Paro de correr quando chego perto do portão e respiro fundo, alguns seguranças me olhavam curiosos e baixo a cabeça.
Droga, eu não devia ter vindo, devia ter desligado o telefone na cara da Lin quando ela me pediu pra vim. Olho por cima do meu ombro e o vejo parado na soleira da porta. Noah me observava com um lindo sorriso nos lábios e poxa, por que meu coração é tão fraco?
Eu não o amo, não posso amar, ele destruiu tudo.
-pode abrir o portão- peço sorrindo pro segurança.
Ele assente e aperta um botão e o portão começa a abrir. Quando estou prestes a sair alguém toca meu ombro e olho pra ver quem era. Era Sam.
-vou levar você em casa.
-eu não quero que o Noah saiba onde eu moro- digo o olhando séria.
-Any, ele já sabe...
Claro que sabe, esqueci quem ele é.
...
Depois de horas, Sam havia me deixado de frente ao prédio que eu moro. Estou tão cansada, ainda bem que era sábado e eu estava de folga.
Deito em minha cama depois de tomar um bom banho e fico pensando no beijo e no quanto aquilo deixou todas as minhas estruturas abaladas.
Não adianta eu negar que o amor, pois esse amor ainda vive em mim e se ele continuar me desafiando eu vou acabar perdendo o controle de tudo.Pra completar eu estou com desejo de comer algodão doce. Eu poderia ter outros desejos, mas por que tem que ser o mais difícil?
Noah compra mais um algodão e me entrega com um sorriso encantador. Pego um pedaço do algodão e levo até a boca e parece que uma explosão de alegrias derrete na minha língua.
-nossa, isso é muito bom, tem certeza que você não quer?
Pergunto pegando mais um pedaço e ele faz que não.
-eu não como essas coisas.
Asinto e volto a comer aquela delícia. Os seguranças me olhavam com uma ar de diversão e até eu estava me divertindo, era maravilhoso ver um Noah mais alegre.
-eu te amo sabia, e olha- Noah me mostra a foto que acabou de tirar e sorri- minha foto favorita a partir de hoje.
Desperto dessa lembrança e passo a mão sobre a minha barriga. Se Noah estivesse aqui, tenho certeza que eu já teria comido todos os algodões doces que eu conseguisse.
Pego meu telefone e disco o número da Lin, ela demora um pouco pra atender, mas assim que a vejo abro um sorriso pidão.
-xiii, sua cara não nega que você quer alguma coisa- faço que sim- o que você quer?
-meu filho precisa de algodão doce, sério, já estou até imaginando ele nascendo rosa se eu não comer o algodão.
Lin começa a rir do meu drama e escuto outras risadas.
-quem tá aí?
-os meninos, nossa Elly, meu sobrinho não vai nascer dessa forma só por causa de um algodão.
-Lin, você não entende, a vontade é muito grande, eu preciso de algodão doce... eu estou grávida, necessito realizar meu desejo.
-Any, você está em Pescara, fica a quilômetros daqui... e eu não sei onde achar algodão doce a essa hora.
Faço um bico triste e ela dá um meio sorriso. Suspiro aumentando o drama e noto que Lin para de olhar pra mim, um sorriso enorme cresce nos lábios dela e fico sem entender.
-Lin, o que foi? Você está sorrindo igual um bocó.
Ela volta a me olhar e pensa se deve ou não falar.
-eu tenho que desligar, mas come açúcar, e a mesma coisa que algodão.
-Lin...
Ela encerra a chamada e fico ali tentando entender o que foi aquilo. Pra completar não terei meu algodão doce.
...
Suspiro mais uma vez enquanto estava deitada olhando pra chuva que caía lá fora, as gotas de água na janela refletiam na luz e formavam sobras pelo quarto. São duas da manhã e não consigo dormir de forma alguma.
Era difícil dormir sem o Noah, eu ainda não tinha me acostumado, raramente eu conseguia pegar no sono cedo, rolava muito na cama até que finalmente o cansaço vencesse.
Escuto o som da campainha soar pelo apartamento e quem será a essa hora? Será que aconteceu algo?
Saio da cama e me arrasto pelo corredor, passo pela sala e vou até a porta, olho pelo olho mágico e meu coração parece acordar e começa a bater mais forte. Eu não acredito nisso.
Destranco a porta e abro tentando não demonstrar o quão abalada emocionalmente estou.
-você...- tento fórmula as palavras, mas elas simplesmente não saem.
-eu não pude deixar de ouvir você no telefone com a Lin, eu estava na hora e sabe, na hora que você falou em algodões eu automáticamente lembrei do dia em que fomos ao parque, você comeu cinco algodões porque estava grávida e aquele foi o seu primeiro desejo, então eu...
Noah para de falar e tira as mãos de trás das costas revelando dois saquinhos de algodão doce, mas o que mais me chamava atenção era que ele estava todo molhado da chuva e mesmo assim sorria e continuava lindo.
-você...
-eu só sosseguei quando encontrei e assim que eu comprei eu vim correndo.
Pego os dois saquinhos com o coração quase saindo pela boca e sorrio pra ele.
-obrigada Noah, você não tinha que fazer isso.
-Any, eu também não quero que meu filho nasça rosa...
Mordo o lábio inferior sorrindo, ele prestou atenção em cada detalhe.
-então eu já vou indo, espero que isso de pra matar a sua vontade.
Noah me da as costas e começa a se afastar. Olho pros saquinhos na minha mão e depois ergo o olhar pra figura molhada dele e volto a sorrir.
-Noah...
Ele para na metade do corredor e me olha curioso.
-quer entrar?- ele fica surpreso com minha pergunta, mas logo um sorriso enorme cresce em seus lábios.
-Sim.
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Dívida criminal 2T - noany
FanfictionAmar não é uma tarefa fácil. Depois de deixar a mulher da sua vida partir, Noah se vê num grande poço sem fundo, cujo a queda o fazia afundar cada vez mais. Promessas quebradas. Corações partidos. Devolva meu coração. Estou fazendo essa adaptação co...