San Francisco - Wolfstar

Um

Era um típico final de tarde de verão em São Francisco: ar quente com um vento soprando forte e o resto de Sol que permanecera durante toda a manhã e tarde desaparecendo aos poucos. Era também um típico final de tarde para Sirius, Marlene, James e Peter. Cada um passara o dia na faculdade e agora estavam a caminho do PUB que tocavam. Era uma maneira deles manterem a banda e o sonho vivos, não como pensavam e almejavam quando a mesma surgiu na garagem de James durante a oitava série, mas ainda era melhor que nada.

Sim, a banda foi criada em uma garagem e a grande parte dos ensaios ainda acontece naquela maravilhosa e histórica garagem. O cenário era basicamente: James, Sirius, Peter e Marlene melhores amigos, todos nutriam a mesma paixão pela música. Peter um dia ganhou uma bateria. James ganhou uma guitarra. Sirius ganhou um baixo e sempre cantou muito bem. Marlene passara todo ensino fundamental e médio viciada em high school musical querendo ser a Sharpay e maratonando glee querendo ser a Quinn (o que mais tarde descobriria que o vício não era para ser igual a elas, e sim namorar alguém igual a elas), então aprendera a cantar. Foi só juntar o que já era unido e pronto, nasceu a The Marauders. Peter na bateria, James na guitarra, Sirius no baixo e dividindo o vocal com Marlene.

Não podemos negar que no começo, era apenas para se sentir parte de algo especial. Eles nunca foram realmente populares no colégio, James e Marlene ficavam com muitas garotas sim e Sirius flertava com absolutamente cada pessoa, sendo homem ou mulher, que passara em sua frente. Peter sempre tivera olhos em apenas uma garota, que é agora noivo. Eles também geralmente eram chamados para eventuais festas. Mas não eram realmente "populares". Se bem que qual o sentido de popular? É ter muitas mensagens? Cada dia da semana algo para fazer? Todos saberem seu nome?. Se era isso, eles provavelmente eram. Mas do que adiantava seus celulares bombando de mensagens se eram todas sobre assuntos fúteis? Se eles realmente precisassem de alguém, não tinham 5. Até a banda. Podemos dizer que depois da formação e depois de um ano inteiro de ensaios após a aula na garagem de James, pequenos shows para alguns colegas e limonada da tia Eugênia, mãe de James, as primeiras músicas autorais compostas e várias rodas de desabafo, aquilo virou muito mais que apenas uma banda. E era isso que mais importava. Era isso que a banda trazia para eles. União. Eles podiam confiar em cada uma daquelas pessoas de olhos fechados. Eles sabiam, que se precisassem de qualquer coisa, eles estariam ali um pelo outro. E foi assim desde a oitava série até agora, em seus últimos anos da faculdade.

No início da nona série, eles colocaram a banda em outro nível. Pelo menos, na cabeça deles. Começaram a se dedicar 100% naquilo e realmente pretendiam viver daquilo pelo resto de suas vidas. Foi no dia em que a garagem e a rua de James começara a parecer pequena pela quantidade de alunos que iam nos shows, a animação e o brilho nos olhos dos 4 era inacreditável. Mas aquele foi o ápice. Nunca saiam disso. E foi no primeiro dia do senior year que o choque de realidade caiu sobre eles. Talvez, era para ser apenas isso, alguns amigos muito talentosos que tinham uma bandinha de garagem. E cada um começou a pensar no ano que estava próximo. Faculdade. Mas eles prometeram não abandonar a banda, independente do que acontecesse. The Marauders sempre existiria.

E assim, três anos depois, aqui estavam eles, todos em seus últimos anos de graduação: Peter em gastronomia, Marlene em moda, James em jornalismo e Sirius em música, e ainda com a banda firme e forte.

Seis meses antes, Peter começara um estágio em um dos milhares PUBS de São Francisco, e de quebra um local para a banda tocar segunda, quarta e sexta durante os happy hours, já que o mesmo não estagiava nesse horário. Agora, eles podiam tocar suas músicas, receber por isso e ainda se formar na faculdade. Era bom até demais que quase não parecia real. E lá estavam eles, dando uma última modificada na playlist do dia e finalizando a passagem de som, antes do bar abrir para os clientes.