Eu ainda te odeio (Livro 2)

Capítulo 9- Dor

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Um dia antes...

- Você deve ter noção do que é criar uma cobra...

- Filho, o toque de recolher já durou tempo demais, as pessoas vão morrer

- Eu sei que esses ratos estão se escapando pra comprar comida, mãe, de fome não morrem

- Então por que continua com isso?

Ele bate na mesa e se levanta, o estrondo alto faz sua mãe pular de susto

- Porque eu sei que aqueles filhos da puta estão na quebrada, o Thiago não tava com um puto no bolso, não dava pra ele sair daqui

- Você não tem o direito de falar nesse tom de voz comigo, EU SOU SUA MÃE!

Ele caminha até a mulher, sua expressão estava dura, eles se encaram por alguns instantes, até ele agarrar seu pescoço e ergue-la sem dificuldades

- Não, Angela, você é outra rata, igualzinha a eles

Ela não podia responder, não conseguia falar

- Diga Angela, você sabe onde eles estão?

-..... Não

Ele a solta, a fazendo cair no chão

- Vai embora daqui, volta pro seu quarto, e comece a passar aquele vestido preto que você adora usar em enterro, vai enterrar o seu filho pela segunda vez

- Você não pode fazer isso, NÃO!!!

- Tirem ela daqui

Dois homens a seguraram pelo braço, a arrastando enquanto ela chorava e berrava pra fora do lugar

- QUERO QUE TRAGAM A MARIA APARECIDA AQUI AGORA!!!

Era um mistério, até mesmo para seus homens, o que Pedro poderia querer com a anciã do morro?

...

- O que você quer comigo?

- Maria!! Que prazer te ver de novo

- Não posso dizer o mesmo, Pedro

- Eu sei, mas infelizmente, eu preciso da sua ajuda

Ela solta uma debochada risada, imediatamente, Pedro aponta a arma pro rosto da senhora

- Não tenho medo de você

- Por que não?

- Criança... tenta assustar as pessoas com um revólver, e disso eu já vi muito, não me assusta mais

Pedro sorri, afim de esconder a raiva

- O que te assusta então?

- A polícia me assusta, eles prendem minha gente todos os dias sem nem perguntar a razão

- Então é assim que vou fazer você falar?

- O que quer que eu fale?

Ele sinaliza com a cabeça na direção da porta, um dos capangas entra, carregando com ele uma criança, que chorava e se debatia