Marcada 🌙

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Eu também tive vontade de lamber o sangue. E isso simplesmente não é normal.
  Depois teve toda aquela história da estranha troca de olhares entre nós dois. O que foi àquilo?
–Sook, você está bem?
– Inferno! – arfei e dei um pulo. Neferet estava atrás de mim  olhando-me totalmente confusa.
  –  Está se sentindo mal?
  – Eu...eu...– minha mente se debatia. Sem chance de eu contar a ela o que acabara de ver. – Minha cabeça está doendo muito– finalmente consegui dizer. E era verdade. Estava com uma dor de cabeça de matar.
  Ela franziu a testa de pura preocupação.
  –Deixe-me ajudá-la – Neferet pós a mão de leve sobre uma série de pontos em minha testa. Ela fechou os olhos e deu para ouvi-la murmurar algo em uma língua que eu não entendi. Estão sua mão começou a esquentar e foi como se o calor se tornasse liquido e minha pele o absorvesse. Fechei os olhos e suspirei de alívio e a dor de cabeça começou a diminuir.
  – Melhor?
  –Sim – mal murmurei.
Ela me pegou pela mão e eu abri os olhos.
  – Isso deve acabar com a dor. Não sei por que voltou de repente com tanta força.
  – Nem eu,mas agora passou – eu me apressei em dizer.
   Ela me observou em silêncio um pouquinho mais enquanto eu prendia a respiração. Então ela perguntou :
  – algo lhe aborreceu?
Eu engoli em seco.
   – estou com um pouquinho de receio de conhecer a minha colega de quarto – tecnicamente, não era mentira. Não foi isso que boreceu,mais a ideia me amedrontava.
   O sorriso de Neferet foi gentil.
  – Tudo ficará bem,Sook. Agora deixe-me apresentar a sua nova vida.

    Neferet abriu a grossa porta de madeira  e saímos em um grande pátio que ficava em frente a escola. Ela deu um passo para o lado para que eu observasse com expressão de boba. Adolescentes usavam uniformes que por alguma razão pareciam legais e únicos,sendo Semelhantes,mesmo assim , e caminhavam pelo pátio e pela calçada em pequenos grupos. Ouvi o som enganosamente normal de suas vozes enquanto riam e conversavam. Fiquei olhando para eles e para a escola, sem saber com quem me deslumbrar mais. Escolhi a escola. Era a opção menos intimidade. O lugar parecia saído de um sonho horripilante. Estavamos no meio da noite e já era para estar bem escuro,mas havia uma luminosa lua brilhando sobre os enormes e antigos carvalhos que faziam sombra em toda a parte. Lâmpadas de gás ajustada em iluminarias pendentes de cobre manchado seguiam pela calçada paralela ao grande edifício com tijolos de pedra preta e vermelha. Tinha três andares e um teto estranhamente alto que apontava pra cima,mas ficava plano no topo. Vi que as pesadas cortinas estavam abertas e suaves luzes amarelas projetavam  Sombra que dançavam para cima e para baixo nos aposento,dando um visual vivo e receptivo a estrutura como um todo. Uma torre redonda unia-se a frente do edifício principal, favorecendo a ilusão de que o lugar parecia mais um castelo que uma escola. Juro que um fosso teria mais a ver com a construção do que uma calçada cercada por moitas de azaleias e grama bem-aparada.

A Morada Da Noite ~Marcada~Onde histórias criam vida. Descubra agora