Capítulo 11 - Finalmente

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Orange; Greenwich; Terça-feira; 7:04 da noite;

- Emi, eu não sei. – Agatha disse angustiada. – A Iv não quis me contar. 

- Mas você não se lembra de nada sobre o dia? Não tem nenhuma pista? – a garota insistiu. 

- Eu lembro que... – a primeira ficou pensativa durante alguns segundos. – Eu a encontrei chorando muito no quarto... 

- Você sabe quando? 

- Eu cheguei tarde em casa. Estava escuro e você não estava lá. – apontou pro cômodo com as sobrancelhas. – Provavelmente devia estar com o Ryan. Eu estava com o Sam. – falou mais baixo. – Achei que a Ivane estaria com o Noah também. Mas não. Eu a encontrei aos prantos no quarto... Ela estava vestindo o uniforme número dois, da torcida. – voltava à lembrança aos poucos. 

Os uniformes da torcida eram divididos em: Um, dois e três. Eram modelos diferentes. O número dois, o qual Ivane usava no dia, era azul e preto, tão curto quanto os outros.

Agatha se lembrava bem desse detalhe. 

- Ela estava usando-o porque, se me lembro bem... – estreitou os olhos. – Mais cedo houve um jogo de futebol entre os Eagles e os Tigers... 

- Da Drayton High School. – Emiko completou, voltando ao primeiro flashback. – Quando aconteceu o jogo? Em que dia da semana? 

- Talvez terça ou quarta. – mordeu levemente o lábio inferior. – Os Eagles ganharam. Último gol do Noah. 

- Como você se lembra disso e não se lembra do dia? – estava impaciente. 

- Porque os Eagles foram classificados pra final, nesse jogo. – fez uma pausa. – Desculpa, Emi. Sam ficou animado com isso, por isso eu lembro. Eu não sabia que ia precisar lembrar disso algum dia. 

- Tudo bem, Agatha. A culpa não é sua... Você pelo menos se lembra de alguma coisa que ela tenha dito? 

- Quando eu entrei no quarto ela estava ajoelhada, com a cabeça encostada na cama. Chorava alto e gritava algumas palavras sem sentido... Acho que ela gritou algo como... – Agatha juntou as sobrancelhas, repensando no que estava prestes a dizer. – “Ele me paga”. Tentei perguntá-la se ela queria alguma coisa, mas a Ivane não estava pra papo. 

- Você foi dormir, depois? 

- Acho que eu fui ao banheiro me trocar. Quando voltei, ela tinha saído. 

- Pra onde? 

- Não faço idéia. – a garota sentiu os olhos queimarem. Culpava mentalmente sua falta de atenção. Merda. – Eu tentei ligar no seu celular. Ela tinha deixado em casa. Preferi aguardar. 

- E como ela chegou no dia seguinte? 

- Ela chegou... – colocou o indicador no queixo. – Parecia que estava de ressaca. Com os olhos um pouco mais arregalados. Ainda estava com o uniforme da torcida. 

- Vou procurar saber com o treinador Stevens o dia do jogo. – Emiko respirou fundo.

Orange; Terça-feira; 7:21 da noite;

- O que você quer? – Duan perguntou grosseiro ao homem escorado na parede de um viaduto. Ele era magro e vestia um terno preto. 

O loiro saía apressado do carro, dando passos pesados até a figura ali parada. Olhava-a com desprezo. 

- Um carro novo. – ele sorriu. – Me cansei do meu. 

- Olha aqui, seu idiota. – o rapaz segurou-o pega gola da camisa. – Eu já paguei o que você queria. Não abuse, senão... 

Ópera [✓] | adaptação noany Onde histórias criam vida. Descubra agora