Introdução

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Mapa das terras conhecidas de Luthera:

          Era só um pequeno fragmento de rocha, lançado ao espaço pela explosão de um mundo condenado

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          Era só um pequeno fragmento de rocha, lançado ao espaço pela explosão de um mundo condenado.          

         Durante os milhões de anos em que atravessou meio universo, o meteorito foi contaminado por todos os tipos de lixo estelar, radiações nocivas e energias de sóis negros. O alvo fatídico desse viajante cósmico viria a ser um sistema solar de estrela amarela, mais especificamente o quarto planeta, chamado de Luthera pelos seus habitantes.          

          Existiam sete nações em Luthera: o país denominado Histérida localizava-se no extremo norte congelado, lugar em que habitavam os hastras, exímios praticantes de magia.          

          Ao sul de Histérida, num local ermo e escaldante, a nação de Hypéria era o lar dos bravos guerreiros pélidas, homens de compleição vigorosa e que honravam rígidas tradições de conduta e convívio.          

          Ainda mais ao sul, na região de maior atividade vulcânica, havia Remínia, na qual viviam os autodenominados "forjadores", devido às suas excepcionais habilidades para confeccionar armas e artefatos mágicos.          

          Orighia estava a oeste de Remínia e era a pátria dos tromos, indivíduos de baixa estatura e integrados à natureza e aos animais, constituindo-se em domadores e rastreadores sem igual. 

          Delócia, berço de humanos fortes e bem organizados, mas em constantes conflitos internos, achava-se localizada no extremo sul.          

          Atravessando o mar, a sudoeste, fica Rescália, com as imponentes amazonas, guardiãs da floresta sagrada.          

          Existiam, ainda, os orcs, humanoides de feições abrutalhadas, dos quais nunca se soube a origem e não eram considerados como nação, pois se tratavam de guerreiros selvagens, saqueadores e caçadores nômades. Viviam principalmente na ilha entre Delócia e Rescália, mas aldeias esparsas estavam presentes em quase toda Luthera.           

          Lústia, onde caiu o rochedo celestial, era terra de gelo e trevas seculares a leste de Histérida, e além do deserto Boreal. Lá figuravam algumas aldeias de habitantes que se odiavam mutuamente, formadas por varões altos, esguios e de temperamento cruel.          

          Quando o meteoro caiu, derretendo neve acumulada por milênios, abrindo cratera de cinco metros de profundidade e emitindo ruído ensurdecedor, o bólido sideral chamou a atenção de uma dessas tribos liderada por um chefe jovem, ambicioso e sem escrúpulos, chamado Amókito.          

          Amókito enviou um grupo para investigar o fenômeno do "fogo que desabou do céu". Eles encontraram a rocha negra e a levaram para dentro da rústica povoação em que viviam, expondo a comunidade à radiação invisível que o estranho mineral emitia.          

          Poucos dias depois, os integrantes daquele povoado passaram a evoluir freneticamente. Inteligente e sensitivo, Amókito notou que o fragmento de matéria escura fornecia energia, que ele podia usar para aumentar a própria vitalidade e a dos seus compatriotas, ou até mesmo para reanimar as coisas mortas, o que o transformou no feiticeiro mais poderoso de seu tempo. Ele utilizou a necromancia como recurso para subjugar os vilarejos inimigos, consolidando seu domínio sobre Lústia. Os corpos dos derrotados foram seu maior espólio, já que os ressuscitados tornavam-se subservientes a Amókito e garantiam sua condição de soberano absoluto.          

          Os aldeões ficaram aterrorizados quando viram pela primeira vez os redivivos, tirados do descanso final pelos poderes adquiridos por Amókito. Entretanto, passados apenas meses, a maioria da população começou a achar normal utilizar o trabalho dos adversários mortos.          

          E os lustianos não envelheciam, não morriam de causas naturais ou sequer ficavam doentes. Alimentados pela energia maligna do objeto interplanetário, tiveram a capacidade física, intelectual e mística aumentada fabulosamente, inclinando-os às artes negras.Mas, por causa dessa longevidade inusitada, perderam a aptidão para se reproduzirem. Dessa forma, privadas da principal função que lhes cabia na sociedade, muitas mulheres, por que não engravidavam mais, cometiam suicídio, já que seus compatriotas repudiavam as fêmeas inférteis.          

          Com o passar dos anos, a maioria dos lustianos enlouquecia e se aventurava no meio de outros povos, espalhando misérias e dando origem às terríveis lendas acerca das criaturas alcunhadas de "Infernais". Perdendo os bons sentimentos, passaram a ser puramente malignos e sanguinários, adotando um único objetivo: controlar todos os povos de Luthera, vivos ou não.

          Passaram-se mil e duzentos anos. Finalmente, sob o inquestionável desígnio de Amókito, construíram um monumento para abrigar a pedra mística e descobriram uma maneira de emanar sua bruma funesta para o globo planetário, minando tudo o que houvesse de bom e deixando o restante da humanidade indefesa contra eles.

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