there for you again

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Março. Consegui sobreviver até chegar Março. Depois daquele maldito dia chorando as coisas parecem correr bem, sem mais problemas e lágrimas. Não falei mais com Hoseok desde aquele dia. Bem, ele tentou falar comigo uma ou outra vez — todas as vezes que nos encontramos pelos corredores, no mínimo —, mas eu realmente não me sinto bem o suficiente para falar com ele ainda.

Tenho passado mais tempo no dormitório agora, compondo linhas de músicas e gravando trechos inúteis delas na minha própria voz, a qual eu realmente nunca vou usar em uma das minhas músicas.

Talvez.

E bem, uma delas parece ser realmente boa, mesmo ainda não tendo um nome, é claro. O trabalho de música com Namjoon foi bom, tiramos uma boa nota e recebemos um elogio do professor. A música aparentemente se chama "seoul", e na minha opinião, está realmente muito agradável, ainda mais pelo Kim ter aceitado cantar. Outra coisa que está indo bem é minha convivência com Jungkook e Seokjin: nos aproximamos e diferente do que eu pensava temos até que algumas coisas em comum.

De qualquer forma, nada disso é tão importante agora, e sim o fato de que eu estou ficando velho e que daqui a oito fucking dias eu vou fazer aniversário. Mesmo que eu apenas seja realmente denominado como alguém de vinte anos no ano novo, vou me sentir velho depois do meu aniversário e vou me achar como alguém que tem vinte anos. É algo que sempre me acontece, é normal para mim não gostar disso.

O tempo está passando rápido e esse é o meu medo no final das contas; depois de ter conversado com meus pais sobre prestar o serviço militar apenas depois de me formar no terceiro ano, eu estou começando a ficar, de certo ponto, apavorado com essa ideia de prestar meu serviço. Eu sou um aspirante a produtor e compositor, oque eu tenho que fazer no exército? Sei que devo fazer isso e servir ao meu país como todos os caras da minha idade ainda vão ou já estão fazendo, e eu vou o fazer, mesmo não querendo. Eu sou um passivista que prefere ter pesadelos do que segurar em uma arma, essa é a minha verdade.

Mesmo tendo tanto no que pensar, ainda passo muito tempo pensando em Hoseok... e creio que seja algo ruim, já que o intuito de me afastar era deixar de pensar e gostar dele. O pior disso é que meus devaneios aumentaram e me pego pensando no que poderia ter acontecido.

E se outra pessoa fosse chamada no meu lugar para mostrar a escola aos novatos?
Eu talvez estivesse do mesmo jeito que o ano passado: vivendo minha vida e tentando convencer Jimin a gravar os vocais da minha primeira música — os quais ele apenas gravou porque eu tinha ficado muito tenso quanto á Hoseok ter demorado muito para voltar ao nosso dormitório no primeiro dia de aula.

E se eu tivesse me declarado desde o inicio?
Talvez mesmo ele sendo — ou não — hétero, nós poderíamos ter ficado ainda mais próximos.

E se eu nunca tivesse inventado essa coisa de enviar bilhetinhos?
Nunca teria dito ao menos de uma maneira indireta para quem eu já gostei sobre oque sinto...

Quer saber? Eu não mudaria nada.

— Gi?  — A voz de Namjoon ecoou pelo quarto, me fazendo abrir os olhos que eu ao menos percebi ter fechado. — Estava dormindo? — Perguntou, se sentando no canto da minha cama. — Taehyung está te esperando na entrada.

— Hum. — Encaro o teto por alguns segundos e suspiro, me sentando ao seu lado. — Já passou das duas?

— Sim. — Passou a mão pelo meu cabelo, o bagunçando e se levantou em seguida. — Se quiser pode ir comigo e Jinnie ao cinema mais tarde, Jeonkook também vai.

— Vou pensar nisso. — Me levanto junto, indo em direção ao meu armário.

Peguei um short preto e branco da Adidas, um de meus moletos pretos de manga curta e uma antiga camisa branca tecnicamente social, dois números maiores do que eu uso, e fui ao banheiro. Depois de ter tomado um banho rápido, pedi ao mais novo para que me ligasse quando eles fossem sair, não seria uma má ideia sair um pouco com os três no fim das contas.

Love, Hoseok. [hiatus]Onde histórias criam vida. Descubra agora