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Raquel Santos

Acordei na cama do hospital. A ultima coisa que lembro foi de ouvir os gritos de Alisson e depois disso eu apaguei. Eu estava cheias de fios e com acesso na veia que provavelmente era soro. Vi Elisa se aproximando do vidro e depois indo até a porta. 

- Oi... você me assustou. - ela disse com uM sorriso fraco. 

- Grávida desmaiam amiga, não se preocupe...- eu ri. Mas Elisa de repente ficou séria. Daí comecei a pensar na possibilidade do Alisson ter me levado até o Hospital, já que minha ultima lembrança é dele me chamando, e lembrei também que estou grávida e o pai que no caso é o homem que possivelmente me trouxe até aqui não sabe. 

- Ele descobriu não foi?- perguntei. Elisa só balançou a cabeça positivamente. Bufei. - Ele tá ai?

- Sim... - ela disse. - Quer que eu chame ele?- balancei a cabeça negativamente. Não queria enfrentar ele agora, não em uma cama de hospital. 

- Depois eu falo com e...- não terminei a frase. Alisson entrou no quarto. 

- Vou deixar vocês sozinho...- Elisa pegou sua bolsa e saiu. 

- Quando pretendia me contar sobre a gravidez?- Ele cruzou os braços. 

- Logo...- falei. 

- Quando Raquel? Quando nascesse? Só eu não sabia da existia desse bebe, todos já estavam sabendo, menos eu!

- Idai? Você não liga...- dei de ombros. 

- Que? Como assim não ligo? Como vou logar pra uma coisa que eu nem sabia? 

- Alisson... não quero conversar sobre isso agora. - tentei finalizar aquela conversa. 

- Tudo bem... Mais tarde eu venho te buscar e a gente vai conversar sobre isso. - assenti. 

- Como sabe que é seu? - perguntei baixo.

- Oi?

- Como sabe que o filho é seu? 

- Raquel... eu sei que eu fui o último com quem você transou. Sei que você e Divok não tinham nada. Eu posso ser tudo, menos burro. Não tenho duvidas que é meu. - ele disse simples. - Mais tarde eu te busco ok? 

- Ok. - Ele beijou minha testa e saiu. Desse jeito fica im-possível ficar longe dele, não gostar ainda mais dele, não pensar nele. Respirei fundo e me ajeitei na maca. Olhei para fora e vi Firmino vindo até o quarto. 

- Oi meu bem. Com você está? 

- Acho que bem. - respondi. 

- Estão todos preocupados contigo... Ainê, Bruna e Larissa encheram meu celular de mensagens.- Eu ri.- Desde quando você e Nê são amigas?

- Desde a viagem, decidimos passar uma borracha no passado sabe? 

- Entendi. Mas e o Alisson? Conversaram? 

- Ele disse que passaria pra me buscar mais tarde, daí devemos conversar. - Falei cabisbaixa. - Sabe Fi, tenho medo... 

- De que? 

- Sei lá, não sei como vai ser as coisas daqui pra frente.

- Quel, vai dar tudo certo! Estamos aqui por você. Confia ok?

- Ok. - ele beijou minha mão e saiu. 

[...]

- Oi. - Alisson estava parado na porta do quarto com as mãos no bolso. 

- Oi. - levantei já sem acesso e pronta pra ir embora. - Será que podemos ir ao CT pegar minhas coisas? 

- Sim, vamos?- sai na frente dele e ele veio logo atrás. Entramos no carro e seguimos o caminho até o CT em silêncio. 

Entrei no local e fui até minha sala. Peguei minha bolsa e sai. Voltei para o carro. 

- Pronto. 

- Está com fome? 

- Um pouco, mas acho que vou comer em casa mesmo, tô meio cansada. - falei e ele assentiu. Chegamos em frente a casa de Elisa. Alisson desligou o motor do carro e retirou o sinto. 

- Eu posso entrar gente conversar? Ou se você não quiser, podemos conversar aqui no carro mesmo. - ele disse me olhando sério. 

- Não tudo bem, você pode entrar.- ele assentiu. Saímos do carro e fomos em direção a porta. Chegamos no eu andar, tirei as chaves da bolsa e destranquei a porta. Elisa e Dejan haviam saído, então estávamos sozinhos. 

- Fica a vontade tá? - falei colocando a bolsa na bancada da cozinha. - Se importa se eu tomar um banho antes? Preciso tirar esse cheiro de hospital. - ele riu. 

- Tudo bem eu espero. 

Subi para meu quarto e tomei um banho rápido. Coloquei um moletom confortável e fiz um coque no cabelo. Desci até a sala e Alisson estava no mesmo lugar. 

- E então.- sentei no sofá. - Por onde começamos? 

- Pode começar dizendo quando descobriu que estava grávida. - ele disse sério. Ele estava muito sério e isso me assustava. 

- Na viagem... 

- E por que não me contou assim que descobriu?

- Porque eu não consegui, fiquei com medo da sua reação...- ele bufou. - Pensa comigo Becker! Transamos sem compromisso, você deixou isso bem claro, daí de repente eu fico grávida!

- Uma coisa não tem nada haver com a outra Raquel. Não é porque não temos nada que eu vou rejeitar meu filho. Tudo bem que é um choque, ninguém esperava por isso, mas de qualquer forma, você tá grávida, o filho é meu e eu vou arcar com as consequências disso. - ele disse. 

- Tudo bem... 

- Eu só não quero que continue me evitando como vem fazendo já que agora temos algo que nos liga diretamente. E eu quero fazer parte disse, quero ir aos exames, quero que me conte se acontecer algum problema, se passar mal, enfim, quero que me inclua nisso. E quando o bebe nascer, a gente vê o que vai fazer. 

- Ok, pode ser desse jeito. - falei tranquila, tudo saiu completamente ao contrário do que eu estava esperando. 

- Ok. Vou indo então, vai ficar bem? 

- Vou sim! Obrigado pela carona. - o levei até a porta. 

- Não foi nada! Qualquer coisa me liga, tá bom?

- Tá bom, tchau!

- Tchau Quel! Tchau filho!- Ele deslizou a mão na minha barriga. Eu fui ao céu com essa despedida. 

Meu Deus do céu, eu tô apaixonada. 


APENAS UM LANCE- Alisson BeckerOnde histórias criam vida. Descubra agora