Capítulo 3

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Oi pessoal, como estão? Fico super feliz por ver meu filhote "Jogo à italiana" ser tão bem acolhido por vocês. Obrigada! Hoje, eu vou liberar mais dois capítulos porque na verdade um é super complementar ao outro. Vamos conhecer ainda mais a nossa ítalo-americana de sangue quentíssimo Soph. Espero que curtam. E também vamos falar mais de uma das tradições mais bacanas de Little Italy: a festa de San Gennaro.

Na quarta tem mais! Os capítulos serão postados às segundas, quartas e sextas. Vem comigo, viajar para Nova York!


Sophia

Faltava uma semana para a tradicional Festa de San Gennaro, em Little Italy. A data foi celebrada pela primeira vez em Nova York em 1926 e era uma homenagem ao padroeiro da cidade de Nápoles. O evento mobilizava toda a comunidade e era, sem dúvida, o maior da nossa vizinhança. Praticamente duas semanas de festança regada a muita comida, do jeito que os italianos gostavam.

Inúmeras barracas tomavam as ruas oferecendo toda a sorte de comida italiana. Uma sobremesa em especial tinha lugar de destaque e havia inclusive uma competição que já era bastante tradicional: a batalha dos cannolis. Já estava até ficando sem graça porque Vitto ganhava quase todos os anos, mas ainda era divertido.

A festa de San Gennaro me trazia tantas boas memórias da infância. Todas elas relacionadas a Noah, de uma forma ou de outra. Nunca disse a ele, nem a ninguém, mas o cheiro dos cannolis no óleo quente me lembrava dele. Podia não parecer romântico, mas era. Todas aquelas vozes e cores, me transportavam para a rua Mulberry de quase vinte anos antes.


— Nossa, Soph, você é tão molenga! — Noah corria na minha frente com um sorriso de deboche estampado no rosto.

As pernas dele eram bem maiores do que as minhas, não era justo ele achar que eu iria alcançá-lo com tanta facilidade. Ele estava cada vez mais bonito, apesar das pernas de garça, como Nick o chamava. Agora, estava um palmo mais alto do que eu, mas na semana passada nem parecia que tínhamos tanta diferença de altura.

— Você sabe que eu não consigo correr tão rápido quanto você — disse, esbaforida, enquanto nos escondíamos nos fundos da barraca de cannolis do Vitto.

— Ontem, o treinador Jackson disse que tenho bastante jeito para o futebol americano, sabia? Ele acha que se me dedicar bastante posso ser realmente bom — falava ele, empolgado, enfiando mais cannoli na boca do que cabia.

— Acho que você pode ser bom no que quiser, Noah. — Não sei por que, mas ultimamente meu coração batia mais rápido quando ele estava por perto.

— Gosto quando sua mãe arruma o seu cabelo assim. Você está muito bonita, Soph. — Ainda com a boca cheia, ele apontava para as maria-chiquinhas nas laterais da minha cabeça.

Eu achava que era meio infantil uma menina de 11 anos com este tipo de penteado, mas minha mãe ainda insistia. E já que Noah achava bonito, talvez não fosse uma ideia tão ruim.

— Não queria mais que minha mãe fizesse maria-chiquinha. Não quero parecer uma idiota.

— Você nunca parece uma idiota, Soph. Você é a menina mais bonita que eu conheço — disse Noah, sério.

— É mesmo? — Senti minhas bochechas arderem.

— É sim. — Ele abocanhou o último pedaço de cannoli.

Eu também o achava o menino mais bonito de todos. Mas não consegui dizer.

— Soph... — ele limpou a garganta —, posso te dar um beijo?

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