Capítulo 2 - Marinette.

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Não precisava ser um gênio para saber que eu sou caidinha pelo Adrien, todo mundo sabia disso.

E quando soube que o amor da minha vida era o idiota vestido de gato com cantadas baratas, eu surtei.

Tá, não surtei na frente dele para não perder a pose, mas os gritos abafados  que eu dei durante toda a noite só Tikki tem noção. Tadinha!

E depois, lembrei do Chat dizendo que me amava. Ele me amava! Me amava! Meu crush era o Chat Noir e me amava! Eu só podia estar sonhando!

Tudo estava perfeito. Fiquei uma semana esperando ele dizer novamente que me amava, para eu falar que retribuía seus sentimentos e que agora podíamos ser felizes juntos.

Mas não foi o que aconteceu. Uma semana passou, as cantadas já não existiam, ele já não brincava mais dizendo que eu era a garota dos seus sonhos. Agora eu havia passado de "apenas uma amiga" para "apenas uma melhor amiga".

Pensei que, com a revelação, ele me amaria mais, como eu o amei mais ao saber que ele era Chat Noir, mas não foi isso que aconteceu.

Agora era abraçar ele e fingir ser apenas a amiga. Eu podia me confessar, mas e se eu perdesse essa amizade forte que tínhamos agora?

— Marinette! — ouço a voz do Luka. Vejo  o garoto cansado de provavelmente correr.

— O que... foi??

— A Juleika me contou sobre esse passeio! Eu posso ir? A Chloé vai? Vão ser quantos dias? Como vai ser? E...

— Calma Coffaine! — balancei as mãos no ar — vamos lá para meu quarto e te conto tudo! — puxo sua mão e entramos em minha casa.

Além do Adrien, Luka também sabia que eu era a Ladybug, e na luta final contra Hawk Moth, ele simplesmente se apaixonou por Chloé, que fez um papel muito importante e se empenhou bastante para derrotar o vilão.

Luka se tornou um grande amigo para mim, e enquanto eu falo sobre
Adrien, ele fala sobre Chloé, e assim ficamos sofrendo um no colo do outro.

Sim, quase namoramos. Quase! Ele gostava de mim, e eu... bem, gostava dele, mas não deu tão certo, então nos dedicamos em ser o melhor amigo um do outro.

— Eu, com toda a certeza, vou! — se animou assim que termino de detalhar sobre o passeio. O olhei pelo ombro — olha, não parece ser coisa do colégio permitir que outros alunos vão. E se a Chloé fez isso para eu ir? — seus olhos brilhavam de alegria.

Uma coisa que descobri sobre Luka, era que ele não era sempre aquele menino calmo e seguro de si. Ele também se iludia com besteiras, se animava com o pouco, e alterava a voz quando recebia uma notícia esplêndida.

— Mas você nunca nem falou com ela! — cruzei os braços e girei a cadeira para vê-lo melhor.

— Já sim, como Viperion!

— Ah, claro. Mas você já tentou dizer: "olá, gosto de você. Vamos sair?" —movi as mãos como se estivesse atuando.

— E você já tentou com o Adrien? — estreitou seus olhos para mim.

— Ou! Você não tem direito de falar desse jeito! Eu sou a melhor amiga dele, ele prefere assim. Todos os dias eu mostro para aquele tonto que eu gosto dele! — curvo meus lábios em um sorriso triste — talvez ele saiba, e prefira fingir que não sabe.

— Ei! Não fica tão desanimada por causa dele! — me abraçou, dando um beijo em minha bochecha — ele que perde uma garota incrível!

Sorri desanimada. Ficamos abraçados  até ele quebrar o silêncio:

— Que tal tomarmos um sorvete? Eu pago! — abro um sorriso e o aperto em um abraço.

— Claro! — me levanto organizando as coisas. Observo ele se sentar na cadeira do computador e sorriu. Me aproximo e beijo sua bochecha — obrigada por sempre me ajudar! — ele faz uma careta engraçada.

— Eu sou demais, né? — reviro os olhos, rindo —vou falar com seus pais, te espero lá em baixo! — balanço a cabeça e ele desce as escadas. Arrumo tudo que faltava.

Mas, antes que eu descesse para ir, ouço um barulho na varanda.

— Ouviu isso, Tikki? — vejo ela concordar meio amedrontada. Curiosa como sou, abro a escotilha e ergo meu corpo para ver o que tinha ali.

Quando olho para os prédios em minha frente, vejo um vulto preto. Será?

Balanço a cabeça rindo. Por que Adrien estaria me observando?

Desci as escadas, e me despeço dos meus pais. Quando Luka e eu estávamos lado a lado do lado de fora, antes que eu pudesse processar algo, o moreno ao meu lado diz:

— Quem chegar por último é um perdedor! — começou a correr.

— Ei! — grito rindo enquanto começo a correr também.

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— Você é louco, sabia? — perguntei ofegante quando nos jogamos em um banco da praça, com o sorvete em mãos.

— Só assim para te animar! — riu e começou a tomar seu sorvete.

Ficamos assim por um tempo, até ver que estava muito quieto para ser Luka Coffaine do meu lado. Olhei para ele e vi uma careta engraçada e fofa em seu rosto.

— O que foi? — ele balançou a cabeça como se pedisse para olhar para frente.

— Olha quem está ai! — olho para frente e fico surpresa.

Adrien Agreste vinha em nossa direção, com um sorriso que só ele tinha.

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