Orange; Audi preto; segunda-feira; 5:40 da tarde;
Any teria ficado surpresa ao ver Noah entrar na rua errada, a caminho de sua casa. Teria ficado surpresa ao saber que fora de propósito, mas não ficou. Não ficou porque no fundo sabia o que ele pretendia fazer.
Ou não.Claro que não.
Porque ficou extremamente surpresa ao olhar pro lado, assim que ele estacionou, e ver uma mansão abandonada.
Um cara normal a teria levado ao cinema. Um cara normal a teria levado ao parque de diversões. Um cara normal - um geek talvez, mas não um cara normal - a teria levado para uma feira de quadrinhos. Mas com certeza, um cara normal nunca a teria levado a uma mansão abandonada. Sério. Qual era a dele?
- Ahn... Eu perdi alguma coisa? – perguntou inocentemente.
Noah apenas riu, o que a fez levantar uma das sobrancelhas.
- Sério, Urrea. Tudo bem você desviar do caminho da minha casa pra me levar... Sei lá, pra jantar, mas me trazer para frente do portão de uma mansão abandonada? É muito estranho... Até mesmo pra você.
- Desculpe. – ele disse, embora ainda sorrindo. – Eu queria te mostrar esse lugar. – o sorriso desapareceu subitamente e seu olhar ficou vago. – Não sei por quê. Só quis.
- E esse lugar é o que, exatamente? – Any voltou seus olhos para a construção.
O portão de finas lanças negras guardava uma enorme casa de três andares, ao fundo. A mansão tinha as janelas escuras e as paredes num tom já gasto de salmão. Alguma gosma verde escorria do telhado, indicando a falta de limpeza do local.
Além do abandono, a residência tinha um vento mais fresco, mais sombrio. Algo naquela atmosfera era capaz de arrepiar Any até o último cabelo. Aquela casa parecia não apenas solitária... Mas morta.O céu concentradamente mais cinzento por trás dos salgueiros do jardim apenas reforçava aquela sensação.
Por que Noah a havia levado ali, afinal? Quero dizer, que tipo de pessoa tinha fantasias com aquele lugar?
- Eu morava aqui. – ele disse. - Até ano passado.
‘Cruzes’ Any pensou, mas recompôs sua feição séria rapidamente.
- Hm. O que aconteceu aqui pra você se mudar? – olhou-o curiosa.
Noah fez alguns segundos de suspense, devorando-a com o olhar como se não quisesse perder nenhum detalhe de sua reação.
- Um assassinato. – ele deu de ombros.
Depois abriu a porta do carro e o contornou com a mesma tranquilidade que teria se tivesse dito: “Você viu o jornal essa manhã?”
Mas isso não assustou Any. Assustou, aliás. Mas não o fato de ele ter dito as palavras daquele modo. A garota sabia muito bem que, quando as pessoas se importam demais com algo, gostam de demonstrar que não ligam, como uma defesa natural.Assim como Noah fez naquele momento.
Isso não a assustou. O que realmente era apavorante era o fato de ele tê-la levado pra lá.Assim que o menino abriu a porta, ela o olhou com uma cara que o mesmo julgou estranha, fazendo-o gargalhar.
- Sério, por que me trouxe aqui?
Noah parou de rir se sentindo um completo idiota. Os impulsos de suas vontades o haviam levado a dirigir até aquele lugar. Era seu desejo levá-la à mansão... Mas estava nervoso... E ria. Ria porque achava graça nas caretas da garota e ria porque estava inteiramente ansioso.
- Por que me trouxe aqui, Noah? – Any voltou a perguntar.
O rapaz ficou um tempo em silêncio, depois respondeu, com uma solenidade fria na voz.
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Ópera [✓] | adaptação noany
Misteri / ThrillerPreparade para participar dessa ópera? Então bom proveito, e que abram-se as cortinas! Any Gabrielly é uma garota de 17 anos, estudante do último ano do ensino médio, seu maior desejo era fazer um intercâmbio de um ano para o exterior. Quando a opor...