Recordação 5

18 3 5
                                    

21 de novembro de 2017.

Nesta manhã fria de novembro, aproveitei que minha filha mais velha estava em casa para me ajudar com a bolsa do David. A qualquer momento ele poderia chegar e seria muito bom deixar tudo pronto.

— Quer ajuda em mais alguma coisa mãe?

— Não filha — olho em volta — acho que isso é tudo. Vou preparar um lanche pra gente.

— Deixe que eu mesma preparo. A senhora não pode se esforçar.

— Tudo bem, eu vou descansar um pouco alí no sofá —falo quando ela segue para cozinha.

Estava me sentindo muito pesada, apoiei algumas almofadas nas minhas costas e nos pés. Mesmo já tendo duas lindas meninas, o nascimento do terceiro me deixa num misto de ansiedade e apreensão.

Minutos depois senti que algo estava errado, senti uma pontada forte e o líquido escorrendo entre minhas pernas. A bolsa havia estourado e não daria tempo de avisar ao Jacob, que nesse horário estava na padaria.

— Yui... — a chamei tentando respirar pelas contrações estarem aumentando.

— Oi mãe — disse aparecendo na sala e ao ver meu estado ficou assustada.

— Chame um taxi e diga que venha o mais rápido possível.

— Certo — disse correndo para fazer isso — calma mãe o táxi tá vindo.

— Tudo bem — respirando fundo.

— CADÊ O JACOB QUANDO MAIS SE PRECISA DELE? — gritou ela andando de um lado para o outro da calçada.

— Vamos esperar. Nossa como seu irmão tá apressado — respiro fundo.

— É de família — disse rindo um pouco nervosa — o táxi chegou — disse abrindo a porta para mim assim que ele parou — vamos mãe.

Andei com um pouco de dificuldade e entrei no táxi.

— Aguenta só um pouco mãe — segurou minha mão — já estamos chegando no hospital.

— Tudo bem filha — disse apertando um pouco sua mão para a tranquilizar.

— Me lembra de morder o Jacob mais tarde — disse emburrada.

— Ai filha, coitado — sorrio um pouco.

— Chegamos mãe — pagou o motorista, deu a volta e me ajudou a sair devagar do táxi.

Me apoio nos seus braços com cuidado.

— Já chegamos bebê espera só mais um pouco.

— E agora? — perguntou ela assim que entramos e viu que o local estava cheio.

— Fala ali com a moça da recepção, eu espero aqui — me sento no banco mais próximo.

— Ér...ah...claro — foi até a recepcionista e voltou minutos depois — ela disse pra eu levar a senhora até aquela segunda sala a esquerda neste corredor.

— Certo filha, será que a coruja chegou até o Jacob?

— Chego, eu recebi uma resposta. Tô pensando em aparatar até onde ele está, pegar ele e trazer pra o hospital. Mais rápido.

— Tudo bem filha, mas tenha cuidado. Esse hospital é No – Maj.

— Ah...Ér... — disse guardando a varinha — então né...

Sinto outra contração forte e aperto a mão da Yui.

— Desculpa filha.

— Já entendi de onde eu puxei toda a minha força — disse fazendo cara de dor.

Love MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora