OTÁVIO: Cinco anos...
LUCCINO: Cinco anos...Estavam o major e o mecânico mais famoso da cidade juntos, após protagonizarem mais uma cena de amor e prazer nas "suas casas", na cama que testemunha tantos momentos como esse.
OTÁVIO: Como nossas vidas mudaram tanto, Luccino.
LUCCINO: Verdade, major.
OTÁVIO: Quem diria que nesse período de tempo a gente se conheceria, sentiria, se alegraria, choraria, se reconheceria um no outro. E hoje estamos aqui, vivendo algo tão... – e Lutávio se entreolharam – especial.
LUCCINO: Eu te entendo, Otávio. Vivemos algo tão inimaginável quanto bonito. E me sinto muito feliz por viver os meus dias contigo.
OTÁVIO: Eu também, Luccino, eu também. Quero que saiba que o que eu sinto por você, amore mio, é muito grande, maior do que eu mesmo.
LUCCINO: O que pode-se facilmente ver, já que você é baixinho...
OTÁVIO: Baixinho, eu?! Que despautério é esse, Luccino?! Saiba que sou mais alto que você, viu?!
LUCCINO: Calma, maiorzinho! – Luccino se divertia com a "revolta" do amado Otávio, porque sabia que a altura era o seu ponto fraco – Eu sei que você é mais alto que eu. Estava só brincando, doido pra ver essa sua carinha de revoltado. Meu grande revoltado! - Luccino ainda o provocava com aquele sorriso debochado, mas alegre.
OTÁVIO: Aé?! Então vamos ver o que o "grande revoltado" aqui vai fazer com você, meu italianinho del mio cuore!Enquanto Lutávio aproveitava a noite de amor juntos, outros personagens não tinham nenhum motivo para comemorar nesse dia.
XAVIER: Cinco anos... Cinco malditos anos...
O resmungo odioso de Xavier naquele momento tirou o seu único companheiro de cela do seu sono leve. O brilho da lua cheia que iluminava o céu refletia sobre a silhueta do Xavier, deixando-o de um jeito único. E isso estranhamente atraía a atenção do seu espectador.
VIRGÍLIO: Não conseguiu dormir, senhor?
XAVIER: Claro que não! Quem vai conseguir dormir direito nessa cela mequetrefe! Aliás não era pra eu estar aqui! – Virgílio já estava acostumado às queixas do Xavier nesse tempo que estão convivendo na prisão. – Ah, mas todos nessa porcaria do Vale do Café podem esperar: eu vou dar a volta por cima. E o meu primeiro alvo será ele, maldito Coronel Brandão!
VIRGÍLIO: Mas senhor, como faria isso se estamos presos, condenados por tudo o que fizemos?
XAVIER: Eu vou desenvolver um bom plano, mas a primeira coisa que vou fazer é sair daqui.
VIRGÍLIO: Enquanto o senhor pensa, me deixa dormir. Já está tarde e logo logo amanhece.Ao perceber que não receberia nenhuma resposta do seu chefe, Virgílio se virou para o outro lado da cama, para tentar dormir novamente. Quinze minutos depois, Xavier resolve seguir o exemplo do seu colega e ir dormir.
Ao amanhecer do dia seguinte, Luccino desperta e instintivamente procura pela presença do major na cama, sem sucesso. Mas logo supôs que Otávio fora para o quartel, comandar o batalhão que antes era de responsabilidade do seu amigo, o Cel Brandão.
OTÁVIO: Bom dia, amore mio!
O Luccino se virou para a porta que separava os nossos quartos. Nele estava o major Otávio, tão bonito como sempre, lhe desejando bom dia vestido naquele uniforme que lhe deixava tão sério, tão responsável. Ele sempre me fazia suspirar.
LUCCINO: Bom dia, meu major. Despertou cedo?
OTÁVIO: Sim. Tenho que chegar ao quartel o quanto antes. Imagina eu, o responsável pela tropa chegar tarde? Falando em desperto, acho que mais alguém acordou hoje, hein?!Luccino percebeu que Otávio olhava para algo na cama. Quando se deu conta da ereção matinal que fazia um volume protuberante no lençol. Envergonhado, ele pôs um travesseiro na frente da "tenda de circo" dele.
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Lutávio & Xavílio: dois lados da mesma moeda
FanficEssa fanfiction de Lutávio se inicia cinco anos após a tentativa de descarrilhamento do trem inaugural do Vale do Café. Luccino e Otávio passam a viver juntos como vizinhos na pensão da cidade. Xavier e Virgilho estão presos cumprindo a pena pelos c...