O Sequestro

4. O segredo do porão

Após concordar com Heric em se dividir pra procurar algo, saiu na moto até a sua residência para pegar algumas ferramentas, colocou tudo o que precisava num mochila qualquer de costas, pegou sua bicicleta que estava na garagem e seguiu para a casa de Karla.

Chegando na residência de sua parceira de trabalho, colocou sua bicicleta em um suporte improvisado que o mesmo fez e trancou com um cadeado e corrente para não sofrer o risco de ser assaltado, pois a rua estava esquisita e tinha dois caras numa moto andando direto pela rua.

Assim quando se aproximou, foi tentar abrir a porta, no entanto estava trancada. Karla é uma pessoa muito precavida, e sempre tinha uma chave guardada em um local escondido para caso ela perdesse, já tinha a reserva.

Sabendo das preocupações da amiga, olhou de baixo do tapete, no vaso de plantas e em todos os locais possíveis, mas quando deu um passo para trás, percebeu que a cerâmica estava quebrada e um pouco solta, forçou um pouco pra cima com a sua chave de casa, a cerâmica quebrou e lá estava a chave, logo após encontrar, foi abrindo a porta e entrou.

A casa da doutora é bem grande, cheia de detalhes, colecionava brinquedos antigos de sua infância, tudo de uma forma singela e especial, ela é uma pessoa bem organizada e perfeccionista, não se importava em viver sozinha naquela casa só com o seu cachorro. Apesar de independente sempre dizia que queria viver a vida do jeito que viesse.

Assim que entrou, foi surpreendido pelo cachorro da dona, um pastor alemão muito lindo que já o conhecia ele ficando feliz por ter visto ali e pulando em cima do amigo. Depois que o animal se acalmou, foi levado até o quintal deixando Miguel sozinho em casa a procura de algo. Desse modo se encaminhou até o quarto que ficava a poucos metros dali.

O quarto de Karla é considerado um dos cômodos grandes da casa, tem uma televisão na frente da cama, com um closet, mesa para estudos, prateleiras com livros, mangás, gibis uma verdadeira colecionadora! Adentrando ao quarto, foi direto ao computador na mesa de estudos e com cautela foi vasculhando cada pasta de que tinha lá, cada histórico, cada rede social e cada arquivo, pesquisou algo relativo a TCC, mas não encontrou nada, tudo o que buscava não encontrava algo relevante fazendo com que a paciência Miguel chegasse ao limite. Frustrado com o que não encontrou, esmurrou a mesa fazendo com que uma xicara com café caísse ao chão e melasse tudo no quarto.

Apanhou os cacos de vidro da xicara e alguns papeis caídos, foi até a cozinha, pegou um pano localizado na pia e voltou para limpar a sujeira cometida. Chegando na porta do quarto, pisou em falso no tapete de veludo e caiu de cara no chão. Antes de se levantar, viu que logo a frente, de baixo da cama tinha uma chave de abrir portas antigas.

Achou estranho já que aquela casa é bem moderna e Karla não colecionava chaves antigas desse tipo, automaticamente pegou e guardou em seu bolso. Encaminhou à cozinha para deixar o lixo que estava na área de serviço da casa. Colocou os cacos no lixo, mas antes de deixar aquele local, percebeu que o cachorro estava meio louco batendo em um monte de entulho da madeira restante da casa no fundo do quintal.

Curioso, foi até o fim do quintal para ajudar o animal, logo percebeu que aquilo não era só um monte de lixo, mas sim uma porta presa ao chão com letras marcada a faca que estava melada de terra. Assoprou limpando a área mostrando as iniciais TCC; por estar há muito tempo, puxou com força a alça para cima cujo estava emperrada para abrir. Aquela porta velha de madeira era apenas um mero disfarce para quem ver de longe, onde com pouco de força, poderia abrir.

Após ter puxado, ficou bastante impressionado ao olhar que aquela porta dava acesso há uma escada abaixo, possivelmente um porão misterioso, ao qual poderia haver respostas a respeito da pista que ela mandou.

Descendo as escadas escuras, Miguel pegou seu celular, ativou a lanterna e começou a descer aquelas escadas a procura na procura de algo, ao fim da escada tinha uma porta antiga que estava trancada, porem entre a fechadura e a porta tinha um buraco com um tamanho de um tijolo grande, no qual estava tampado por uma madeira do lado de dentro. Miguel logo empurrou essa madeira até que ela caísse ao chão fazendo um estrondo oco.

Colocou na câmera pra gravar e enfiou no buraco da parede com o intuito de ver se tinha algo ali, após ver o vídeo, viu-se que era um grande porão cheio de livros antigos em prateleiras pré-históricas e tinha uma chave atrás da porta.

Esticou o braço pelo buraco, pegou a chave e abriu a porta que o barrava de entrar, percebeu que tinha um interruptor no canto direito da sala, acendeu, as lâmpadas de LED demoraram a acender, mas em questão de segundos a sala estava iluminada.

Dirigiu-se até a única mesa no centro do local, onde percebeu que tinha um papel; ao analisar, percebeu que estava cheio de pontos e traços. Pensou um pouco olhando aquela folha e falou sozinho com um sorriso no rosto:

–— Karla sua esperta, usando código Morse! Por essa eu não esperava...

Miguel conhecia aquele código perfeitamente, traduziu rapidamente e lá estava escrito "em caso de sequestro, morte ou algo do tipo, abram essa gaveta baixo". Tentou abrir, entretanto estava fechada por uma fechadura bem antiga... Automaticamente pegou a chave encontrada no quarto, enfiou na fechadura e abriu a gaveta, ao qual tinha um caderno.

O caderno era preto todo enrolado com plástico bolha grudado com fita adesiva; era meio grosso e ao seu verso da capa tinha uma figura de caveira branca dando um destaque. Pegou sua chave de casa e rasgou o plástico deixando somente o livro e no momento que abriu, um papel de oficio saiu de dentro do caderno caindo ao chão.

Apanhou o papel oficio e notou que estava melada no canto inferior de gotas de sangue que já tivera secado; olhou bem direito e tinha mais uma mensagem em código Morse em cor vermelha. Ao traduzir percebeu que estava escrito "Eis a verdade sobre tudo..." deste modo, Miguel começou a ler o que sua amiga tinha escrito.

É isso pessoal
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