31- "You're My Jaan"

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   Rye acordou e sentiu um peso em cima de si. Olhando para baixo ele viu o loiro dormindo como um bebê, tranquilamente. A respiração dele batia em seu peito, aquecendo-o e suas pernas estavam juntas. Ele viu a bagunça de roupas no chão da cela; sua camisa foi parar em cima da pia deles e o resto dos uniformes estavam espalhados aleatoriamente pela superfície.

   Ele lembrou do que eles fizeram à tarde e sorriu automaticamente, apertando o corpo do loiro junto do seu, mesmo que estivesse sem roupa. Não tinha problema com isso. E o corpo dele era quente, fofo, tudo o que precisava. O calor dele era agradável, prazeroso. Tirando o cheiro de sexo da cela o resto estava ótimo.

   Começou um carinho nas costas do menor, não querendo acordá-lo ainda. Andy tinha se esgotado muito na atividade sexual deles e ficado cansado. Além disso, Rye amava vê-lo dormindo, a expressão serena de quem não sofria nada, como se o mundo fosse todo colorido, para todas as pessoas. Bem, pelo menos, eles estavam felizes, em sua própria atmosfera, universo. E não deixaria nada nem ninguém atrapalhar isso, tirar essa pequena parte feliz de sua vida.

   A experiência de ter Andy todo para si foi única, especial e isso significava muito tanto para si, quanto para o relacionamento deles e para intensificar o laço de união e fidelidade que tinham, ou que passaram a ter a partir dali. Tinha seu companheiro, seu amante, seu amigo e confidente, e o amava. Rye tinha certeza disso agora, na verdade passou a considerar essa possibilidade depois de tê-lo chamado de namorado, e em seguida na solitária, quando pôde pensar nas coisas com a maior calma do mundo. Ele amava estar com o menor, ficar com ele e amava tudo nele, desde o dedão do pé até os fios de cabelos loiros, com as raízes negras. E sobretudo os olhos dele. Oh! Rye morria de amores pelos olhos dele, aquela mistura de azuis.

   E o sorriso com a língua entre os dentes o deixava perdidinho, fazia-o perder o juízo. Ele se renderia sempre àquele sorriso esplêndido, sem nenhum protesto e com todo o seu ser. Porque amava o loiro e faria tudo por ele. O que ele falou era completamente verdade, ficaria com Andy até os cinquenta, amando-o e sendo feliz. Era isso o que queria e lutaria por isso.

   Ele sentiu Andy se mover de leve em seus braços e murmurar algo incompressível aos seus ouvidos. Passou a prestar a atenção nos atos dele, com perspicácia para agir a qualquer momento, quando fosse preciso. Fowler apertou os olhos e mexeu a cabeça, fazendo cócegas no peito de Rye com seus cabelos. O castanho continuou o carinho no início da coluna dele, suave, para relaxá-lo e deixá-lo calmo. Sabia que o loiro era mais manhoso do que o normal durante a manhã e depois de terem transado, desejaria mais carinhos ainda. E não tinha o que reclamar sobre isso; adorava acariciá-lo, passar os dedos sobre a pele branca e macia dele, contornando algumas tatuagens e alisando outras específicas. E sabia que o menor apreciava muito isso.

   A imagem dele se contorcendo por causa de suas carícias ainda estava nítida e clara em sua mente, como água, queimando como fogo e fazendo-o lembrar do efeito que tinha sobre ele. Isso era incrível, fantástico. Não podia negar que adorou e seu ego aumentou um pouco, porque era o único que podia proporcionar isso ao loiro, com a maestria que fez, a delicadeza. Não tinha outro para fazer isso e era ótimo saber disso.

  - Jaan? - escutou o loiro murmurar, abrindo os olhos devagar e franziu o cenho, não entendendo. Que merda era aquilo? -Jaan? - ele repetiu e olhou para o maior, coçando os olhos com a mão direita, solta.

  - 'Tá delirando? - Rye perguntou, ficando preocupado de repente mas o loiro negou, com um sorriso tímido nos lábios.

  - Eu te chamei de jaan, bobo. - disse começando a passar os dedos pelo peito dele, para descontrair.

  - E o que isso significa? - indagou, sorrindo de volta.

  - É árabe. É como os casais chamam seus companheiros, aquele com quem vive dia e noite, pensa nele todas as horas, sem parar, imagina o resto da sua vida com ele e ama de verdade. - explicou, baixinho.

Prison Novel - Versão RandyOnde histórias criam vida. Descubra agora