não adianta me machucar tanto e depois pedi desculpas como se nada tivesse acontecido.
Escuto a porta sendo aberta e por ela passando o homem mais egocêntrico que já tive o desprazer de conhecer e que infelizmente o tornei meu esposo. E o silêncio que queria veio e aproveitarei pra pensa num modo de manter as ligações.

- É querida Dulce, você soube como fazer péssima escolha. Antes quem dera tivesse juntado as escovas com Christopher, agora estaria feliz e criando seus filhos num lar e não neste local que não pode nem ser chamado de abrigo.

As escolhas nos trás consequências desastrosas e irredutível e com elas teremos que prosseguir a vida, tentando a máximo não retornar a fazer novas idiotices.
Minha vida irá muda e poderei dá a meu filho, uma família de verdade ao lado do homem que me apaixonei.

Obs: Me desculpe pelos erros se houve!



A cupido que sabia de menos! (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora