Depois de cinco anos, dois personagens se encontram. Um deles segura um pequeno buquê de rosas brancas, o outro, está à sete palmos de profundidade do solo.
VIRGÍLIO: Pai! Eu sinto tanto a tua falta...
Com uma profunda dor no coração, Virgilio se aproxima do jazigo do pai, o Gaetano. Sem se importar com quaisquer doenças que um cemitério pode causar a um ser humano saudável, o filho mais velho dos Pricelli se ajoelha perante a cova do pai. Ele sabia que carrega uma culpa dupla na vida: uma é por ser a ovelha negra da família, e a outra, pela morte do "italianão".
Como um trecho de um filme que se repetia incessantemente em sua mente. Para defender o Ernesto, o Luccino e a Ema da mira da minha arma, meu pai se interpôs e tentou tirar a arma da minha mão. Nós lutamos até que um tiro foi disparado. A bala perfurou a sua barriga. Eu vi meu pai morrer nos meus braços. E para piorar quem disparou o tiro fatal fui eu!
Essa culpa eu carregaria comigo pelo resto da minha vida!
VIRGÍLIO: Eu não sou o único culpado do senhor, Papa. Todos os meus irmãos também são responsáveis pelo senhor estar aqui...
RECORDAÇÃO
Gaetano estava estirado no chão após Virgílio o ter acertado com um tiro. Ema estava assustada com a cena e Luccino e Ernesto estavam ao redor do pai. Até que Ernesto vira o seu rosto em direção ao Virgílio. Sua face expressava um misto de dor e raiva, enquanto seus olhos cansados fixaram o olhar para o algoz do "italianão".
ERNESTO: Olha o que você fez, seu animal?! – um silêncio breve se fez soar no ambiente e logo um grito tomou conta do lugar – OLHA O QUE VOCÊ FEZ!!!
E Virgílio após acordar do estado de choque, corre para longe da família, desaparecendo por entre o matagal próximo.
VIRGÍLIO: Er-nes-to... A culpa é sua! Sua... sua... – Virgílio afirmava para si mesmo enquanto chorava silenciosamente – Você vai me pagar por me ter feito o assassino do meu pai!!!
Após tirar suas próprias conclusões, Virgílio coloca o buquê de rosas brancas que havia trazido consigo em um suporte na lápide. Virgílio então deslizou os dedos entre o entalhe aonde estava escrito o nome do seu pai como se essa fosse a única forma de se sentir próximo ao seu progenitor.
E ainda triste pelas lembranças do fatídico dia, Virgílio vai embora levando consigo uma carga um pouco mais leve do que havia carregado até então e também uma certeza: Ernesto vai pagar pela morte de Gaetano Pricelli, seu pai.
Dentro de uma mansão localizado no Vale do Café, dois personagens - na verdade duas - logo se enterariam da liberdade do Xavier e do Virgílio.
PETÚNIA: Madama, madama!SUSANA:Ah, o que é que foi, seu estrupício.
PETÚNIA: Você não vai acreditar na notícia que eu tenho.
SUSANA: E está esperando o quê pra me contar?!
PETÚNIA: Sabe quem acabou de sair da cadeia, madama? O Xavier!
SUSANA: O Xavier!!! O que foi preso pela tentativa de descarrilhamento do trem?
PETÚNIA: Ele mesmo, madama. E parece que o burguesinho ali está com sede de vingança.
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Lutávio & Xavílio: dois lados da mesma moeda
FanfictionEssa fanfiction de Lutávio se inicia cinco anos após a tentativa de descarrilhamento do trem inaugural do Vale do Café. Luccino e Otávio passam a viver juntos como vizinhos na pensão da cidade. Xavier e Virgilho estão presos cumprindo a pena pelos c...