Cap.V

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Recorrer à lei,era recorrer ao rei.Matthew jogou fora a carta que escrevera antes de resposta para Edgar,e passou a redigir uma carta para ser enviada à corte.
Do seu escritório,ouviu Poly e William conversando com Emily.Ele mesmo sentiu-se comovido ao pensar nas atrocidades das quais  Edgar era capaz.
Depois de escrever a carta guardou em seu quarto.Iria enviá-la no dia seguinte.
O dia foi bastante silencioso,no entanto.Cada um estava preso nos próprios pensamentos.
...
Era por volta das cinco da tarde,William conversava com Emily e Poly estava preparando biscoitos.Matthew estava lendo.
Então,ouviram-se pesadas batidas na porta.William foi abrir.
Porém não voltou e Matthew foi ver do que se tratava.À entrada,a porta estava aberta.Ele se aproximou,não ouvia o som de nenhuma conversa.
__William?Quem está aí? 
Ouviu o barulho de cavalos e se apressou até lá.De longe,uma carruagem de madeira sumia na estrada.
Mas quando se deu conta,recuou.William estava caído,sobre uma poça de seu próprio sangue,que se derramava aos jorros do seu pescoço.
Sob sua barriga,uma carta com o selo de Serzom.
As suas pernas,os seus joelhos, perdeu a força.Caiu e debruçou -se sobre William,que  tinha os olhos abertos e parados.O grito alto de dor e ódio,foi um grito gutural.
Não houve restante do dia.Não havia hoje nem amanhã.Matthew simplesmente não conseguiu mais nada que ficar ali,sobre seu amigo morto.Seu companheiro de uma vida inteira,inerte.
Nem sabia quanto tempo se passara quando se viu em seu quarto,rodeado por garrafas de uísque,sem camisa e deitado no chão.
Não soube também quando foi que conseguiu enterrar William.Nem como conseguiu abraçar Poly.Os dias e as noites estavam passando sem que Matthew percebesse a mudança.
Nada fazia sentido.E ele só conseguia dormir embriagado.
Se fora Clara e agora,William.
Estava desolado.

O DUQUE VON DERICK_ (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora