20- An Ordinary Day To Relax

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   Andy abriu os olhos contra sua vontade, mas não queria levantar e acabou cobrindo a cabeça com sua coberta. O tempo era frio e continuava chovendo lá fora, como nos últimos dias. Felizmente isso não afetou sua respiração e não teve mais outras crises de bronquite, o que não significava que não poderia ter. Isso era um incógnita e por isso deveria carregar seu inalador consigo, para cima e para baixo. Ele ouviu o barulho de alguém se movimentando- com certeza Liam- a torneira sendo aberta, e ele deveria estar lavando o rosto, provavelmente. Depois não ouviu mais barulho e estranhou. Mesmo não querendo teve que se erguer. Coçou os olhos, e deixou um bocejo escapar.

  - Ainda com sono? - escutou a voz de Rye, encostado na viga da beliche aos seus pés, então assentiu, levantando-se.

   Ryan viu a cueca dele a mostra e uma cenas bem estranhas vieram na sua mente, fazendo-lhe balançar a cabeça.

   Fowler também lavou o rosto, e arrumou seus cabelos em coque. Ele voltou para a cama e pegou a caixa com os remédios.

  - Ajuda?- o castanho perguntou, gentil. Andy concordou e viu-o sentar-se ao seu lado, abrindo a caixa e pegando o vidro amarronzado junto com uma ampola. Ele limpou o braço do moreno com o algodão molhado no álcool e encheu a agulha com o líquido amarelado, posicionando-o, logo, sobre a pele dele.

   Andy olhava tudo com um encanto tremendo: Jack estava certo quando disse que o ser humano é carente e precisa de carinho. Andy adorava a forma como Rye lhe ajudava, sem reclamar e com todo o cuidado do mundo. Sua atenção, no entanto, foi desfocada quando sentiu a ponta da ampola penetrar sua pele e Rye empurrá-la para dentro, cautelosamente e devagar.

   Odiava isso, ainda mais a sensação de impotência que sentia, de fraqueza. Pois a verdade era que não tinha o mesmo físico que os outros, e precisava de atenção redobrada devido os seus problemas respiratórios. Isto acabava consigo. Ninguém gosta de saber que é mais vulnerável do que o outro e Andy não era diferente. E tudo por causa dos maldito cigarros.

  - Pronto? - inquiriu, baixo, e Rye negou. Beaumont apertou mais a seringa para que o líquido entrasse na veia e então retirou-a, jogando-a fora em seguida.

  - Agora sim, medroso. - Ele zombou da careta que o loiro fazia.

  - Não sou medroso, só não gosto disso. - declarou, emburrado. Rye riu, arrumando a bagunça dos remédios e fechou a caixa. Andy surpreendeu-se quando ele acariciou o local onde fora medicação suavemente e aproximou os rostos deles.

  - Ainda bem que eu existo. - sussurrou, bem próximo ao menor, que piscou os olhos.

  - O que está acontecendo entre nós? - não se aguentou e perguntou, abaixando o rosto para ver a mão de Rye no seu braço.

   Aquela angústia estava lhe matando e precisava saber, entender a situação deles, porque só havia confusão em sua mente.

  - A gente se beija quando quer a partir de agora? - Continuou, também queria dizer "Viramos amantes fixos um do outro?" "São só beijos ou vamos nos aprofundar nisso?" mas decidiu por deixar para lá. Eram questões mais complexas para eles. Por enquanto bastava o mais simples.

   Rye assustou-se com as perguntas, aliás também não sabia o que dizer. Sua mente estava igual, ou pior, do que a de Fowler; eram dois rapazes confusos e sem direção. Beaumont respirou fundo e Andy achou que ele fosse se afastar e já estava se esmurrando internamente por isso. Não queria que ele ficasse longe ou que caísse na real para perceber que estava, realmente, ficando com outro homem. Isso o deixaria louco, e aí sim um muro de metal seria colocado entre eles. Fowler não desejava isso; ter Rye daquela maneira tão pessoal era ótimo. Adorava o sorriso presunçoso dele e as ruginhas ao redor dos olhos, quando sorria.

Prison Novel - Versão RandyOnde histórias criam vida. Descubra agora