Capítulo 12

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— Quando ia me contar sobre isso? — ele estava com a carta na mão e eu gelei.

Eu fiquei lhe encarando por um tempo tentando achar as palavras certas.

— Eu juro pra você que eu ia contar logo. — respirei fundo. — Eu também soube hoje.

— Ania, a carta estava aberta.

— Eu sei, Thomas. — passei as mãos no cabelo. — Eu recebi ela ontem. — lhe encarei. — Quando eu ia abrir pra ler você chegou lá no apê, eu só fiz guardar na bolsa e nem lembrei mais dela. Olga me falou hoje do que se tratava.

Ele não disse nada, e apenas sentou ao meu lado no sofá em silêncio e ambos ficamos encarando a TV desligada.

— Já pensou em alguma coisa? — ele quebrou o silêncio, e abaixou a cabeça olhando a carta ainda em suas mãos.

— Não. — respirei fundo me esparramando no sofá. — Eu estou pensando na gente.

— Não impeça por mim, Ania. — ele segurou minha mão e nos olhamos. — Nós daremos um jeito.

— Tom, estamos no início de um relacionamento, e está tão bom. Eu não quero ir pra longe e fazer nosso relacionamento desgastar.

— Londres é duas horas daqui, podemos ficar juntos todo final de semana.

— E quando você cansar? É duas horas? Sim, mas e a gasolina? Você vai sair daqui numa sexta depois de um dia cansativo, e vai me encontrar também super cansada de passar o dia na faculdade, e depois ballet e até mesmo o estágio.

— Você está pensando negativo. E também está sendo dramática. E também colocando dificuldade onde não é pra existir. — ele levantou irritado. — Eu não quero que você deixe tudo por mim. Você vai decidir se vai ou não, eu vou te apoiar na sua decisão.

Ele saiu dali deixando a carta em cima da mesa, e foi para o quarto. Encarei aquele papel por um tempo, até criar coragem e pegar.

" Querida Anastasia Petrova, nós da Royal Ballet de Londres tivemos conhecimento do seu excelentíssimo desempenho no último espetáculo da Eden Dance Centre. Estamos lhe oferecendo bolsa em nossa instituição, e você tem até trinta dias para se apresentar em nossa sede, a contar do dia em que receber a carta.

Não poderíamos deixar passar um talento como você.

Atenciosamente,
Diana."

Eu respirei fundo, e encarei a carta. Era meu sonho ali, e Thomas tinha razão, eu não podia deixar tudo por causa dele, e ir pra Londres seria uma oportunidade incrível.

Suspirei e desliguei as luzes do apartamento, e notei que o dia já estava amanhecendo. Quando cheguei no quarto, Thomas estava deitado com o lençol cobrindo sua cintura até os pés.

Tomei um banho e depois deitei ao lado dele, me virei de costas pra ele, e fiquei encarando janela por uns minutos, e depois senti Tom se mexer, e suas mãos foram até meu cabelo.

— Você deve está dormindo. — ele sussurrou. — Eu te amo, e eu vou está com você sempre, espero que você tome uma boa decisão. — e por fim beijou minha cabeça.

Meu peito transbordava de amor, eu queria virar e beijá-lo, mas apenas sorri no meu canto e dormi minutos depois.

••

— Vocês acha que ele está chateado? — digo pra as meninas. — Acordei e ele tinha saído, nem se quer me esperou.

— Claro que não, Ania. — Mari revirou os olhos. — Ele apenas saiu pra trabalhar, você mesma disse que ele falou coisas bonitas enquanto achava que você estava dormindo.

— Você já tem uma decisão, não é? — Any perguntou.

— Quase uma. — elas me olharam confusa. — Eu estou decidindo ir, mas não posso ir de mal com ele, sabe?

— E se você transar com ele? — perguntou Mari.

— Marina? — Any falou desacreditada pra irmã. — Deixa a menina falar.

— Mari, a vida não é só transar, ok? — falei séria. — Vou conversar com ele hoje, a gente vai se entender. — sorri, e senti meu celular vibrando na mão. — Com licença.

Olhei no visor, e era Tom.

Amor? Onde você está? — ouvir sua voz calma me fez abrir um sorrisinho.

— Estou aqui no apê com Mari e Any, porque?

— Estava pensando em a gente ir jantar, o que acha? Se você não tiver plantão é claro.

— Eu estou livre. — digo e escuto ele da uma pequena risada.

Chego aí já já.

— Estou te esperando. — finalizei a ligação, e as meninas me olharam curiosas. — Me desculpem, meninas, mas vou jantar com Thomas.

— A gente super compreende. — disse Any.

— Tenha um bom jantar, amiga. — disse Mari e eu sorri.

— Vou descendo, meninas. — corri para a porta e mandei beijinhos. — Eu amo vocês.

Saí do apartamento, e desci para o térreo onde não esperei nem um minuto, e o carro de Tom estacionou em frente ao prédio.

— Vamos? — ele perguntou assim que entrei.

— Claro. — sorri pra ele, e demos um selinho.

— Amor. — ele colocou sua mão em minha perna, e me olhou. — Me desculpa? Eu não devia ter agido estúpidamente, eu não sei o que deu em mim. Só quero que saiba que eu te apoio independente da sua escolha.

— Ei, tá tudo bem. — coloquei minha mão em seu rosto. — Você estava apenas nervoso. E vamos conversar sobre a Royal Ballet, ok?— sorri pra ele. — Eu amo você.

— A primeira!

— O quê?

— A dizer que ama.

— Eu não, você disse de madrugada. — falei rindo.

— Você escutou...

— Sim, e achei bem fofo. — lhe dei um selinho.

Ele sorriu e deu partida no carro, eu estava esperando tudo da nossa conversa.

••

Capítulo curtinhooo, mas prometo que o próximo vai ser muito bom haha

All Of Me - Tom Hiddleston (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora